Vale sobe mais de 2%; Petrobras cai pelo 4° pregão; imobiliárias avançam

Em dia positivo no mercado, apenas 13 ações do Ibovespa registram queda; fora do índice, OGX chama atenção com alta de 6,7%, mesmo após prejuízo de R$ 2,12 bi no trimestre

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa registrava ganhos de 0,85% às 12h21 (horário de Brasília) desta quinta-feira, a 52.302 pontos. Das 72 ações que compõem o índice, apenas 13 registravam queda nesta sessão, que repercute o desfecho da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

O índice é guiada em boa parte pela alta expressiva das ações da Vale (VALE3, +2,89%, R$ 35,23; VALE5, +2,89%, R$ 32,36), que possuem forte participação em sua carteira teórica do índice, de 10,99%. Os papéis da mineradora ganham força após anunciar que seu conselho de administração aprovou adesão ao acordo de refinanciamento de tributos federais (Refis). A empresa deverá pagar, no final de novembro, R$ 5,96 bilhões ao governo e R$ 16,36 bilhões parcelados em 179 meses.

Para analistas do Banco Espírito Santo, essa decisão retira um grande peso sobre suas ações, uma vez que este é um dos fatores para que os seus ativos sejam negociados com cerca de 20% de desconto em relação aos patamares internacionais. Os analistas da XP Investimentos ainda ressaltam que o valor que a Vale pagará é bem recebido pelo mercado, uma vez que corresponde a redução de 50% do valor total devido, destacando ainda alguns fatores positivos para a mineradora: retirada de incerteza que envolvia o investimento na empresa; valor líquido presente em linha com o esperado; condições facilitadas que o Refis apresenta, de 179 meses; e, por fim, a possibilidade da empresa desisitir do pagamento ou reconsiderar os termos do acordo.  

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Apesar da visão otimista do mercado, após o anúncio, a Standard & Poor’s revisou a perspectiva do rating “A-” da Vale, em escala global, de estável para negativa. A agência de classificação de risco reafirmou ainda o rating em escala nacional da companhia em “brAAA”. A perspectiva do rating em escala nacional é estável. De acordo com a agência, a nova responsabilidade provocará maior alavancagem, o que foi determinante para a revisão da perspectiva. 

Petrobras cai pelo 4° pregão seguido
Por sua vez, o lado negativo é marcado mais uma vez pelas ações da Petrobras (PETR3, -1,15%, R$ 18,02;PETR4, -0,37%, R$ 18,90), que sofrem com as indecisões sobre a nova política de reajuste dos preços dos combustíveis. Essa é a quarta queda seguida dos papéis. Com esse desempenho, o ativo PN da petroleira esbarra no preço antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre, em 25 de outubro, quando atingiram na máxima do dia cotação de R$ 18,73.

No próximo dia 29, sexta-feira, a empresa vai realizar reunião do conselho de administração para deliberar sobre a nova fórmula de reajuste automático dos preços dos combustíveis, assunto que vem encontrando forte resistência do governo. 

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Além disso, uma reportagem da Folha de S. Paulo apontou que um reajuste da gasolina (+5%) e diesel (+10%) pode ocorrer ainda hoje. Porém, para a equipe de análise da XP Investimentos, uma nova metodologia, no entanto, não deve sair este ano e sim adiada para 2014, devido a toda complexidade da fórmula, ano de eleições, impacto na inflação e alta dos juros. 

Vale mencionar ainda que a petroleira participa hoje da 12° rodada de licitações da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), com a oferta de áreas com potencial para gás natural, contemplando tanto a exploração de recursos naturais quando não convencionais, o chamado “shale gas”. Até o momento, a Petrobras já arrematou 21 dos 33 blocos ofertados. 

Imobiliárias sobem mesmo com alta da Selic
A notícia do aumento da Selic em 0,5 ponto percentual (para 10% ao ano), aprovado na reunião do Copom realizada na véspera, as ações das imobiliárias – que normalmente são afetadas pela elevação do juro – registram fortes ganhos neste pregão. Isso porque a maior parte dos economistas esperam agora pela proximidade do encerramento do ciclo de ajustes, com mais uma alta de 0,25% no início de 2014. 

Com isso, os papéis da Gafisa (GFSA3) e Rossi (RSID3) figuram entre maiores ganhos do Ibovespa neste pregão, com valorizações de 3,96% e 3,24%, respectivamente, a R$ 3,41 e R$ 2,23. Na sequência, aparecem ainda Brookfield (BISA3, +2,70%, R$ 1,14), MRV Engenharia (MRVE3, +2,66%, R$ 9,26) e Cyrela (CYRE3). 

OGX sobe apesar de prejuízo de R$ 2,12 bi
Fora do Ibovespa, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) sobem 6,67%, sendo cotadas a R$ 0,16, mesmo após divulgar prejuízo de R$ 2,12 bilhões no terceiro trimestre, o que corresponde a crescimento de 516% na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Segundo apurou o Valor, a empresa estaria prestes a fechar um acordo com seus credores. Tudo estaria encaminhado para que os detentores dos bônus convertam toda a dívida, de US$ 3,6 bilhões, em capital, diluindo a participação de Eike Batista e os acionistas minoritários. Uma injeção de US$ 150 milhões e US$ 200 milhões na empresa também estaria sendo negociada. 

Além disso, a empresa informou nova data da AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para a ratificação do pedido de recuperação judicial da empresa, apresentado na Justiça no último dia 30 de outubro, alteração da denominação social da companhia e modificação do endereço da sede social. A assembleia ocorrerá no dia 6, às 15h (horário de Brasília). Além desses, um item que estava na pauta da reunião, e gerou bastante indignação por parte dos acionistas minoritários, poderá ser retirado, indicou o edital da convocação. Segundo proposta da administração, o agrupamento de ações deverá ser retirado da pauta.