8 empresas divulgam resultado, Petrobras e redução de capital da Oi agitam a noite

Confira os principais destaques da noite desta quinta-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após uma manhã agitada com a temporada de resultados, o after market desta quinta-feira (30) também é marcado pela grande quantidade de balanços divulgados, incluindo Lojas Renner e BRF. Além disso, Petrobras e Oi também agitam a noite. Confira os destaques:

Petrobras
A Petrobras (PETR3; PETR4) confirmou que foi cancelada a medida cautelar de bloqueio aplicada à empresa TKK Engenharia, devido ao arquivamento do processo administrativo contra a empresa por parte da Controladoria Geral da União (CGU). O bloqueio à companhia havia sido anunciado em 6 de março, junto com outras empresas citadas como participantes de cartel no âmbito da delação premiada do ex-gerente executivo de engenharia da Petrobras, Pedro Barusco.

Lojas Renner
A Lojas Renner (LREN3) divulgou seu resultado do segundo trimestre e conseguiu ficar levemente acima das já otimistas projeções. Analistas estavam animados com os números da companhia, acreditando que mesmo com a crise econômica afetando fortemente o varejo, a Renner seria uma das poucas a se salvar de um mau resultado. E foi o que aconteceu.

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A companhia registrou lucro líquido de R$ 158,17 milhões, uma alta de 33% ante o mesmo período de 2014. A média compilada pela Bloomberg com a opinião de 17 analistas indicava um lucro de R$ 147,50 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 326,20 milhões, ou 31,4% maior que um ano atrás.

Enquanto isso, a receita líquida avançou 22,4%, atingindo os R$ 1,536 bilhão, ficando acima dos R$ 1,513 bilhão projetados pelos analistas. Já as Vendas em Mesmas Lojas (estabelecimentos abertos a mais de 12 meses) tiveram evolução de 14,5%.

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Laurence Gomes, com melhorias nas lojas e produtos, iniciadas em 2011, a companhia atraiu um novo cliente que frequenta boutiques e lojas especializadas mas que também busca preços mais baixos por conta da retração da economia.

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Outro ponto que beneficiou a companhia, segundo Gomes, foi alta do dólar contra o real, que diminui viagens internacionais de consumidores e compras nos exterior. A empresa mantém metas de abertura em 2015 de 25 Lojas Renner, 10 Camicado e 10 Youcom, bem como a projeção de investimentos de 550 milhões de reais.

Gomes disse ainda que há oportunidades de custos menores nas negociações em pontos de shoppings centers e lojas de rua. “Há uma boa receptividade e flexibilidade nas negociações”, afirmou.

PDG Realty
A construtora e incorporadora PDG Realty (PDGR3) teve prejuízo no segundo trimestre acima de estimativas de analistas, pressionada por queda nas vendas e por ajustes em sua estrutura administrativa.

A empresa teve prejuízo de R$ 231 milhões no segundo trimestre, ante resultado negativo de R$ 135 milhões no mesmo período do ano passado. A média de estimativas de analistas apontava para prejuízo de R$ 145,8 milhões.

No período, a companhia não realizou lançamentos, preferindo dar foco nas obras em andamento e na redução de estoques, que caíram 20,8% ano a ano. Ainda assim, as vendas contratadas líquidas caíram 81,5%, a R$ 71 milhões. Os distratos atingiram R$ 279 milhões no trimestre, 1,5% acima do segundo trimestre de 2014 e crescimento de 10% sobre os três primeiros meses do ano.

“O aumento nos distratos continua a refletir o período de maior volume de entregas pelo qual a companhia está passando, além do aperto das condições de crédito para o financiamento imobiliário, com o aumento de taxas (de juros) e diminuição do limite máximo de financiamento”, disse a PDG em seu relatório de resultados divulgado nesta quinta-feira. Assim, a receita operacional da PDG caiu 47,9%, para R$ 482 milhões.

BRF
A empresa de alimentos BRF (BRFS3) divulgou nesta quinta-feira, 30, que seu lucro líquido teve alta de 46,6%, passando de R$ 249 milhões no segundo trimestre de 2014 para R$ 364 milhões de abril a junho deste ano. Ante o primeiro trimestre de 2015, houve queda de 21%.

Os resultados consideram somente as operações continuadas, sem a atividade de lácteos, cuja venda foi anunciada em dezembro do ano passado e concluída em 1 de julho.

A geração de caixa medida pelo Ebitda avançou 43,6%, passando de R$ 906 milhões de abril a junho do ano passado para R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre deste ano. Ante o primeiro trimestre de 2015, o Ebitda teve alta de 45,1%. A margem Ebitda dos segundo trimestre de 2015 foi de 17,4% ante 13,7% do mesmo período do ano passado e 13,5% do primeiro trimestre deste ano.

Já a receita líquida da companhia ficou em R$ 7,913 bilhões, alta de 12,8% na comparação com a de R$ 7,015 bilhões do segundo trimestre de 2014 e de 12,3% frente ao primeiro trimestre deste ano (R$ 7,048 bilhões).

