Mantega na Bolsa, 2 programas de recompra, aprovação de plano da OGX e mais 8 são destaques

Locamerica e Senior Solution aprovam programa de recompra de ativos, enquanto Justiça nega pedido da ANP para multar Petrobras; Tribunal do Rio de Janeiro homologa plano de recuperação da OGX

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além da repercussão da pesquisa eleitoral Sensus, divulgada no último sábado, o mercado deve repercutir o noticiário agitado nesta segunda-feira (16). Em destaque, está a ida do ministro Guido Mantega à BM&FBovespa, que deve anunciar medidas de apoio ao mercado de capitais. “Esperamos boas notícias para o mercado de capitais da Fazenda na segunda-feira. Será uma surpresa para nós”, disse o presidente da Bolsa, Edemir Pinto, após participar de evento na bolsa paulista na última sexta-feira. Confira os destaques do noticiário. 

Locamérica aprova programa de recompra de ações
O Conselho de Administração da Locamerica (LCAM3) aprovou na última sexta-feira programa de recompra de até 10% de suas ações, correspondentes a 3,45 milhões de papéis, informou a companhia.

O programa poderá ser realizado por decisão de sua diretoria, até 13 de junho de 2015, inclusive.

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Senior Solution aprova recompra de até 800 mil ações em um ano
O Conselho de Administração da Senior Solution (SNSL3) aprovou a recompra de até 800 mil ações, após a conclusão do primeiro programa, em reunião realizada na última sexta-feira.

A nova rodada de recompra de ações terá duração de até um ano, e corresponde a até 6,8 por cento dos papéis da companhia.

O primeiro programa de recompra, aprovado pelo Conselho da companhia em dezembro, compreendeu 320 mil papéis, em um total de 2,5 milhões de reais, ao preço médio de 7,83 reais por ação.

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MPF nega que funcionários da Vale se tornaram reféns
O Ministério Público Federal negou que os funcionários da Vale (VALE3;VALE5) tenham sido mantido reféns durante a manifestação de índios Xikrin, iniciada na quinta-feira e encerrada na noite de sábado. Durante esse período, a portaria da unidade de extração de níquel da empresa em Ourilândia do Norte (PA) foi bloqueada por um grupo de indígenas.

O MPF informou que os índios das aldeias Djudjekô, Kateté e Oodjam permitiram a passagem de ônibus com trabalhadores que fazem a manutenção dos fornos e não impediram a saída de funcionários. Apenas a produção de níquel teria sido paralisada.

“O Projeto Onça Puma, de extração de níquel, afeta diretamente os Xikrin, mas até agora a Vale não iniciou nenhum programa de compensação de impactos, nem cumpriu nenhuma das condicionantes previstas no licenciamento do projeto. O MPF já acionou a Justiça Federal contra a Vale em defesa dos direitos dos Xikrin afetados pelo projeto Onça Puma”, informa a nota divulgada pelo MPF.

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No sábado, a mineradora informou que 50 trabalhadores foram mantidos retidos na unidade desde quinta-feira e que os indígenas ameaçaram atear fogo a um dos fornos. Segundo a Vale, o protesto foi motivado por divergências a respeito do repasse de recursos para aldeias. A companhia informou que as três aldeias recebem R$ 9 milhões por ano.

Justiça nega pedido da ANP para multar Petrobras
A Justiça Federal do Rio negou o pedido da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível)) para multar a Petrobras (PETR3;PETR4) pelo descumprimento de decisão da reguladora pela união dos campos de Lula e Cernambi, na Bacia de Santos. A decisão, publicada na última semana, também manteve suspensa a arbitragem internacional pedida pela Petrobras contra a determinação da reguladora de unificar os campos.

A reguladora e a estatal estão em disputa judicial desde maio, quando a Petrobras levou a questão à CCI (Câmara de Comércio Internacional). A estatal entende que os campos são áreas diferentes e não deveriam ser incluídos no mesmo plano de exploração. Em decisão da diretoria, no início do ano, a ANP julgou que as áreas formam um único campo. Para evitar a arbitragem, a reguladora levou a questão à Justiça.

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A disputa gira em torno do pagamento de R$ 30 bilhões em participações especiais, tipo específico de royalties que incidem em áreas de grande rentabilidade econômica às empresas exploradoras. O valor seria pago ao longo de 35 anos. Empresa e reguladora também divergem sobre a unificação do campo do Parque das Baleias, na Bacia de Campos.

Na decisão, o juiz Mauro Braga indica que “não houve o alegado descumprimento, uma vez que o efeito prático visado pela decisão em questão, qual seja, paralisar, vedar o prosseguimento do procedimento arbitral foi alcançado”. Por isso, a aplicação da multa não foi acatada.

Quanto ao recurso pedido pela estatal, para cancelar a suspensão da arbitragem internacional, o magistrado disse que a decisão anterior é “incontornável”. Braga também não acatou o pedido da Petrobras para manter o processo em sigilo. “Observo que o interesse social, neste caso que versa sobre a exploração de uma riqueza mineral do país (bem da União, na forma do inciso IX, art. 20, da CF), aponta no sentido da exigência, e não da mitigação da publicidade”, conclui o magistrado.

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Tribunal do Rio de Janeiro homologa plano de recuperação da OGX
 O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) homologou nesta sexta-feira a aprovação do plano de recuperação judicial da Óleo e Gás Participações, ex-OGX (OGXP3).

A decisão foi tomada pelo juiz Gilberto Clovis Faria Mattos, da 4ª Vara Empresarial do TJRJ. O plano de recuperação havia sido aprovado em uma assembleia de credores em 3 de junho e a homologação do plano pela Justiça já era esperada pelo mercado.

