Vale despenca até 4%, siderúrgicas derretem e Ambev cai até 3%; veja os destaques

Também no radar dos investidores estiveram as ações da Embraer, que subiram após incentivo do governo e os papéis da Positivo, que fecharam com alta de quase 10% em meio à temporada de resultados

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – A terça-feira (11) foi negativa para a Bolsa, com o Ibovespa fechando com queda de 0,48%, a 52.474 pontos. A sessão foi resumida por cortes de recomendação, pessimismo com preço do minério de ferro e a temporada de resultados do terceiro trimestre, que chega ao fim na sexta-feira. Entre os destaques estiveram as ações da Vale, que renovaram hoje o menor patamar deste abril de 2009 e fecharam entre as maiores quedas do principal índice de ações da Bolsa após o Citi cortar recomendação dos papéis da mineradora hoje.

Chamaram atenção também as ações da Embraer, que após caírem forte na sessão de ontem, hoje fecharam entre os maiores ganhos do Ibovespa em meio à notícia de estímulos do governo. Além dela, destaque também para as ações da Ambev, que fechou com forte queda nesta sessão após corte de recomendação dos papéis vindos da JPMorgan. O banco americano revisou a classificação de overweight (desempenho acima da média) para neutra. Fora do Ibovespa, as ações da Mills disparam mais de 10% após programa de recompra de ações.

Vale mencionar também as ações do setor siderúrgico, que fechou em queda nesta terça. Além dela, a temporada de resultados também trouxe alguns destaques, como as ações da São Martinho, Metal Leve, Marcopolo e Positivo Informática, que fora do Ibovespa fecharam com ganhos após a divulgação de seus balanços do terceiro trimestre.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira os principais destaques da Bolsa nesta sessão:

Vale (VALE3, R$ 22,57, -3,13%; VALE5, R$ 19,44, -3,67%) e siderúrgicas
As ações da Vale deram continuidade ao movimento negativo da véspera e fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta manhã. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 14,10, -3,29%), holding que detém participação na Vale.  

Com a forte derrocada nesta sessão, as ações preferenciais da Vale bateram na mínima do dia seu menor patamar desde abril de 2009. Na mínima da sessão, os papéis PNs da mineradora chegaram a cair 4,51%, a R$ 19,27. 

Continua depois da publicidade

A Citi Corretora cortou a recomendação da Vale para venda, vendo pouca chance de recuperação em meio à revisão para baixo para o preço do minério de ferro – principal produto da Vale – para US$ 65 a tonelada entre 2015 e 2016. Somente em 2014, a commodity já caiu 44%, atingindo o menor patamar em cinco anos. 

As ações das siderúrgicas também caíram forte neste pregão. Gerdau (GGBR4, R$ 11,09, -2,20%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 13,33, -2,34%), CSN (CSNA3, R$ 7,48, -4,47%) e Usiminas (USIM5, R$ 5,37, -3,07%) fecharam com desvalorização de mais de 2% hoje. O Citi reiterou venda para as ações da CSN. 

Embraer (EMBR3, R$ 24,02, +3,18%)
Após forte queda na véspera, as ações da Embraer fecharam em alta em meio à estímulo do governo. Os papéis mostraram recuperação, depois de caírem 1,42% na mínima do dia, após o governo fechar acordo para votação da Medida Provisória da aviação regional. O relator da MP da aviação voltou atrás e manteve a proposta original de teto de subsídio. Do momento em que saiu a notícia, por volta de 11h, a ação subiu mais de 2,5% até agora. A companhia competirá para demanda de aviões menores com estímulo. 

Continua depois da publicidade

Petrobras (PETR3, R$ 13,49, +0,60%; PETR4, R$ 14,00, +0,14%)
Após caírem mais de 2% em sua mínima intradiária, as ações da Petrobras fecharam com leve alta nesta sessão. Depois do Departamento de Justiça americano e a SEC estariam investigando as denúncias de corrupção na estatal, hoje, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) realiza julgamento envolvendo a Petrobras sobre governança. Os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef serão julgados pelo colegiado da CVM por terem votado nas eleições para vagas reservadas aos acionistas minoritários nos conselhos de administração e fiscal da petroleira nas assembleias de 2011 e 2012. 

Segundo a XP Investimentos, as notícias negativas devem seguir pesando sobre as ações da companhia. Mercado está menos preocupado com a divulgação do resultado, que deve ser divulgado na próxima sexta-feira, comentaram os analistas.

Ambev (ABEV3, R$ 16,00, -1,96%)
As ações da Ambev fecharam em queda nesta terça em meio ao corte de recomendação do Goldman Sachs. O banco americano revisou a recomendação de overweight (desempenho acima da média) para neutra. Em sua mínima intradiária, os papéis caíram até 3% nesta sessão.

Publicidade

Metal Leve (LEVE3, R$ 23,58, +4,52%)
Entre a temporada de balanços, os papéis da Metal Leve fecharam em alta com resultado do terceiro trimestre. Segundo o Itaú BBA, o balanço da empresa veio em linha com o esperado. O mercado doméstico fraco, incluindo Brasil e Argentina, continuou impactando a companhia, com as vendas tanto para as montadoras quanto para o mercado de reposição registrando declínio anual de 16% e 1,5%, respectivamente, comentou a corretora. 

