Ibovespa Futuro cai 2% com pânico global após mais um ‘circuit breaker’ na China

Pré-market já mostra mais um dia de queda diante de um "sell-off" global em meio a preocupações com a economia chinesa; Soros compara crise atual à de 2008

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (7) acompanhando o movimento das bolsas mundiais, que desabam diante de um novo “circuit breaker” na bolsa da China. Após o Banco do Povo da China estabelecer o valor de paridade do yuan em 6,5646 por um dólar, o menor nível desde 2001, o mercado do país caiu 7% e as negociações foram encerradas com apenas 30 minutos de sessão. Com isso, as bolsas europeias também caem entre 2,5% e 3,5%, assim como os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500. Ativos vistos como porto seguro como iene, treasuries (os títulos da dívida dos Estados Unidos) e ouro, por outro lado, atraem investidores em fuga do risco.

Às 9h07 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para fevereiro caía 1,79%, a 41.350 pontos. Já o dólar futuro para o mesmo mês tem alta de 0,62% a R$ 4,087. 

Diante do pânico que tomou conta do mercado hoje, com o segundo circuit break da China em menos de uma semana, o megainvestidor George Soros disse em fórum no Sri Lanka que o país tem um grande problema de ajuste. “Eu diria que isso equivale a uma crise. Quando eu olho para os mercados financeiros, há um sério desafio que me faz lembrar da crise que tivemos em 2008”, afirmou. 

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A queda forte da bolsa chinesa também afeta commodities, com o petróleo recuando 2,74% a US$ 33,04, o barril do WTI (West Texas Intermediate) e 2,43%, a US$ 33,79 o barril do Brent. O combustível já havia registrado queda de 5% na última sessão. 

Cenário doméstico
Medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Produção Industrial referente a novembro do ano passado caiu 2,4%, ante expectativas de queda de 1,1% em relação a outubro segundo o consenso de mercado. O indicador já havia recuado 0,7% no período anterior. Na comparação anual, a produção industrial teve uma retração de 12,4%, contra 10,3% esperados e 11,2% de queda registrados em outubro. 

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Enquanto isso, no noticiário político, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que o governo não elabora um pacote de medidas para ser lançado neste início de ano. “Há uma expectativa, que na minha opinião não vai corresponder, de que sairá uma grande notícia. Não estamos mais em tempo de pacotes e não tem nada bombástico”, disse. “Parece que as pessoas estão esperando a grande notícia, o coelho na cartola, mas não tem coelho na cartola”, acrescentou.

Além disso, o Banco Mundial divulgou ontem suas perspectivas econômicas para este e o próximo ano e vê no Brasil um grande risco para a América Latina. Segundo o relatório, o País deve registrar uma queda de 2,5% em 2016, enquanto para ano que vem a projeção é de alta de 1,4%. Apesar disso, o Banco afirma que Brasil e Venezuela irão puxar a estagnação da região nos próximos meses. Em 2015, o Banco estima que a economia brasileira tenha sofrido uma contração de 3,7% – no relatório de junho, a queda prevista era de 1,3%.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.