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SÃO PAULO – Após um longo período no topo, o preço de energia no mercado à vista finalmente cedeu. A expectativa do mercado é que o El Niño se aproxima, fenômeno que promete trazer chuvas acima da média e bem distribuídas para o Sul do Brasil, o Paraguai e Argentina. Ou seja, o cenário mais favorável nas estimativas de chuva puxaram o valor da energia de curto prazo dado pelo PLD (Preço de Liquidação de Diferenças) de R$ 822 no seu topo deste ano para um patamar abaixo dos R$ 600 por megawatt-hora (MWh) em todas as regiões do País na semana passada. Em meio a esse novo cenário que se desenha, como o setor elétrico deve reagir na Bolsa?
Para as empresas geradoras de energia, que lucram com a venda da energia no mercado de curto prazo, o El Niño pode trazer uma pressão no curto prazo, uma vez que a estimativa de um cenário mais favorável nas projeções sobre a chuva sobre represas de hidrelétricas pode reduzir ainda mais o preço de energia no mercado à vista. As mais expostas são Cesp (CESP6), Cemig (CMIG4) e Copel (CPLE6), apontam os analistas Vinicius Canheu e Pedro Manfredini, do Credit Suisse, em relatório recente.
As três empresas juntas lucraram R$ 2,5 bilhões entre janeiro e março, o dobro do que ganharam no mesmo período de 2013. Todas apontaram para o mercado de curto prazo, conhecido como “spot”, para justificar as altas. Isso refletiu nos seus papéis, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano as ações da Cesp, Cemig e Copel registram valorização de 34,63%, 25,45% e 9,96%, respectivamente.
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Do lado negativo, os analistas do Credit também citaram um risco sobre a percepção dos investidores em relação à Tractebel (TBLE3). Já na outra ponta, as ações da AES Tietê (GETI4) e Energias do Brasil (ENBR3) devem sentir um certo alívio com a queda do preço de energia, apontaram.