Eztec (EZTC3, R$ 20,35, +3,67%)
As ações da Eztec fecharam em alta também após a divulgação de resultado. Para a Citi Corretora, o balanço da construtora do terceiro trimestre veio em linha com o esperado. A receita líquida ficou em R$ 231 milhões, alta de 9% na comparação anual, enquanto o lucro líquido ficou em R$ 125 milhões, registrando expansão de 10% na mesma base de comparação. 

São Martinho (SMTO3, R$ 38,20, +0,66%)
As ações da São Martinho também fecharam em alta após balanço do terceiro trimestre. Apesar do declínio na comercialização de açúcar e etanol, a empresa apresentou resultados acima do esperado no trimestre, comentou o Itaú BBA. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado veio em R$ 256 milhões, 17% acima do esperado pela corretora e 7,7% maior do que o apresentado no mesmo período do ano passado, com a maior parte ligada à cogeração de energia.  

Continua depois da publicidade

Marcopolo (POMO4, R$ 4,12, +0,98%)
As ações da Marcopolo fecharam com leve alta neste pregão após balanço do terceiro trimestre. O lucro líquido da fabricante de ônibus caiu mais de 30% no terceiro trimestre, na comparação anual, pressionado por despesas financeiras maiores. A empresa divulgou nesta segunda-feira lucro líquido de R$ 56,7 milhões entre julho e setembro, 34,8% menor em relação aos R$ 86,9 milhões um ano antes.

Segundo a XP, o resultado da companhia foi satisfatório, dado o cenário desafiador que o setor enfrenta e resultados ruins no trimestre passado. Observamos uma boa recuperação de produção no segmento Rodoviário Interno, que apesar de manter uma receita abaixo de 2013, mostrou boa evolução com relação a performance do trimestre anterior, comentaram os analistas.

Positivo (POSI3, R$ 2,35, +9,81%)
As ações da Positivo subiram forte após divulgação do resultado. A companhia mostrou receita líquida de R$ 534,3 milhões no terceiro trimestre, queda de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o lucro líquido ficou em R$ 13,5 milhões, revertendo prejuízo de R$ 18,9 milhões. A companhia teve sua recomendação elevada pelo Bradesco BBI, de market perform (desempenho em linha com a média) para outperform (desempenho acima da média).

Publicidade

Valid (VLID3, R$ 38,65, -0,39%)
A Valid teve receita líquida de R$ 342,8 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 8,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o lucro líquido ajustado ficou em R$ 44,3 milhões, expansão de 117,2% na mesma base de comparação. Segundo a Citi Corretora, a empresa entregou um sólido resultado no período, com crescimento mais rápido e altas margens que mostram que a reestruturação na divisão de meios de pagamentos foi finalizada com sucesso.

Saraiva (SLED4, R$ 10,94, -4,04%)
Depois de desabarem mais de 12% na véspera, as ações da Saraiva voltaram a figurar no negativo nesta sessão. Na segunda-feira, os papéis da empresa caíram em meio à notícia de que o diretor da companhia Michel Jacques Levy solicitou seu desligamento da empresa, tendo trabalhado na Saraiva durante um ano.

Em nota, a companhia ainda destacou que a partir de hoje, o vice-presidente do Conselho de Administração e diretor presidente da companhia passa a liderar e coordenar o grupo executivo da empresa. A Saraiva frisa ainda que o agora ex-diretor possuía “visão estratégica, e idêntica capacidade de liderança”, tendo compartilhado “suas crenças com a companhia e prestado relevante auxílio na seleção e organização dos profissionais que hoje compõe o destacado grupo executivo da Saraiva”. 

Guararapes (GUAR4, R$ 83,00, -6,30%)
As ações da Guararapes, dona da rede Riachuelo, fecharam com forte queda hoje após balanço do terceiro trimestre. A companhia registrou lucro líquido de R$ 92,7 milhões no período, com crescimento de 3,7% sobre o resultado do mesmo trimestre de 2013. Segundo a empresa, o lucro do terceiro trimestre sofreu um impacto negativo por conta da inclusão, no período, de juros sobre capital próprio pagos a investidores. 

Mills (MILS3, R$ 12,65, +10,00%)
As ações da Mills dispararam nesta sessão após anúncio de programa de recompra de até 4 milhões de ações. Essa é a primeira alta depois de sete quedas consecutivas. O prazo máximo para o programa é de 365 dias a contar a partir de ontem. 

Eneva (ENEV3, R$ 0,71, -1,39%)
As ações da Eneva chegaram a disparar hoje, subindo 17% em sua máxima intradiária, mas fecharam em queda nesta terça, com investidores realizando os ganhos do período. A companhia recebeu compensação de R$ 336 milhões em decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) no que se refere ao recálculo de ressarcimentos devidos a título de indisponibilidade de duas usinas, segundo comunicado da empresa enviado hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Na véspera, os papéis da companhia fecharam em alta de 26,32%.