5 ações do Ibovespa não aproveitam bom humor e fecham em queda; veja destaques

Gafisa dispara 6% após surpreender positivamente o mercado com seu resultado; Vale perde força, mas fecha com alta de mais de 1% após balanço

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa conseguiu se recuperar dos dois últimos pregões de queda nesta quinta-feira (27), encerrando o pregão com alta de 2,16%, aos 47.606 pontos. Na ponta negativa, apenas 5 das 72 ações do índice fecharam no negativo, enquanto 6 papéis registraram alta de mais de 5%. Destaque para as duas maiores empresas da Bolsa, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5), que juntas representam 23% da carteira teórica do benchmark.

Os papéis ordinários da mineradora tiveram ganhos de 1,51%, a R$ 33,01, enquanto os preferenciais subiram 1,00%, para R$ 29,31. Na véspera a companhia divulgou seu balanço e reportou um prejuízo líquido de R$ 14,86 bilhões no quarto trimestre, o dobro do que projetavam os analistas consultados pela InfoMoney. No mesmo período do ano anterior, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 5,628 bilhões.

Apesar do número parecer bastante negativo, o mercado não se assustou, conforme aponta a equipe de análise da XP Investimentos. Isso porque, excluídos os efeitos não recorrentes, o seu lucro ficou praticamente em linha com o esperado. Excluídos estes efeitos, a companhia revelou um lucro básico de R$ 7,40 bilhões, acima dos R$ 4,10 bilhões registrados no mesmo período de 2012. Além disso, a Vale apresentou um forte volume e recordes de produção em 2013.

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Petrobras se recupera após queda brusca
Já as ações da Petrobras, mostraram recuperação um dia após despencarem e alcançarem seu pior fechamento desde novembro de 2008, por conta do resultado do quarto trimestre. Neste pregão, os ativos ordinários subiram 3,33%, a R$ 13,33, enquanto os preferenciais avançaram 2,63%, a R$ 14,04.

Mesmo com a alta de hoje, analistas seguem cautelosos com a petrolífera. Segundo o HSBC, a empresa deixou claro na divulgação de resultado que a “escadaria ao paraíso” ainda está longe e cheia de obstáculos, e apesar do potencial significativo de crescimento, a intervenção do governo tem surtido um forte efeito negativo, que tem afastado os investidores da petrolífera. Com isso, o banco listou 11 questões que ainda preocupam para a estatal.

Gafisa dispara após balanço
 Entre outras empresas do Ibovespa que também divulgaram seus resultados, destaque para a Gafisa (GFSA3, +6,07%, R$ 3,32), que ficou entre as maiores altas do índice após surpreender positivamente o mercado. A incorporadora teve lucro líquido de R$ 921,3 milhões no quarto trimestre do ano passado, ante prejuízo de R$ 101,4 milhões um ano antes, por conta de um forte aumento das receitas e pela conclusão da venda da Alphaville.

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Em teleconferência o diretor executivo da companhia, Alceu Duílio Calciolari, e o diretor André Bergstein afirmaram que estão satisfeitos com o resultado, que mostram que a empresa está se recuperando de um período recente bastante complicado. “Voltamos para os trilhos”, destacou o presidente da companhia. Segundo os executivos, a companhia conseguiu atingir seus objetivos, com redução de endividamento e alavancagem.

5 ações não aproveitam dia de otimismo no Ibovespa
Na ponta negativa, poucas ações não conseguiram aproveitar o dia de otimismo e fecharam em queda. Na pior posição do Ibovespa ficaram os papéis da Anhanguera (AEDU3), que caíram 1,72%, para R$ 12,55. Segundo apurou a Exame, a Kroton (KROT3, +0,93%, R$ 43,60) quer renegociar com a Anhanguera a relação de troca das ações. O motivo para isso é a diferença no desempenho das ações das duas empresas desde o anúncio da fusão. Enquanto a Kroton valorizou 73%, a Anhanguera perdeu 3%.

A companhia informou ainda que entrou no mercado de cursos técnicos, por meio do apoio ao Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico). A instituição obteve 31.440 vagas aprovadas pelo MEC, o melhor desempenho entre as instituições listadas na bolsa.