Magazine Luiza
A Magazine Luiza (MGLU3) registrou queda de 88,6% no lucro líquido do segundo trimestre, em relação a igual período de 2014, atingindo R$ 3 milhões. Segundo a companhia, a queda do lucro líquido foi influenciada pela menor diluição das despesas fixas e pelo aumento das despesas financeiras, em função da alta de juros no período. A despesa financeira líquida da companhia foi de R$ 104,7 milhões, aumento de 31,6% em relação aos R$ 79,5 milhões de um ano antes.

Enquanto isso, a receita líquida caiu 10,1%, para R$ 2,11 bilhões. De acordo com a companhia, a queda é explicada pela base de comparação elevada de igual período de 2014, pelo efeito das vendas da categoria de imagem em decorrência da Copa do Mundo e pelo cenário macroeconômico mais desafiador.

Multiplan
A administradora de shoppings centers Multiplan (MULT3) teve alta de 3,2% no lucro líquido do segundo trimestre, na comparação anual, a R$ 96,3 milhões. “A entrega bem sucedida de expansões, as mudanças no mix de lojistas e a consolidação dos novos shoppings centers levou a Multiplan a registrar um crescimento de 4,8% nas vendas, sobre um dos maiores aumentos já registrados, no trimestre anterior de 15,2%, chegando R$ 3,2 bilhões”, disse a Multiplan, em seu relatório de resultados.

As vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) subiram 1,2%, ante avanço de 9,4% um ano antes, quando teve efeito positivo da Copa do Mundo. A receita líquida no período caiu 5,1% para R$ 258,4 milhões, diante de expectativa média de analistas de R$ 271 milhões.

Apesar da queda na receita líquida, as despesas e custos caíram mais, 15,2%, devido à queda no custo de imóveis combinada com a redução nas despesas de shopping centers, disse a Multiplan. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 0,6 por cento na comparação anual, a R$ 186 milhões.

Raia Drogasil
A Raia Drogasil (RADL3) registrou aumento no lucro de 74,2%, para R$ 108,2 milhões de abril a junho (valor não ajustado). A receita líquida subiu 22,7% sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 2,18 bilhões. As vendas “mesmas lojas” registraram alta de 14,7%, acima da taxa de cerca de 11% do mesmo intervalo de 2014. Já o Ebitda atingiu R$ 217,1 milhões, aumento de 57,3%.

Fleury
A Fleury (FLRY3) registrou no segundo trimestre um lucro líquido de R$ 33 milhões, o que representa mais do que o dobro do valor apurado no mesmo período do ano passado. O desempenho é resultado da reestruturação iniciada na empresa de medicina diagnóstica em 2013 que previa fechamento de unidades não rentáveis, cancelamento de contrato com a Unimed-Rio e maior foco nas unidades com a bandeira Fleury.

A receita líquida do Fleury cresceu 17,4% para R$ 479 milhões entre abril e junho deste ano. Em paralelo, a companhia conseguiu controlar todos seus custos de serviços prestados, que somaram R$ 351,6 milhões, representando 73,3% da receita líquida. No mesmo período do ano passado, esse percentual foi de 78,5%.

SulAmérica
A SulAmérica (SULA11) teve lucro líquido de R$ 123,5 milhões no segundo trimestre, uma alta de 130,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia apurou R$ 4,278 bilhões em receitas com seguros, uma evolução de 13,2% na comparação com igual termo de 2014.

Oi
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu nesta quinta-feira anuência prévia ao processo de reorganização societária e de redução do capital proposto pela Oi (OIBR4). A reestruturação consiste na incorporação, pela Oi, da Telemar Participações e é uma etapa importante para os planos da empresa de ir para o segmento Novo Mercado da Bovespa.

O relator do caso, conselheiro Rodrigo Zerbone, explicou que a reestruturação aprovada nesta quinta-feira é uma alteração de parte do processo de reorganização que a agência já havia aprovado no ano passado, mas com a Oi incorporando a Telemar Participações.

“Eles entenderam que não daria para continuar no plano original, em função da questão da Rioforte, e mudaram”, disse Zerbone, referindo-se ao calote no ano passado de 847 milhões de euros da Rioforte relacionado a um investimento feito pela antiga Portugal Telecom. O episódio acabou arruinando o processo de fusão do grupo português com a Oi.

Já a redução de capital foi realizada para absorver contabilmente prejuízo de 4 bilhões de reais da operadora. “A redução do capital deixa a empresa mais limpa para poder operar futuramemte”, disse Zerbone.

A Oi afirmou que a anuência concedida pela Anatel é mais um passo no processo de reorganização societária da empresa e que esse processo “é uma das prioridades estratégicas da companhia este ano e tem por objetivo elevar o patamar de governança corporativa aos mais altos níveis”.

O grupo de telecomunicações afirmou que agora dará sequência às próximas etapas do processo, que consistem em convocar uma assembleia geral extraordinária para deliberação sobre a incorporação da Telemar Participações pela Oi; aprovar o novo Conselho de Administração da empresa; e abrir o período de conversão voluntária de ações preferenciais em ordinárias.

Com Reuters e Agência Estado

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.