Petrobras cai quase 7%, Usiminas despenca 8% e Santander cai 7% antes de OPA

Além delas, Gol também despenca com investidores "realizando" os ganhos após alta de mais de 15% ontem e Vale volta a cair com corte de recomendação do Credit Suisse

Paula Barra

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SÃO PAULO – Passada a “euforia” vista nos mercados ontem, a quarta-feira (29) voltou a ser negativa na Bolsa, com o Ibovespa fechando em sua mínima, com queda de 2,45%, a 51.049 pontos. A temporada de resultados voltou ao radar do investidor, mas ainda com o cenário político em vista. Entre os destaques desta quarta está a Petrobras, que voltou a cair forte na sessão, além do Santander, que despencou um dia antes da OPA (Oferta Pública de Ações). A expectativa do mercado é de que, passada a oferta, as ações da companhia caiam ainda mais.

Entre as maiores quedas estiveram também as ações da Usiminas, que fechou com queda de mais de 8% após divulgar seus resultados. Além dela, a Vale também viu seus papéis caírem com sua recomendação revisada para baixo pelo Credit Suisse e a Gol fechou em queda após disparar mais de 15% ontem com a alta do dólar e recomendação.

Vale mencionar que nesta quarta ainda o Federal Reserve decidiu reduzir em US$ 15 bilhões suas compras mensais de ativos, o que leva ao fim do Quantitative Easing 3, terceira “parte” do programa de estímulos à economia iniciado em 2012. Desde que começou, a autoridade norte-americana comprou US$ 1,6 trilhões em títulos para ajudar a impulsionar os Estados Unidos.

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Por outro lado, chamou atenção novamente as empresas com perfil mais defensivo, que vêm ganhando força na Bolsa desde a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Destaque para as ações da BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,00, +1,14%) e Kroton (KROT3, R$ 16,39 +0,86%). Subiram hoje também papéis de empresas do setor de construção civil: Even (EVEN3, R$ 5,04, +0,20%e Cyrela (CYRE3, R$ 11,95, +0,4%).

Confira os principais destaques da Bolsa hoje:

Petrobras (PETR3, R$ 13,53, -6,75%; PETR4, R$ 14,02, -6,72%)
Depois de dia de “euforia” na Bolsa ontem, as ações da Petrobras fecharam em forte queda nesta quarta, em meio à notícia de que o tão esperado reajuste dos preços dos combustíveis não deve sair tão cedo, além de um relatório do Goldman Sachs. Ontem, uma matéria da Bloomberg informou que o governo deve esperar um pouco mais para elevar os preços, citando uma fonte com conhecimento nas discussões. Segundo a XP Investimentos, essa informação, se confirmada, só reitera a visão de que a interferência na companhia permanecerá e dificilmente os investidores poderão ver medidas pró-empresa.

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Hoje, o Goldman Sachs reduziu a recomendação para as ações da empresa de compra para neutro e excluiu o papel da “LatAm Spotlight List”. Segundo o banco, o motivo é que o papel segue dependente da política de preços de combustíveis doméstica e do movimento cambial, que segue imprevisível. 

Santander (SANB11, R$ 14,01, -6,91%)
As units do Santander desabaram nesta sessão, a um dia do leilão da OPA (Oferta Pública de Aquisição), atingindo o menor patamar desde o final de abril (quando foi anunciada a oferta). A OPA das ações do Santander Brasil ocorrerá amanhã na BM&FBovespa e será feita pelo Santander, referente aos 24,7% que o banco não controla da filial brasileira.

Segundo o analista Thiago Souza, da XP Investimentos, o mercado acredita que as ações do Santander vão cair após a OPA, uma vez que o que estava segurando os preços no patamar atual era a própria oferta. “O banco não tem retorno ou desempenho operacional para negociar a esse valor de patrimônio líquido ou próximo disto. O mercado só está convergindo, novamente, para o valor fundamentalista do ativo”, comentou. 

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Vale (VALE3, R$ 24,76, -5,28%; VALE5, R$ 21,46, -5,17%)
As ações da Vale fecharam entre as maiores quedas da principal carteira de ações da Bolsa, um dia antes da divulgação dos seus resultados do terceiro trimestre e em meio ao corte de recomendação do Credit Suisse. O banco revisou a classificação dos papéis da mineradora de neutra para underperform (desempenho abaixo da média) hoje. As ações fecharam com desempenho próximo das suas mínimas intradiárias. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 16,44, -6,16%), holding que detém papéis da Vale. 

