Data do balanço da Petrobras, resultado de CSN, Ambev e mais 8 empresas no radar

Confira os destaques da manhã desta quarta-feira (6)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A quarta-feira (6) começa com destaques para a temporada de resultados do primeiro trimestre deste ano. Em primeiro lugar, a Petrobras (PETR3PETR4) enviou comunicado ao mercado na noite desta de ontem e confirmou que irá apresentar seus números no dia 15 de maio, sexta-feira, após o fechamento da Bovespa.

Com isso, a petrolífera informou que a partir de hoje até a divulgação do balanço ela estará em período de silêncio, quando não poderá prestar esclarecimentos ou comentar qualquer tipo de informação relacionada aos resultados do trimestre e perspectivas.

No último dia 22 de abril a companhia apresentou seus balanços atrasados, tirando um peso das costas e ajudando a “destravar” um pouco as ações, que atualmente passam por um forte rali na Bolsa. A estatal teve um prejuízo de R$ 21,6 bilhões no ano passado, segundo balanço auditado, após contabilizar perdas de R$ 6,2 bilhões por corrupção e reduzir em mais de R$ 44 bilhões o valor de seus ativos. Este foi o primeiro prejuízo da companhia desde 1991.

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Ainda no noticiário da companhia, a Justiça Federal do Paraná autorizou a devolução de R$ 157 milhões à Petrobras dos recursos repatriados de contas no exterior do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, e sugeriu que pelo menos parte dos recursos seja utilizada para melhorar os controles internos da petroleira.

Foram repatriados de contas de Barusco cerca de R$ 204,8 milhões, mas o Ministério Público pediu, e a Justiça acatou, que 80% deste montante fosse imediatamente devolvido à Petrobras. “Considerando que os crimes de corrupção teriam sido praticados contra a Petrobras, gerando prejuízo a ela, já que há indícios de que o percentual de propina era agregado no preço cobrado nas obras contratadas, o valor recuperado deve ser devolvido à vítima”, disse o juiz da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, Sérgio Moro, em sua decisão.

O juiz justificou ser importante “a manutenção de parte dos valores ainda depositada em Juízo a fim de verificar se há outros danos sofridos por terceiros a serem cobertos”. Barusco é um dos acusados de envolvimento no esquema bilionário de corrupção na Petrobras, investigado pela operação Lava Jato, e que envolveu empreiteiras, funcionários da estatal, operadores que lavavam o dinheiro do esquema, partidos e políticos, segundo o Ministério Público.

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Ambev
A Ambev (ABEV3) encerrou o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, o que representa uma alta de 10,4% sobre o mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a receita líquida da companhia avançou 19,1% nos três primeiros meses do ano, totalizando R$ 10,8 bilhões.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da empresa ficou em R$ 5 bilhões no primeiro trimestre, um avanço de 25,2% em um ano. A margem Ebitda também subiu, passando de 44,8% para 47%. A companhia informou que sua geração operacional de caixa somou R$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre, com aumento de 45,8% no comparativo anual, “como resultado, principalmente, de um forte desempenho operacional”.

TIM
A TIM (TIMP3) teve lucro líquido de R$ 312,7 milhões no primeiro trimestre, queda de 16% na comparação anual. A média das estimativas de analistas apontava lucro de R$ 308 milhões. O resultado foi pressionado por despesas financeiras maiores (que subiram 38,9% ano a ano, a R$ 247 milhões) e um leve recuo da receita no período.

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O presidente-executivo da companhia, Rodrigo Abreu, disse no relatório de resultados que apesar do cenário desafiador, a companhia continua a apresentar “sólida execução”. Abreu também mencionou os obstáculos de receita no curto-prazo, “como a nova rodada de redução da VU-M e a aceleração da queda de serviços de SMS, impactados pelo fenômeno global de uso de aplicativos de mensagem, que também traz impacto na utilização de voz na indústria em geral”.

A receita líquida total da TIM caiu 3,3% e encerrou o trimestre em R$ 4,5 bilhões. O Ebitda no período subiu 1,7%, a R$ 1,3 bilhão. A TIM disse que investiu R$ 924 milhões nos três primeiros meses do ano, um aumento de 51% em relação ao mesmo período de 2014.

A maioria dos investimentos foi alocada ao crescimento das redes 3G e 4G e à expansão da transmissão em fibra ótica, com o objetivo de construir uma infraestrutura para o futuro centrada em dados, disse a TIM.

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BR Malls
A administradora de shoppings centers BR Malls (BRML3) teve prejuízo líquido de R$ 132,7 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 53,8 milhões um ano antes. Entre janeiro e março, a despesa financeira líquida da BR Malls cresceu 147,7%, para R$ 293,4 milhões. O lucro líquido ajustado, desconsiderando a variação cambial, foi de R$ 112 milhões, alta de 45% ante o mesmo período de 2014.

A média das estimativas de analistas apontava para lucro de R$ 75,5 milhões. A receita líquida da BR Malls subiu 5,4%, a R$ 339,9 milhões. No período, as despesas com vendas cresceram 20%, a R$ 14,1 milhões. A BR Malls informou no fim de abril que suas vendas no primeiro trimestre ficaram praticamente estáveis na comparação anual, ao mesmo tempo em que viu a inadimplência avançar no período.

As vendas totais cresceram 0,4%, a R$ 5,1 bilhões, enquanto as vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) cresceram 5,9%, ante um avanço de 7,6% um ano antes. O Ebitda no primeiro trimestre foi de R$ 260,9 milhões, alta anual de 3,5%.

