As ações mais procuradas pelos vendidos nos últimos dias, mas cuidado com 3 delas

Entre os papéis, três merece atenção redobrada dos investidores diante do risco de um possível "short squeeze"

Paula Barra

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SÃO PAULO – Investidores que apostam na queda do mercado seguem ganhando força na Bolsa. Dados do penúltimo dia de abril mostram que o volume movimentado no mês com aluguel de ações da Bovespa cresceu em R$ 1,7 bilhão – dando uma prévia de que a evolução em apostas vendidas segue em expansão desde março. 

Entre os ativos mais procurados pelos vendidos nos últimos dias, aparecem as ações da Telefônica Brasil (VIVT4), PDG Realty (PDGR3), Vale (VALE3), Petrobras (PETR3), Pão de Açúcar (PCAR4) e BM&FBovespa (BVMF3), segundo dados da mesa de BTC da XP Investimentos.  

Dessas, o operador da mesa da XP, Guilherme Belloni, diz que três merecem uma atenção redobrada diante do risco de um possível “short squeeze”, que poderia pegar os vendidos desprevenidos. O “short squeeze” ocorre quando existe muita demanda pelo aluguel de um ativo, mas pouca oferta, fazendo com que o investidor recompre as ações para liquidar a operação na Bolsa, provocando uma disparada nas ações. O movimento pode ocorrer também caso o volume alugado em determinado ativo bata o limite estabelecido pela Bovespa. 

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Uma delas é a ação ordinária da Vale (VALE3). “O mercado está bastante pressionado no ativo. Teve alocação de estrangeiro em commodities (compra de PETR e VALE) e a posição short (vendida) dobrou em abril. Estamos monitorando um possível squeeze (aperto dos vendidos)”, comenta. A posição alugada nas ações VALE3 passaram de 44 milhões no início de março para 82 milhões no final de abril – montante que corresponde a 6,5% do free float (ações em circulação no mercado). A taxa para tomar o ativo emprestado chegou a bater 11% ao ano, mas negocia agora abaixo de 5% a.a.. Belloni explica, no entanto, que como houve aumento na posição comprada no ativo o risco de “short squeeze” pode ser mitigado. 

Outros papéis que estão em situação similar são Pão de Açúcar e BM&FBovespa. No caso do Pão de Açúcar, o operador comenta que a demanda continua no mesmo nível, mas houve uma grande redução na oferta do papel, gerando um grande fluxo de recompra nas ações. Já sobre BM&FBovespa, ele diz que, apenas em abril, a posição alugada na ação dobrou – passando de 43 milhões para 87 milhões -, enquanto houve uma redução dos “doadores” (investidores que colocam as ações em disposição para aluguel). “O fluxo desse nome na última semana foi muito forte e recomendamos que os investidores fiquem de olho”.