Petrobras, BB e Eletrobras sobem até 10% com queda na popularidade da Dilma

Avaliação positiva saiu de 43% para 36%, segundo pesquisa Ibope encomendada pela CNI; desde a semana passada, papéis já subiram até 30%

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) disparam nesta quinta-feira (27) com a notícia de que a avaliação positiva da presidente Dilma Rousseff caiu segundo pesquisa do Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A avaliação positiva saiu de 43% para 36%. Foi a primeira vez, desde julho do ano passado, logo após os protestos na rua, que a presidente interrompeu a trajetória ascendente da avaliação positiva. Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET3; ELET6) – outras duas estatais da Bolsa – também ganham força neste início de pregão. 

Os papéis da Eletrobras (ELET3, R$ 6,36, +9,84%; ELET6, R$ 10,60, +3,52%), Petrobras (PETR3, R$ 14,82, +7,55%PETR4, R$ 15,57, +8,13%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,51, +6,63%). Destaque para o volume financeiro movimentado por estes papéis, que ficaram bastante acima da média – a Petrobras preferencial teve o maior giro da Bolsa no dia: R$ 1,178 bilhão, o dobro da média.

Somando as altas desde a semana passada – quando os rumores de pesquisa eleitoral começaram a florescer no mercado -, as ações das estatais somam ganhos de até 30%. 

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Queda na popularidade
O percentual dos entrevistados que aprovam a maneira da presidente Dilma de governar caiu de 56% para 51%, ao mesmo tempo que aquelas que desaprovam a maneira da atual presidente de governar subiu de 36% para 43%. A confiança na presidente Dilma diminuiu de 52% para 48%. O percentual que não confiam nela subiu no mesmo período de 41% para 47%. O índice dos que não souberam ou não quiseram responder essa pergunta também oscilou de 7% para 5%.

A pesquisa CNI/Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 14 e 17 deste mês. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. 

Segundo análise da XP Investimentos, o mais relevante notar na pesquisa, além do fato da popularidade da presidente ter diminuído, é que a pesquisa foi realizada antes da revelação de que Dilma, quando presidia o conselho de administração da Petrobras, votou a favor da compra de parte da refinaria de Pasadena com base em um resumo juridicamente “falho”. Ou seja, esse cenário ainda pode piorar. Dentro desse quadro, o analista William Castro Alves, da XP, reiterou sua carteira de recomendação “política” de curto prazo, acreditando que os papéis da Petrobras, BB e Eletrobras devem continuar andando forte na Bolsa, mesmo que descolados de seus fundamentos. 

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Além da avaliação do governo, a Petrobras também reflete a notícia de que os senadores protocolaram nesta manhã assinaturas necessárias para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras, informou a assessoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), responsável pela apresentação do pedido na secretaria-geral. O documento reúne 28 assinaturas de apoio à criação da CPI. São necessárias 27 assinaturas para viabilizar a investigação. 

Retrospectiva
Na semana passada, uma pesquisa presidencial mexeu fortemente com as ações dessas empresas. No dia 19 de março, o mercado especulava sobre a queda nas intenções de voto de Dilma Rousseff para uma reeleição em outubro. Neste dia, os papéis das estatais dispararam na Bolsa: PETR3 subiu 3,48%; PETR4, +2,85%; ELET3, +6,14%; ELET6, +2,66%; e BBAS3, +4,59%

A pesquisa, que estava programa para ser divulgada naquela noite, só foi reportada na noite do dia seguinte. Mas contrário aos rumores, a pesquisa seguiu inalterada. Dilma seguiu com 43% das intenções de voto, enquanto Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) registraram 15% e 7%, respectivamente.

Interessante notar, no entanto, que tanto a pesquisa eleitoral e a avaliação do governo foram realizadas com o mesmo universo de pessoas e praticamente no mesmo intervalo de tempo. Na pesquisa eleitoral, o Ibope ouviu 2.002 pessoas em 140 municípios. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 e 17 de março.