Petrobras inicia produção no pré-sal; Eneva fará aumento de capital de R$ 1,5 bi

Juntamente com a divulgação do resultado do primeiro trimestre, a Petrobras anunciou o início da produção em um novo poço do campo de Lula, da Bacia de Santos

Paula Barra

Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos. 28 de novembro de 2007. REUTERS/Bruno Domingos

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SÃO PAULO – A semana inicia agitada em meio à temporada de balanços e uma série de notícias corporativas. Juntamente com a divulgação do resultado do primeiro trimestre, a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou na última sexta-feira o início da produção em um novo poço do campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, colocando a FPSO Cidade de Paraty no caminho para atingir a capacidade plena de 120 mil barris por dia (bpd) no terceiro trimestre deste ano. 

O poço 7-LL-22D-RJS, com potencial de produção de 26 mil bpd, foi conectado à unidade Cidade de Paraty por um sistema pioneiro nesse campo, utilizando uma boia submersa, disse a Petrobras em comunicado na noite de de sexta-feira.  A FPSO Cidade de Paraty, uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo, entrou em operação em junho de 2013.

Também na sexta-feira, começaram os procedimentos de partida do primeiro poço da plataforma P-62, no campo de Roncador, disse a Petrobras em seu relatório de resultados do primeiro trimestre. “Temos confiança no alcance da meta de crescimento de produção de 7,5 por cento” em 2014, reafirmou a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, em carta aos acionistas, destacando uma margem de 1 ponto percentual para mais ou para menos nessa estimativa.

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No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido da estatal somou R$ 5,393 bilhões, queda de 30% na comparação com o mesmo período de 2013, devido a uma provisão bilionária para seu programa de demissões voluntárias e em meio a uma ligeira queda na produção. O resultado dos três primeiros meses do ano ficou ainda 14% abaixo do lucro líquido de R$ 6,281 bilhões no quarto trimestre de 2013, quando a companhia teve um benefício fiscal de R$ 3,2 bilhões relativo ao provisionamento de juros sobre capital próprio, citou a empresa.

Eneva confirma aumento de capital
A empresa do setor elétrico Eneva (ENEV3), ex-MPX Energia, confirmou na manhã desta segunda-feira que irá promover aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão. Uma de suas controladas, a E.ON, comprometeu-se a entrar com até R$ 570 milhões. A operação será realizada em duas etapas. A informação havia sido antecipada pelo InfoMoney na semana passada. 

O acordo da alemã E.ON foi realizado com quatro bancos – BTG Pactual, Citibank, HSBC e Itaú Unibanco, visando implementar uma série de medidas visando fortalecer a estrutura de capital da companhia, segundo comunicado enviado hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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A empresa informou que a operação se derá em uma primeira etapa com um aumento privado de capital a ser integralizado em dinheiro no montante de até R$ 316,5 milhões a um valor por ação de R$ 1,27, preço de fechamento das ações no pregão da última sexta-feira. Deste total, a E.ON se comprometeu a subscrever novas ações da Eneva no valor de R$ 120 milhões. Em uma segunda etapa, será realizado o aumento de capital em dinheiro e em bens de até R$ 1,5 bilhão, descontando o montante emitido no aumento de capital da primeira fase, a ser submetido ainda à aprovação da assembleia geral da empresa. Nesta fase, a E.ON se comprometeu a subscrever novas ações da Eneva em um montante equivalente a até R$ 450 milhões. Com isso, a E.ON participará subscreverá ao final da operação no máximo R$ 570 milhões de novas ações da Eneva.

A empresa informou ainda que, preliminarmente ao aumento de capital fase I, irá alienar 50% e 100% das ações de emissão da Pecém II por meio de um processo competitivo com a participação de potenciais investidores interessados. A E.ON se obrigou a conceder uma garantia “backstop” pela qual, sujeito a determinadas condições suspensivas, incorporará indiretamente até 50% da totalidade das ações de emissão da Pecém II, bem como um empréstimo intercompany concedido pela Eneva a Pecém II, por meio de uma sociedade de propósito específico a qual terá E.ON e Eneva como acionistas. Conforme laudo de avaliação preparado pela Deloitte Touche Tohmatsu, o compromisso da E.ON com a Pecém II não deve exceder o valor de R$ 400 milhões, estando sujeito a determinadas condições suspensivas, incluindo que uma oferta mais atrativa pela emissão da Pecém II não seja feita por um terceiro no âmbito do processo competitivo de venda. 

Adicionalmente, será feito um financiamento de longo prazo à Pecém II pelas instituições financeiras no valor de R$ 150 milhões, sujeito ainda à obtenção de consentimentos e aprovações sob os contratos financeiros vigentes do grupo Eneva. As instituições financeiras comprometeram-se a estender a Eneva, sob forma de financiamento bridge, a quantia de R$ 100 milhões a ser repago com a utilização dos recursos do financiamento de longo prazo da Pecém II e uma reestruturação do endividamento da Eneva e de suas subsidiárias no valor de R$ 600 milhões e uma prorrogação de cinco anos no prazo de vencimento dos empréstimos ainda existentes na empresa, com início do prazo para amortização contando a partir de junho de 2017. A Eneva marcou para hoje uma teleconferência com o mercado às 11h (horário de Brasília) para falar sobre a operação.

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Marfrig tem prejuízo de R$ 96,4 mi no 1º tri
Dando continuidade à temporada de balanços, a
 Marfrig (MRFG3) teve prejuízo líquido de R$ 96,4 milhões no primeiro trimestre ante perda de R$ 59,6 milhões em igual período do ano passado, conforme divulgado nesta segunda-feira pela segunda maior processadora de carne bovina do país. 

Entre janeiro e março, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 392,7 milhões, alta de 7,2% na comparação anual.

Gafisa tem prejuízo líquido de R$ 39,8 mi
A incorporadora Gafisa (GFSA3) teve prejuízo de R$ 39,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante perda de R$ 55,5 milhões no mesmo período do ano anterior, informou a companhia na noite de sexta-feira. Entre cinco estimativas de analistas obtidas pela Reuters, não houve consenso para a linha final do resultado da Gafisa, com as estimativas indo de lucro de R$ 22 milhões de reais a prejuízo de R$ 38 milhões.

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A incorporadora teve lançamentos de R$ 535,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 172% em comparação com o mesmo período de 2013, conforme já anunciado. 

As vendas contratadas foram de R$ 239,3 milhões, expansão de 122% na mesma base de comparação e a maioria representada pela redução de estoques.

Suzano tem avanço expressivo no lucro do trimestre
A fabricante de papel e celulose Suzano (SUZB5) divulgou nesta segunda-feira um lucro líquido de R$ 201 milhões no primeiro trimestre, quase cinco vezes superior aos R$ 42 milhões registrados em igual período do ano passado. 

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A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 499 milhões , alta de 52,6% na comparação anual.

Justiça do RJ autoriza quebra de sigilo bancário de Eike
A Justiça Federal do Rio de Janeiro autorizou nesta sexta-feira a quebra dos sigilos bancário e fiscal do empresário Eike Batista, acusado de crime financeiro por supostamente operar em benefício próprio no mercado de capitais, confirmou a assessoria do grupo EBX. 

“Foram três decisões proferidas, sendo uma do bloqueio e outras duas de sigilos”, disse mais cedo à Reuters uma fonte judicial, em condição de anonimato. 

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A decisão representa mais um revés para o empresário que já sofreu esta semana o bloqueio de bens no valor de R$ 122 milhões, por determinação da Justiça.

(Com Reuters)