Pelo plano de recuperação judicial, credores deverão assumir o controle da companhia e o empresário Eike Batista terá sua participação reduzida para 5%.

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A companhia de petróleo é autora do maior pedido de recuperação judicial da história da América Latina. O pedido foi feito no Rio de Janeiro em 30 de outubro passado, depois que os primeiros poços de petróleo da empresa produziram menos do que o esperado e os investidores perderam confiança na capacidade da empresa honrar pagamentos e financiar novos empreendimentos.

A empresa deve cerca de US$ 5 bilhões a grupos que incluem o fundo Pacific Investment Management, a companhia de serviços petrolíferos Schlumberger e sua empresa irmã, a OSX (OSXB3).

Laudo de avaliação vê preço de unit do Santander abaixo de oferta
O laudo de avaliação do Santander Brasil contratado pelo banco junto à companhia de consultoria financeira Rothschild identificou valor econômico de entre R$ 10,63 e R$ 11,69 para a unit da instituição, abaixo do preço proposto pela matriz espanhola há menos de dois meses.

O ponto médio do valor estimado para as units pelo estudo da Rothschild é de R$ 11,16. O valor é cerca de 37% menor que a proposta de R$ 15,31 por papel feita pelo Santander em 29 de abril.

O Santander lançou uma oferta de US$ 6,5 bilhões pelos 25% que ainda não possui do Santander Brasil. Sob os termos da operação, investidores minoritários do banco no Brasil receberão até 665 milhões de ações do Santander em retorno por seus papéis.

O laudo da Rothschild atribuiu para o Santander valor de entre 6,07 e 6,67 euros por ação, com preço médio em 6,37 euros.

O Santander tem cerca de 40% de seu lucro na América Latina e o Brasil representou 20% do lucro líquido da instituição no primeiro trimestre do ano.

Bematech vê retração de investimentos no varejo no 2º semestre
A Bematech (BEMA3), fornecedora de tecnologia para automação comercial, espera uma redução do investimento pelo varejo brasileiro no segundo semestre ante o mesmo período de 2013, diante do cenário de indefinição política gerado pelas eleições de outubro.

“Acredito que o mercado continuará retraído e deverá existir uma retomada em função do quadro político no início do próximo ano”, afirmou o diretor presidente da Bematech, Cleber Pereira de Morais, em entrevista no chat do Trading Brazil da Thomson Reuters, nesta sexta-feira.

A expectativa se soma a um desempenho já fraco do varejo na primeira metade deste ano. Dados divulgados na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram para queda de 0,4% nas vendas do varejo em abril sobre o mês anterior, após resultado negativo de 0,5% em março.

Apesar do cenário de fraqueza, Morais comentou que alguns setores promoveram investimentos maiores este ano em função da Copa do Mundo, entre eles, rede de hotelarias. “Trabalhamos na implementação de vários hotéis desde o início do ano em algumas regiões com forte demanda, como todo o Nordeste, Belo Horizonte e Rio de Janeiro”, disse ele.

Sobre a atuação da Bematech no mercado de capitais, o executivo afirmou que a empresa não tem intenção de fechar seu capital, seguindo exemplo de algumas companhias como Autometal.

“O nosso plano é de expansão e ganho de participação de mercado, sem intenção de fazer programa de recompra (de ações)”, afirmou Morais.

A Bematech adquiriu no início de junho a empresa Unum Tecnologia e Consultoria em Informática, produtora de software de gestão para o varejo, por um montante que poderá chegar a 40 milhões de reais. Segundo Morais, a companhia não tem no momento intenção de promover novas aquisições.

Parte do pagamento para a compra da Unum sairá da captação de 50 milhões de reais que a empresa fará por meio de emissão de debêntures, aprovada por seu conselho de administração no início deste mês.

Fundos contratam JP Morgan para venda de fatia da CPFL
A Bonaire Participações, que inclui fundos de pensão da Cesp (CESP6) e da Petrobras, divulgou na sexta-feira que contratou o JP Morgan como assessor financeiro para vender sua fatia no bloco de controle da CPFL Energia.

A Bonaire Participações é uma companhia privada controlada pelo fundo de investimentos Energia São Paulo FIA, que por sua vez é um fundo de investimento em ações composto pelos fundos de pensão Fundação Cesp, Petros, Fundação Sistel e Fundação Sabesp.

A participação detida por esse grupo na CPFL é de 15,1%, segundo dados no site da empresa de energia.

A CPFL Energia é uma das principais empresas privadas do setor elétrico no país, com atuação em geração, distribuição e comercialização de energia.

Os outros acionistas da companhia são Camargo Corrêa (24,4 por cento), Previ (30 por cento). A companhia tem 30,5 por cento em circulação no mercado (free float).

No final de abril, já havia especulações de venda de participação dentro do bloco de controle da companhia.

GP Investments vende BR Towers
A companhia de investimentos em participações GP Investments (GPIV33) anunciou no fim de domingo a venda da empresa de infraestrutura de rede de telecomunicações sem fio BR Towers para uma subsidiária da American Tower Corporation.

A transação envolve 100 por cento das ações da BR Towers, incluindo participações detidas pelos demais acionistas da empresa, com um valor proposto de 2,18 bilhões de reais.

O montante corresponde a um valor aproximado de 250 milhões de dólares para a participação de 41 por cento de fundos da GP Investments na BR Towers.

Morgan passa a deter 5,2% da HRT
O Morgan Stanley MS.N passou a deter uma fatia no capital social da HRT Participações (HRTP3) de 5,2 por cento, com 15,5 milhões de ações ordinárias, de acordo com comunicado da petroleira divulgado ao mercado nesta sexta-feira.

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.