Usiminas (USIM5, R$ 5,47, -8,07%)
As ações da Usiminas lideraram as perdas do Ibovespa nesta quarta e fecharam com forte queda, após frustrar as expectativas do mercado para resultado do terceiro trimestre, que já eram relativamente baixas. Segundo a XP Investimentos, o resultado da companhia foi ruim, tanto no segmento de mineração como em siderurgia, refletindo o cenário desafiador que o setor enfrenta. A companhia mostrou receita líquida de R$ 2,9 bilhões no período, queda de 1,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2013, e prejuízo de R$ 24 milhões. 

Diante da queda dos papéis da companhia hoje, outras ações do setor de siderurgia também fecharam no vermelho: Gerdau (GGBR4, R$ 10,95, -1,97%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 13,22, -1,56%) e CSN (CSNA3, R$ 8,00, -4,19%).  

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ALL (ALLL3, R$ 6,42, +0,78%)
As ações da ALL fecharam com alta após divulgação da prévia dos resultados, chegando a oscilar mais de 5% entre sua máxima e mínima intradiária. A companhia registrou Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 507,7 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 0,8% na comparação anual. De acordo com a empresa, apesar de cenário operacional melhor no Porto de Santos (SP), após dois acidentes ocorridos no ano passado, a situação foi difícil em termos de demanda no trimestre, que afetou tanto os volumes transportados como as tarifas na malha ferroviária.

Cemig (CMIG4, R$ 14,15, -1,87%)
As ações da Cemig fecharam com perdas nesta sessão. Ontem, a companhia informou a conclusão da entrada da Cemig GT no bloco de controle da Renova Energia. Segundo a Planner Corretora, a notícia é neutra. O mercado já esperava esta ampla subscrição da Cemig GT (99,99% do total correspondente a R$ 1,55 bilhão) de modo a concluir sua entrada no bloco de controle da empresa. Após a homologação do aumento de capital, a participação da Cemig GT passa a ser de 27,37% do capital social total da companhia e 36,62% do capital votante.  

CCR (CCRO3, R$ 17,18, -1,83%)
Depois de disparar por dois pregões, as ações da CCR também fecharam em queda em dia negativo na Bolsa e após divulgar resultado do terceiro trimestre. Ontem à noite, a companhia revelou seu balanço, mostrando crescimento de receita e margens operacionais, mas a elevação dos juros fez com que o lucro líquido da companhia fosse menor que no mesmo período do ano passado. Para a Planner Corretora, o resultado ficou em linha com suas projeções, apesar da queda do tráfego ser maior que aquele que esperava. 

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Prumo (PRML3, R$ 0,57, +7,55%)
As ações da Prumo, ex-LLX, fecharam o pregão com forte alta em meio à aprovação do aumento de capital de até R$ 650 milhões, com emissão de 700 milhões a 1 bilhão de ações, ao valor unitário de R$ 0,65. Na máxima do dia, os papéis da companhia chegaram a subir 11,32%, a R$ 0,59.  

Ambev (ABEV3, R$ 15,63, +0,06%)
As ações da Ambev fecharam praticamente estáveis, com leve alta, após o Goldman Sachs elevar a recomendação para suas ações, que passaram de neutra para compra. 

Cielo (CIEL3, R$ 38,94, -0,87%)
Chegando a subir 1,78% na sua máxima intradiária, as ações da Cielo não conseguiram segurar o movimento e fecharam com leve queda nesta sessão. A empresa teve lucro praticamente em linha com as previsões do mercado no período, mesmo com a estagnação da economia brasileira e de maiores despesas. A maior empresa de meios eletrônicos de pagamento do país anunciou na terça-feira que o lucro líquido atribuído a acionistas da companhia somou R$ 817,4 milhões no período, alta anual de 18,5%. O lucro contábil foi de R$ 820,5 milhões, avanço de 18,7%. A previsão média de analistas consultados pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 808 milhões.

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Gol (GOLL4, R$ 11,69, -6,10%)
Após arrancada de mais de 15% no dia de ontem, as ações da Gol fecharam com forte queda nesta sessão, com os investidores aproveitando o pico de ontem para realizarem seus ganhos. Contribuiu para o desempenho dos papéis nesta sessão também a queda do dólar, que após aliviar as perdas, fecharam próximos da estabilidade, com queda de 0,22%, cotado a R$ 2,46.

Ontem a companhia teve sua recomendação elevada de market perform (desempenho em linha com a média) para outperform (desempenho acima da média) pela Raymond James. O preço-alvo das ações em 12 meses é de US$ 6. Nesta sessão, o dólar fechou com queda de 1,93%, cotado a R$ 2,47. Destaque também para a notícia de que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) permitiu a alocação de uma frequência semanal à companhia aérea Gol para realização de serviços aéreos mistos entre o Brasil e EUA. Para a TAM, foram alocadas 14 frequências semanais.