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Enquanto isos, os ativos da Cosan (CSAN3) caíram 0,28%, cotados a R$ 35,79 após a companhia apresentar lucro líquido de R$ 229,8 milhões no quarto trimestre, representando uma queda de 32,3% ante igual período do ano anterior. Na teleconferência, a companhia não apresentou nenhuma novidade sobre a fusão entre a ALL (ALLL3) e a Rumo, e se restringiu a falar apenas sobre resultados e o processo de reestruturação que passará em breve.

Entre as outras ações que fecharam em queda, a Fibria (FIBR3, R$ 25,16, -0,91%) – com perfil exportador a companhia é prejudicada pela queda do dólar -, Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 18,30, -0,54%) e a Gerdau (GGBR4, R$ 14,81, -0,13%). A siderúrgica tem sofrido desde a divulgação de seu balanço, no dia 21, onde mesmo os números positivos não tiraram as incertezas envolvendo a recuperação de suas atividades na América do Norte podem comprometer parte do cenário esperado para 2014.

Outros destaques:

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Providência
Fora do Ibovespa, chamou atenção a queda das ações da Providência (PRVI3, R$ 7,90, -3,54%), após a companhia mostrar queda de 67,3% em seu lucro líquido no quarto trimestre, para R$ 3,68 milhões, enquanto registrou baixa de 40,3% no ano, para R$ 26,92 milhões, em função do resultado financeiro, com uma reversão de atualização monetária sobre tributos a recuperar e ao impacto da variação cambial.

Vale destacar que no último dia 27 de janeiro, a Polymer Group Inc assumiu o controle da companhia por R$ 556 milhões. Desde aquela data, os papéis PRVI3 oscilaram entre os patamares de R$ 8,00 e R$ 8,30, perdendo essa faixa de preços nesta sessão.

QGEP
Ainda em relação aos balanços do quarto trimestre, a QGEP Participações (QGEP3) registrou recuo de 55,3% em seu lucro líquido ante igual período de 2012, refletindo os maiores gastos exploratórios e custos operacionais. 

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O lucro líquido recuou de R$ 47,3 milhões nos últimos três meses de 2012 para R$ 21,2 milhões. As despesas de exploração de óleo e gás com poços subcomerciais e secos, totalizaram R$ 45,6 milhões no quarto trimestre do ano passado. Após a divulgação, as ações da companhia encerraram o pregão estáveis a R$ 8,40, após chegarem a cair 3,10% durante a sessão.

Odontoprev
Após reportar uma alta de 74,2% em seu lucro líquido no quarto trimestre, para R$ 47,13 milhões, e ver suas ações subirem na véspera, a Odontoprev (ODPV3, R$ 8,65, -1,70%) fechou em queda nesta quinta-feira. Em entrevista ao InfoMoney, o presidente da companhia, Mauro Figueiredo, comemorou os números de 2013 e ainda afirmou que a companhia não pretende sair da bolsa – fato que tem sido bastante comentado com outras empresas do setor, como Dasa e Fleury.

Grazziotin
Volta à temporada de resultados, a Grazziotin (CGRA4, R$ 17,44, +6,47%) registrou no quarto trimestre um lucro líquido de R$ 19,6 milhões, o que representa uma alta de 36,1% ante mesmo período do ano anterior. Entre os destaques, a XP Investimentos colocou o Ebitda da empresa, que ficou em R$ 22,223 milhões, alta de 42,5%. O resultado foi impulsionado pela inadimplência sobre controle, a otimização dos investimentos em propaganda e a diluição de custos fixos.

MMX
Quase cinco meses depois de anunciada, a MMX Mineração (MMXM3), de Eike Batista, informou via fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta manhã que concluiu a venda de fatia do Porto Sudeste para a trading holandesa Trafigura e Mubadala, empresa de investimentos e desenvolvimento de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A notícia foi muito bem recebida pelos investidores. Com isso, os papéis da MMX registraram valorização de 5,28%, valendo R$ 3,19.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.