Ibovespa registra ganhos com tom positivo no exterior e à espera de pesquisas

Índice registra ganhos após baixa na última sessão, com destaque para Petrobras; mercado aguarda pela divulgação do Ibope amanhã, enquanto exterior repercute falas de Mario Draghi, do BCE

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa registra fortes ganhos na sessão desta segunda-feira (25), na expectativa pela divulgação das próximas pesquisas eleitorais e de olho no cenário externo, com os discursos de autoridades monetárias ressaltando novos estímulos econômicos na Europa e no Japão. Às 10h20 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 0,85%, a 58.900 pontos, com destaque para a Petrobras (PETR3PETR4), que sobe cerca de 2%.

Nesta semana, o mercado fica de olho nas próximas pesquisas eleitorais. A pesquisa Ibope em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro deve ser divulgada amanhã e uma nova pesquisa Datafolha está agendada para ser realizada esta semana. De acordo com o Bom Dia Mercado, da Agência Estado, o Ibope poderá mostrar amanhã a candidata do PSB Marina Silva bem à frente de Aécio Neves, com um porcentual em torno de 27% das intenções de voto.

Enquanto isso, Dilma Rousseff estaria mantendo um teto de 38% das intenções de voto. Conforme destaca o boletim, o Ibope será decisivo para confirmar a tendência mostrada no Datafolha, onde Marina venceria Dilma por 47% a 43%. De acordo com José Roberto de Toledo, em coluna para o Estado de S. Paulo, a divulgação da pesquisa será na terça-feira, às 18h no site do jornal e deve mostrar “Marina Silva surfando uma onda de opinião pública de proporções havaianas”. 

Não perca a oportunidade!

No cenário econômico nacional, destaque para a pesquisa Focus. A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014 diminuiu para 0,70%, ante 0,79% da semana anterior – esta é a 13ª semana consecutiva que os economistas diminuem as estimativas para o crescimento da atividade econômica brasileira. Para 2015, os economistas mantiveram a projeção do PIB, para 1,20%.

Em relação à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014, os economistas aumentaram a projeção para 6,27%, ante 6,25%, e continuou abaixo do teto da meta, enquanto para o próximo ano a projeção aumentou para 6,28%. 

No noticiário corporativo, o destaque fica mais uma vez para a Petrobras. Após o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, aceitar um acordo em que ele faria delação premiada com procuradores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff disse no domingo que “não se pode confundir as pessoas com as instituições” e que a Petrobras está acima de eventuais desvios de conduta cometidos por seus integrantes. 

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A decisão de Costa, na última sexta-feira, ocorreu no mesmo dia em que a Justiça autorizou a busca e apreensão em 13 empresas no Rio de Janeiro que pertencem a uma filha, um genro e um amigo do empresário. Essa decisão pode mudar o rumo das investigações sobre a petrolífera já que Costa teria afirmado na prisão que se contasse tudo que sabe à Justiça, as eleições deste ano não ocorreriam. As ações registram ganhos nesta sessão.

Por outro lado, as ações da JBS (JBSS3) registram baixa de cerca de 4,05%, a R$ 8,77.


As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são: 

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 RSID3 ROSSI RESID ON 1,29 +2,38
 MMXM3 MMX MINER ON 0,97 +2,11
 PETR3 PETROBRAS ON 20,10 +1,93
 PETR4 PETROBRAS PN 21,32 +1,91
 GFSA3 GAFISA ON 3,29 +1,86

Jackson Hole movimenta cenário internacional
Já no cenário internacional, as bolsas asiáticas fecharam sem uma direção única, enquanto os benchmarks da Europa sobem com possível estímulo econômicos após comentários de Mario Draghi, presidente do BCE (Banco Central Europeu), em Jackson Hole. 

O presidente da autoridade monetária falou que as apostas em alta da inflação na região da zona do euro têm caído significativamente. Draghi disse que o banco central está preparado para responder com todas as ferramentas “disponíveis” caso a inflação recue mais. As bolsas do continente reagem também ao índice IFO de confiança dos negócios da Alemanha, que caiu pelo 4º mês consecutivo.

As bolsas asiáticas também repercutiram as falas do presidente do BCE e do BC do Japão, movimentando o câmbio dos países. O dólar subiu ante o iene e o euro nesta segunda-feira à medida que investidores apostavam que as taxas de juros estão caminhando em rumos divergentes nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. Em um tom também “dovish”, o presidente do BC japonês Haruhiko Kuroda prometeu avançar com um afrouxamento monetário agressivo por quanto tempo for necessário para convencer o público de que a deflação está morta e enterrada.

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(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.