Morgan erra em estudo e retira Hypermarcas como uma das prejudicadas por apagão

Assessoria de imprensa da Hypermarcas comunicou a correção ao InfoMoney e banco confirmou a nova versão do relatório; relatório mostrava as empresas da Bolsa mais impactadas ao risco de apagão no Brasil

Marcos Mortari

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*Em relatório datado em 17 de fevereiro, o Morgan Stanley colocou a Hypermarcas (HYPE3) como uma das 10 companhias da Bovespa que mais sofreriam com com a possibilidade de racionamento. Contudo, a assessoria de imprensa da Hypermarcas entrou em contato com o InfoMoney nesta sexta-feira (21) a avisou que o Morgan Stanley havia publicado uma versão corrigida do relatório, retirando a empresa da lista.

Procurada pelo InfoMoney, a assessoria de imprensa do Morgan Stanley informou que a inclusão da Hypermarcas no relatório foi um erro e que por isso foi emitido um novo relatório com a correção. Segundo o primeiro relatório, a companhia seria a 6ª mais prejudicada da Bolsa ao ter 10,7% de seus gastos com energia em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), informação que foi retirada na segunda versão.

Confira abaixo a versão atualizada:

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SÃO PAULO – A falta de chuvas tem ampliado ainda mais o quadro preocupante para a economia brasileira. Como se já não bastassem as constantes preocupações com relação à deterioração fiscal, o descontrole monetário e a forte volatilidade do dólar, os reservatórios chegando perto de bater suas menores marcas desde 2001 trazem ainda mais problemas para a população e maior ceticismo do mercado com relação ao futuro de uma economia que patina. Na véspera, o risco de “apagão” no País deu sinais mais claros de que começa a entrar com força na pauta dos investidores, com a Bovespa já sofrendo os efeitos da precificação de um cenário antes não esperado.

Com isso, a queda generalizada de grande parte das ações que compõem o Ibovespa, com destaque para as companhias do setor elétrico – um dos principais afetados pela possível falta de energia -, já começou a chamar atenção, evidenciando a volta em forte escala do pessimismo estrangeiro com relação ao Brasil. E não é para menos. De acordo com informações da companhia de consultoria PSR, os riscos de haver racionamento de energia elétrica em 2014 alcançou 18,5% – quase três vezes mais que as antigas projeções que levavam em conta o que era esperado de chuvas para fevereiro pelos meteorologistas.

Com isso, o banco americano já começa a fazer cálculos sobre quais papéis deve-se evitar investir caso a situação se agrave ao ponto de presenciarmos uma crise energética no País. De acordo com o relatório do Morgan Stanley intitulado “Brazil Utilities, Strategy and Economics: blame it on the rain”, de cerca de 35% do lucro por ação no Ibovespa é formado por companhias com alta exposição ao setor elétrico, com destaque para os setores de mineração, bebidas e alimentos, energia e saneamento e siderurgia. Enquanto isso, perdem menos as empresas dos segmentos de papel e celulose, saúde, óleo, gás e petroquímico.

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As ações que mais podem sofrer com o cenário de risco são, na ordem: Usiminas (USIM5), Minerva (BEEF3), Gerdau (GGBR4), Duratex (DTEX3) e M Dias Branco (MDIA3).

A tabela abaixo explicita melhor a importância dos gastos com energia destas empresas em relação ao custo total delas e também em relação à geração operacional de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização). Confira:

Empresa % de gastos com energia
em relação aos custos
% de gastos com energia
em relação ao Ebitda
Usiminas  9,1% 40,6%
Minerva 3,7% 31,8%
Gerdau 4,4% 27,3%
Duratex 7,2% 15,6%
M Dias Branco  3,0% 13,1%
Iochpe-Maxion 2,4% 20,2%
JBS 2,0% 28,4%
Embraer 2,0% 12,6% 
Oi 2,4% 6,2% 

Fonte: Morgan Stanley

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.