Veja as ações que mais ganharam e perderam valor no primeiro mandato de Dilma

Entre as maiores altas, Kroton aumentou seu valor em 1.784%, enquanto a Ambev ganhou R$ 110 bilhões; na ponta negativa, Petrobras e Vale lideram com folga como empresas que mais perderam

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (31) termina o primeiro turno da presidente Dilma Rousseff (PT) e entre críticas e elogios um ciclo se encerra. Nestes quatro anos que passaram, grandes empresas perderam valor de mercado, como a Petrobras (PETR3; PETR4) e a Vale (VALE3; VALE5), enquanto a Ambev (ABEV3), que no fim de 2010 valia R$ 144,36 bilhões, hoje é a empresa mais valiosa da Bovespa, a R$ 254,62 bilhões.

Levantamento realizado pela consultoria Economatica mostra que todas as 10 empresas que mais ganharam valor de mercado estão dentro do Ibovespa e que metade delas estão hoje entre as mais valiosas da Bolsa. Conhecidas por seu perfil mais defensivo, a Ambev e a Cielo (CIEL3), lideram a lista, sendo que a companhia de meios de pagamento ganhou R$ 44,12 bilhões de valor em 4 anos, atingindo agora os R$ 62,41 bilhões.

Entre as 10 que mais ganharam valor aparecem dois bancos privados, o Bradesco (BBDC3; BBDC4), na terceira colocação, passando de R$ 109,76 bilhões em 31 de dezembro de 2010 para atuais R$ 146,00 bilhões. Enquanto isso, o Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou R$ 22,01 bilhões, o que o deixa na sétima colocação.

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Na lista também aparece a Kroton (KROT3), empresa que desde que entrou no Ibovespa em 2013 lidera os ganhos entre as ações do índice com facilidade. Durante o primeiro mandato de Dilma, a companhia educacional ganhou R$ 25,49 bilhões, saltando de R$ 1,43 bilhões para R$ 26,92 bilhões de valor de mercado. Confira abaixo as 10 empresas que mais ganharam valor neste período:

Empresa Valor de mercado
em 31/12/2010
Valor de mercado
em 26/12/2014
Variação (R$) Variação (%)
Ambev R$ 144,36 bilhões R$ 254,62 bilhões +110,26 bilhões +76,4
Cielo R$ 18,30 bilhões  R$ 62,41 bilhões +44,12 bilhões +241,1
Bradesco R$ 109,76 bilhões R$ 146,00 bilhões +36,24 bilhões +33,0
BRF R$ 23,83 bilhões R$ 54,77 bilhões +30,94 bilhões +129,8
Telefônica R$ 20,60 bilhões R$ 49,61 bilhões +29,01 bilhões +140,8
Kroton R$ 1,43 bilhões R$ 26,92 bilhões +25,49 bilhões +1.784
Itaú Unibanco R$ 159,67 bilhões R$ 181,68 bilhões +22,01 bilhões +13,8
Ultrapar R$ 14,08 bilhões R$ 28,20 bilhões +14,12 bilhões +100,3
JBS R$ 17,87 bilhões R$ 31,67 bilhões +13,80 bilhões +77,2
TIM R$ 14,74 bilhões R$ 28,31 bilhões +13,60 bilhões +92,1
Fonte: Economatica

Apesar de estar apenas em sexto lugar entre as empresas que mais ganharam valor em 4 anos, a Kroton lidera a lista quando consideramos esse ganho em porcentagem, com incríveis 1.784% de alta neste período. Vale destacar, porém, que a lista das empresas que mais ganharam valor em porcentagem acaba apresentando diversos papéis com baixo valor de mercado e menor liquidez, já que com um menor valor, a cada ganho de valor, a representação em porcentagem é bem maior. Confira abaixo as 10 que mais ganharam valor com esse critério:

Empresa Valor de mercado
em 31/12/2010
Valor de mercado
em 26/12/2014
Variação (R$) Variação (%)
Kroton R$ 1,43 bilhões R$ 26,92 bilhões +25,49 bilhões +1.784
Biomm R$ 44 milhões R$ 262 milhões +218 milhões +491,7
Equatorial R$ 1,24 bilhões R$ 5,40 bilhões +4,16 bilhões +334,9
Celpa R$ 578 milhões R$ 2,48 bilhões +1,90 bilhões +329,3
Renova R$ 1,07 bilhões R$ 3,98 bilhões +2,92 bilhões +274
Estácio R$ 2,22 bilhões R$ 7,92 bilhões +5,70 bilhões +257,5
Excelsior R$ 14 milhões R$ 50 milhões +35 milhões +250,6
Cielo R$ 18,30 bilhões R$ 62,41 bilhões +44,12 bilhões +241,1
Raia Drogasil R$ 2,53 bilhões R$ 8,09 bilhões +5,56 bilhões +219,4
Kepler Weber R$ 458 milhões R$ 1,31 bilhões +851 milhões +185,6
Fonte: Economatica

