Bilionário André Esteves, do BTG, vê 40% de chances de derrota de Dilma nas eleições

Em conversa com o Deutsche, CEO do BTG afirmou que as eleições podem ter um ponto de virada e que, com queda de Dilma, qualquer outro governo seria mais amigável ao mercado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em conversa com o Deutsche Bank, o CEO (Chief Executive Officer) do BTG Pactual (BBTG11), André Esteves, destacou três pontos principais sobre as operações do banco e ressaltou ainda as perspectivas para o cenário eleitoral brasileiro.

Esteves, de 45 anos, que possui uma fortuna de US$ 4,2 bilhões de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg, ressaltou que as eleições no Brasil podem ter um ponto de virada. Segundo o CEO, apesar da candidata Dilma Rousseff permanecer como a provável vencedora, ela tem uma chance de cerca de 40% de perder o seu cargo. E a tendência não está a seu favor, vide Datafolha e Ibope

A última pesquisa Datafolha apontou uma queda das intenções de voto na presidente de 37% para 34%, enquanto os outros candidatos não cresceram. Nas simulações de segundo turno, Dilma venceria Aécio por 46% a 38% – diferença que foi de 54% a 27% em fevereiro. Se a disputa fosse contra Campos, a vantagem seria maior: 47% a 32%. Já o Ibope mostrou uma queda de 2 pontos percentuais na intenção de voto para a candidata petista, enquanto Aécio Neves (PSDB) passou de 20% das intenções em maio para 22% em junho, enquanto Eduardo Campos (PSB) subiu de 11% para atuais 13%.

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Conforme aponta o CEO, qualquer candidato da oposição seria provavelmente mais amigável ao mercado e restauraria a confiança no Brasil, que está num dos pontos mais baixos de sua história. No entanto, aponta, mesmo se Dilma ganhar, a tendência de queda do mercado nacional é limitada, dada a já baixa confiança. E, por outro lado, há maiores chances da economia ser restaurada caso Dilma nomeie uma equipe econômica mais amigável ao mercado. Enquanto isso, aponta, outros países latino-americanos estão em uma melhor forma. 

Vale ressaltar que, após a divulgação do Ibope, o Nomura fez uma análise destacando que a presidente deve perder a disputa nas urnas para Aécio Neves, pré-candidato à presidência da república do PSDB, no segundo turno. O levantamento ainda aponta que há 60% de chances de um candidato da oposição se consagrar vencedor nas eleições presidenciais. “Nós esperamos que as chances de Dilma caiam ainda mais, em função da deterioração da economia e da expectativa de aumento de inflação nos próximos meses”, explicou a instituição.

Banco deve se beneficiar mesmo sem IPOs
Sobre as operações, embora não tenha havido IPOs (Initial Public Offering) no Brasil este ano, o BTG afirmou que deve entregar resultados sólidos se beneficiando de reestruturações com fusões e aquisições. Além disso, houve IPOs em empresas de petróleo na Colômbia e no México. 

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Enquanto isso, o BTG deve se beneficiar da plataforma de commodities, que está agora totalmente operacional e impulsionou os resultados nos primeiros três meses do ano, já que muitos bancos estão ficando fora deste negócio. Finalmente, o Banco Pan deve voltar a ser rentável, apontou Esteves. 

Ajuste nas estimativas
Em meio a esse cenário, os analistas do Deutsche fizeram ajustes modestos em suas expectativas para o BTG, principalmente devido ao aumento das vendas e receitas. Os analistas esperam crescimento do lucro de 32% e 15% em 2014 e 2015, com ROAEs (Retorno Anualizado sobre o Patrimônio Líquido Médio) de 21% e 20,6% respectivamente. Com isso, os analistas seguem com recomendação de compra para os ativos, com preço-alvo de R$ 39,00 por unit, apesar de destacar um ambiente operacional bastante desafiador.

Para o Deutsche, o banco tem um modelo de negócios bem diversificado e uma boa estrutura de custos, que deve ajudá-lo a entregar forte crescimento dos lucros e um sólido ROE.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.