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CSN
A CSN (CSNA3) apresentou um lucro líquido de R$ 392 milhões no primeiro trimestre deste ano, contra R$ 55,3 milhões nos mesmos meses de 2014, ou seja, uma alta de 609%. Segundo a empresa, o principal motivo foi a linha de tributos sobre o resultado, que ficou positiva em R$ 502,5 milhões no trimestre, ante pagamento de R$ 27,2 milhões um ano antes.

Já a receita líquida ficou em R$ 4,01 bilhões no período, valor superior a estimativa compilada pela Bloomberg, que mostrava receita de R$ 3,73 bilhões. Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 911 milhões. Além disso, as despesas com vendas subiram 58,4%, para R$ 300,8 milhões, e as gerais e administrativas avançaram 5,8%, para R$ 109,8 milhões.

Gerdau
A siderúrgica Gerdau (GGBR4) teve queda de 39,3% no lucro líquido do primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, a R$ 267 milhões, divulgou nesta quarta-feira. O Ebitda da companhia totalizou R$ 1,089 bilhão no mesmo período, recuo de 8,9% na mesma base de comparação.

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Segundo a Gerdau, a queda nas receitas deveu-se ao menor volume vendido, efeito que foi parcialmente compensado pela maior receita líquida por tonelada. O resultado financeiro líquido da siderúrgica nos três primeiros meses do ano ficou negativo em R$ 898 milhões, pressionado, sobretudo, pelo impacto da variação cambial no intervalo sobre a parcela da dívida que está denominada em moeda estrangeira, com efeito líquido negativo de R$ 651 milhões nessa linha.

Usiminas
O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais manteve a destituição de três altos executivos da Usiminas (USIM5) em julgamento nesta terça-feira, que recusou recurso apresentado pela Ternium, responsável pela indicação dos executivos.

Por dois votos a um, os desembargadores que avaliavam o caso confirmaram a demissão de Julián Eguren, ex-presidente-executivo da Usiminas, e dos diretores Paolo Bassetti e Marcelo Chara, ocorrida no fim de setembro passado.

A saída dos executivos da empresa, aprovada em reunião tumultuada do Conselho de Administração da Usiminas, desencadeou uma briga societária entre Ternium e Nippon Steel pelo controle da gestão da companhia e a abertura de litígios.

Segundo o tribunal, o desembargador Manoel dos Reis Morais afirmou que as auditorias internas realizadas na Usiminas em 2014 confirmaram as irregularidades no recebimento de valores pelos diretores, “o que gerou uma quebra de confiança junto aos grupos controladores”.

“O magistrado ressaltou que sua decisão leva em conta o bem comum da companhia”, afirmou o tribunal em comunicado à imprensa. O voto de Morais foi acompanhado pelo desembargador Cabral da Silva. Segundo o tribunal mineiro, a Ternium ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A Ternium afirmou em comunicado após a decisão que “lamenta” a decisão, afirmando que ela “permite a violação do acordo de acionistas”. A companhia comentou ainda que vai considerar as opções “para defender seus direitos, a reputação dos executivos envolvidos e o seu interesse e de seus acionistas na Usiminas”. Representantes da Nippon Steel no Brasil não comentaram o assunto.

Arezzo
A Arezzo (ARZZ3) registrou lucro líquido de R$ 18,1 milhões no primeiro trimestre, uma alta de 4% sobre os R$ 17,4 milhões do ano passado. Enquanto isso, a receita foi de R$ 236,2 milhões, uma alta de 10,7% sobre o mesmo período do ano passado. Já o Ebitda nos três primeiros meses do ano ficou em R$ 28,1 milhões, o que representa uma evolução de 3% ante o primeiro trimestre de 2014, com margem de 11,9%.

Já os custos avançaram 15,6%, para R$ 140,3 milhões, e as despesas aumentaram 8,2%, para R$ 73,6 milhões. O resultado financeiro foi positivo em R$ 8 milhões, ante R$ 2,9 milhões um ano antes, impulsionado pelas variações cambiais.

CVC
A CVC (CVCB3) divulgou os resultados desse primeiro trimestre de 2015 e apresentou lucro líquido ajustado por itens não-recorrentes de R$ 60,9 milhões com um aumento de 35,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Sua receita líquida foi de R$ 220,2 milhões, uma variação de 18,6% em comparação ao primeiro trimestre de 2014. Com um Ebitda de R$ 112,8 milhões e 15,6% maior que em 2014, fechou o trimestre com margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) de 54,8%, 0,6 pontos percentuais a mais que em 2014, quando foi de 54,2%.

Comgas
A companhia de gás Comgas (CGAS5) encerrou este primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 50,5 milhões, uma redução de 60,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Sua receita fechou praticamente estável, 1,1% acima comparada à do ano passado, em R$ 1,53 bilhão. O volume de comercialização, que sofreu impacto por causa da economia em desaceleração, teve queda de 0,8% na comparação anual, para 1,30 bilhão de metros cúbicos. No segmento industrial, o consumo caiu 2,3%, indo para 892,3 milhões de metros cúbicos.

Guararapes
O maior grupo empresarial de moda do Brasil, Guararapes Confecções S.A (GUAR3) – dona da marca Riachuelo -, fechou o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 84,9 milhões, um crescimento de 18,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Sua receita líquida atingiu um crescimento 23,1%, chegando a R$ 1,09 bilhão neste trimestre. O Ebitda totalizou R$ 167,8 milhões, aumento de 17,3%. A margem Ebitda, em contrapartida, caiu, fechando em 22,3% em 2015 contra 22,7% do primeiro trimestre de 2014.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.