As maiores quedas
Por outro lado, as maiores perdas de valor durante o primeiro governo de Dilma ficou com duas das maiores empresas da Bolsa, a estatal Petrobras e a mineradora Vale. A primeira lidera a lista com folga, perdendo R$ 249,24 bilhões de valor em 4 anos, praticamente o mesmo que a Ambev (maior empresa da Bovespa) vale hoje.

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Enquanto isso, a Vale, que este ano sofreu com a queda do preço do minério de ferro, perdeu R$ 168,14 bilhões, passando de R$ 275,01 bilhões em dezembro de 2010 para atuais R$ 106,87 bilhões. Vale destacar ainda as empresas siderúrgicas, com CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) também aparecendo na lista.

Voltando ao top 3, destaque para OGPar (OGXP3), antiga OGX Petróleo, que viu seu auge no início do governo Dilma, mas nos últimos dois anos entrou em uma forte derrocada, levando o valor de mercado da companhia cair de R$ 64,66 bilhões para atuais R$ 291 milhões. Confira abaixo as empresas que mais perderam valor:

Empresa Valor de mercado
em 31/12/2010
Valor de mercado
em 26/12/2014
Variação (R$) Variação (%)
Petrobras R$ 380,25 bilhões R$ 131,01 bilhões -249,24 bilhões -65,5
Vale R$ 275,01 bilhões R$ 106,87 bilhões -168,14 bilhões -61,1
OGPar R$ 64,66 bilhões R$ 291 milhões -64,37 bilhões -99,5
Santander R$ 86,46 bilhões R$ 50,17 bilhões -36,29 bilhões -42,0
CSN R$ 38,88 bilhões R$ 8,34 bilhões -30,54 bilhões -78,6
Banco do Brasil R$ 89,88 bilhões R$ 68,67 bilhões -21,21 bilhões -23,6
Eletrobras R$ 26,21 bilhões R$ 8,46 bilhões -17,75 bilhões -67,7
Gerdau R$ 31,14 bilhões R$ 15,19 bilhões -15,95 bilhões -51,2
Usiminas R$ 20,02 bilhões R$ 8,78 bilhões -11,24 bilhões -56,1
Bradespar R$ 15,23 bilhões R$ 4,61 bilhões -10,62 bilhões -69,7
Fonte: Economatica

Já quando consideramos as perdas em porcentagens, as três primeiras colocações são todas de empresas fundadas por Eike Batista, que por coincidência, hoje estão em recuperação judicial: OGX, OSX (OSXB3) e MMX (MMXM3) lideram a lista das perdas de valor, seguidas pela HRT (HRTP3). Na lista, apenas a Rossi, que está na nona colocação, faz parte do Ibovespa. Confira abaixo o top 10:

Empresa Valor de mercado
em 31/12/2010
Valor de mercado
em 26/12/2014
Variação (R$) Variação (%)
OGPar R$ 64,66 bilhões R$ 291 milhões -64,37 bilhões -99,5
OSX Brasil R$ 5,42 bilhões R$ 88 milhões -5,33 bilhões -98,4
MMX Mineração R$ 5,31 bilhões R$ 94 milhões -5,22 bilhões -98,2
HRT R$ 7,35 bilhões R$ 137 milhões -7,21 bilhões -98,1
Viver R$ 984 milhões R$ 34 milhões -951 milhões -96,6
Inepar R$ 533 milhões R$ 20 milhões -514 milhões -96,3
All Ore R$ 418 milhões R$ 18 milhões -400 milhões -95,7
Mangels R$ 187 milhões R$ 8 milhões -179 milhões -95,6
Rossi R$ 3,93 bilhões R$ 299 milhões -3,64 bilhões -92,4
Estrela R$ 76 milhões R$ 6 milhões -70 milhões -92,3
Fonte: Economatica

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.