Ibovespa Futuro fica quase estável, digerindo Focus e à espera de dados dos EUA

Focus revisou pela quinta vez seguida o PIB brasileiro para baixo, enquanto mercado segue na expectativa pela divulgação de dados de emprego nos EUA nesta semana; Petrobras e concessionárias no radar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre a semana próxima à estabilidade, após registrar uma forte queda de 2,71% no período anterior no índice à vista. Às 09h17 (horário de Brasília), o contrato futuro com vencimento em agosto registrava leve queda de 0,09%, a 53.815 pontos, com o mercado digerindo os dados do Focus, e na expectativa por novos números da economia norte-americana.

Os economistas de instituições financeiras revisaram para baixo pela quinta vez expectativa a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014, que diminuiu para 1,10%, ante 1,16% da semana anterior. Já para 2015, a projeção do PIB foi para 1,50%, ante expectativa de expansão de 1,60% na semana anterior. Em relação à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014, os economistas mantiveram em 6,46% e continuou abaixo do teto da meta, enquanto para o próximo ano a projeção também foi mantida em 6,10%. 

No noticiário corporativo, mais uma vez, o destaque fica com a Petrobras (PETR3;PETR4). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a presidente da companhia, Graça Foster, negou enfaticamente que haverá um novo aumento de capital até 2030. Os rumores de uma nova capitalização voltaram à tona após o anúncio da cessão onerosa, que custará R$ 15 bilhões à companhia até 2018. 

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Enquanto isso, no final da semana passada, a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) definiu reajuste médio de 5,29% para pedágios no estado. As novas tarifas passaram a valer a partir de 1° de julho. O aumento, no entanto, ficou abaixo do IPCA, índice de preços que normalmente define o reajuste anual, que está em 6,37% no acumulado de 12 meses.

O porcentual de aumento varia dependendo da praça de pedágio. Entre as empresas listadas em Bolsa, as tarifas de pedágio nos acessos de Diadema e Eldorado da Rodovia Imigrantes, administrada pela Ecovias, empresa do Grupo Ecorodovias (ECOR3), não terão aumento, por exemplo. Já o pedágio principal da mesma rodovia terá um reajuste de 3,77%, passando de R$ 21,20 para R$ 22. Por outro lado, a tarifa da CCR Autoban (CCRO3) (que administra o sistema Anhanguera Bandeirantes) recebeu aumento de 5,38% neste ano. 

O mercado segue de olho nos indicadores dos EUA. Nesta data, o mercado fica de olho no ISM Index e nos dados de gastos com construção. Nesta semana, serão revelados os dados de emprego no país referentes ao mês de junho. 

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Europa e Ásia
Os principais índices asiáticos encerraram a sessão com leve alta e investidores iniciam a semana à espera de importantes dados na economia da China. Já na Europa, os índices iniciam o pregão desta segunda-feira (30) operando perto da estabilidade mas com leve queda, após dados sobre inflação serem divulgados nesta segunda-feira.

Segundos dados oficiais, a inflação na região permaneceu inalterada em junho, aliviando a pressão imediata sobre o BCE (Banco Central Europeu) para agir novamente com o objetivo de combater a lenta alta dos preços. A taxa anual nos 18 países que compartilham o euro permaneceu em 0,5% pelo segundo mês seguido em junho, informou a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat. Foi o nono mês seguido em que a inflação permaneceu dentro do que o presidente do BCE, Mario Draghi, chamou de “zona de perigo”, abaixo de 1 por cento.

Investidores aguardam a divulgação do PMI (Índice Gerente de Compras) oficial do governo de junho e a leitura final do HSBC, nesta terça-feira, enquanto nos EUA, é aguardado o relatório de emprego de junho. Os altistas esperam ver evidências de uma recuperação econômica nos Estados Unidos nesta semana cheia de dados, incluindo o relatório de empregos de junho na quinta-feira, um dia adiantado devido ao feriado de 4 de julho nos EUA.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.