Impeachment de Dilma por corrupção na Petrobras não pode ser descartado, diz Eurasia

Chefe de pesquisas reforçou a visão de que há uma chance de 20% de um impeachment da presidente Dilma Roussseff. "Isto não é pouco" em termos de probabilidade, disse ele.

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – O caso de corrupção envolvendo a Petrobras é o maior desafio do País porque a falta de crédito para construtoras poder afetar os investimentos, afirmou Christopher Garman, chefe de pesquisas para mercados emergentes da Eurasia, em entrevista para a Bloomberg. Segundo ele, a Petrobras, junto com a crise de energia e água e dificuldades políticas após vitória de Cunha na Câmara, criam uma “tempestade perfeita” para o governo, como declarado pelo presidente da consultoria para a Revista Time.

Garman reforçou ainda a visão da Eurasia de que há uma chance de 20% de um impeachment da presidente Dilma Roussseff. “Isto não é pouco” em termos de probabilidade, disse ele. Porém, Garman ressalta que um resultado de impeachment depende das investigações envolvendo a Petrobras. Segundo ele, é preciso que encontrem alguma forte evidência do envolvimento da presidente nos esquemas, algo que ainda não foi encontrado.

Para ele, o risco também passa pelo fato da presidente manter ou não o apoio do PT, assim como sua popularidade, que tem registrado forte queda nos últimos meses. Por outro lado, ele destaca como uma boa notícia para o Brasil o fato de que Dilma parece comprometida com o ajuste fiscal e que seu apoio a Joaquim Levy não é de curto prazo.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.