O pior está por vir: Bolsa chinesa pode estar se aproximando de seu 1929

Operações com margem na China batem 9,6% da capitalização do mercado de junho, perdendo apenas para a que se via nos EUA no crash de 1929

Paula Barra

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SÃO PAULO – Um disparo nas operações de compra com margem ajudou a inflar a Bolsa chinesa nos últimos meses. Alimentada pela demanda dos investidores de varejo, o índice Xangai Composite saltou mais de 150% desde meados do ano passado até o início de junho de 2015. No mesmo período, o índice Shenzhen subiu mais de 200%. Essa exuberância chegou a um fim violento, com índices abaixo quase um terço do pico de 12 de junho, com mais de US$ 10 trilhões em capitalização de mercado. 

Junto a esse salto das bolsas e posterior correção, as operações de compra com margem bateram 9,6% da capitalização do mercado acionário chinês de junho- nível alarmante, tanto historicamente como no mundo, e como pode ser visto no gráfico abaixo, colocando a China em um território inquietante. 

Segundo dados divulgados pelo CIO (Chief Investment Officer) da Guggenheim, Scott Minerd, nesse patamar a China só perde para o nível atingido pelo mercado americano no crash de 1929, quando a margem alcançou 12% da capitalização das ações.

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Para ele, se os responsáveis pela política chinesa não alterarem em breve o curso do mercado, a correção da Bolsa chinesa poderia se transformar em um mergulho do mercado semelhante ao que aconteceu nos Estados Unidos em 1929. Para efeito de comparação, atualmente, a margem das operações nos EUA é menor do que 3%.

Minerd acredita que o melhor cenário para China pode ser o que ocorreu nos EUA em 1987, quando a forte queda do mercado estabeleceu as bases para o próximo grande rali.

“Se o atual momento da China vai se tornar uma versão da quinta-feira negra do crash de 1929 nos Estados Unidos ou um cenário mais saudável da segunda-feira negra de 1987, isso vai depender muito da estratégia que os responsáveis pelo mercado por lá adotarão nos próximos meses. Para a China, eu espero que seja o último, mas, neste momento, os investidores devem ter em conta que a segunda maior economia do mundo poderia muito provavelmente encontrar-se no epicentro da maior correção do mercado de ações deste século”, escreveu Minerd em artigo publicado no site da Guggenheim

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Confira abaixo o gráfico que mostra o volume de operações com margem em relação à capitalização de cada mercado:

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