Ibovespa sobe 3,7% e tem 4ª alta mensal seguida, em despedida de OGX do índice

Petrolífera de Eike Batista caiu 23,5% nesta quinta-feira após pedido de recuperação judicial; MMX, siderúrgicas e Petro lideraram altas

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – No último mês contando com as ações da OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,13, -23,53%), o Ibovespa teve sua quarta alta mensal seguida, fechando outubro com ganhos de 3,66%, a 54.256 pontos. Nesta quinta-feira (31), data do último leilão das ações da petroleira de Eike Batista ainda fazendo parte do índice, o benchmark da bolsa brasileira fechou com leve alta de 0,15%. O volume financeiro negociado na Bovespa nesta sessão foi de R$ 7,95 bilhões.

Tendo em vista a alta volatilidade dos papéis da OGX e o fervor do noticiário da empresa, que acabou pedindo recuperação judicial na última quarta-feira, o índice foi fortemente impactado pelo desempenho das ações da empresa do Grupo EBX, que contava com 2,23% de participação em sua carteira teórica. Nesta sessão, que marcou a despedida das ações da companhia do Ibovespa, os ativos da petroleira fecharam com queda de 23,53%, cotados a R$ 0,13. No mês, o recuo foi de 38,10%.

Neste mês, o começo foi marcado pela repercussão do “shutdown” da economia norte-americana, cuja paralisação de 17 dias nas atividades do país mexeram com toda economia mundial e o emocional dos investidores, que deram forte sensibilidade às bolsas. Na segunda metade do mês, os indicadores macroeconômicos passaram para segundo plano, cedendo espaço para os resultados corporativos trimestrais e, principalmente o noticiário das empresas, com a OGX assumindo o papel de protagonista, ofuscando até a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), em linha com o esperado, por adiar o início nos cortes à política de estímulos à economia do país ou até o PMI surpreendente na China e a possibilidade do Banco do Povo do país asiático a começar a diminuir as concessões de crédito.

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Gerdau sobe com resultado; CSN lidera ganhos no mês
Na sessão desta quinta-feira, o destaque ficou por conta da Gerdau (GGBR4, R$ 17,67, +4,68%) e a sua holding, a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 22,90, +5,19%) apareceram logo atrás da MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,85, +41,67%) como a maior alta do Ibovespa, repercutindo o resultado acima do esperado da siderúrgica no 3º trimestre. As outras siderúrgicas acompanharam o movimento, mas com um pouco de menos força. Foi caso da Usiminas (USIM3, R$ 11,43, +0,88%; USIM5, R$ 11,88, +1,71%), que divulgou resultado na véspera e da CSN (CSNA3, R$ 12,19 +2,01%), que liderou os ganhos mensais, ao acumular alta de 28,86% em outubro.

Ainda entre os destaques positivos, aparece a Petrobras (PETR3, R$ 19,54, +3,06%; PETR4, R$ 20,43, +2,41%), cujas ações colaboraram positivamente na alta do Ibovespa – já que a petrolífera atualmente possui a maior participação individual no índice, com cerca de 10% de importância. Os papéis da estatal fecharam o mês com valorização de 15,21% para as ordinárias e 11,27% para as preferenciais.

Entre os destaques do mês, além de CSN, aparecem as ações de B2W, (BTOW3, R$ 16,75, +18,21%), Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,00 +16,96%) e Eletrobras (ELET3, R$ 7,10 +13,60%; ELET6, R$ 11,91 +13,75%).

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Embraer, Ambev e Energias BR caem após resultados
No outro extremo do índice, a Embraer (EMBR3, R$ 16,36, -0,85%) aumentou suas perdas, contribuindo para a acumulação de uma queda de 8,25% no mês. Nesta sessão, a fabricante de aeronaves repercutiu negativamente mais um resultado trimestral abaixo do esperado, com o lucro líquido atribuído aos acionistas recuando 10,5%, para R$ 118,7 milhões.

A Ambev (AMBV4, R$ 83,57, -0,74%) também viu suas ações recuarem – e acumularem queda de 2,21% no mês – após divulgar seu balanço. A distribuidora de bebidas registrou queda de 7,9% no lucro líquido do terceiro trimestre ante igual período de 2012, R$ 2,28 bilhões, enquanto a expectativa média dos analistas apuradas pela Reuters indicava um crescimento de 6,4% no lucro líquido do terceiro trimestre, para R$ 2,7 bilhões.

Já a Energias do Brasil (ENBR3, R$ 12,80, -0,78%) foi outra empresa do Ibovespa que viu suas ações recuarem mais de 1% após a divulgação do balanço do 3º trimestre, embora a companhia tenha visto seu lucro líquido disparar de R$ 10,4 milhões para R$ 199,4 milhões na comparação com o mesmo período do ano passado, impactado pelos efeitos do resultado financeiro e pelo Imposto de Renda e contribuição social do período. Ao contrário das outras empresas destacadas acima, a Energias do Brasil acumulou alta mensal de 6,14%

Entre as maiores quedas da sessão, destaque para a Marfrig (MRFG3, R$ 4,55, -5,41%), Oi (OIBR3, R$ 4,02, -2,19%; OIBR4, R$ 3,76, -2,59%) e imobiliárias, com destaque para a Gafisa (GFSA3, R$ 3,03, -3,50%).

No mês, as maiores baixas foram registradas por MMX Mineração, com queda de 45,16%, OGX Petrólelo, com desvalorização de 38,10% e Marfrig, com perdas de 24,79% em outubro.

Noticiário internacional
Os investidores ainda digeriram a reunião de ontem a tarde do Fomc (Federal Open Market Committee). O Federal Reserve não surpreendeu ao manter intacto o plano de estímulo de US$ 85 bilhões ao mês em compras de títulos públicos – o Quantitative Easing 3. No entanto, a autoridade monetária norte-americana não soou tão preocupada com a condição da economia quanto alguns haviam antecipado, o que tirou um pouco o ânimo dos investidores.

Na Europa, a inflação na zona do euro mostrou arrefecimento em outubro. Pesquisa preliminar da agência de estatísticas Eurostat apontou que o indicador anual subiu 0,7% no período, depois de um avanço de 1,1% em setembro.

Ainda por lá, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou ainda que os acordos de troca de divisas que possui com os bancos centrais dos EUA, Canadá, Inglaterra, Suíça e Japão passarão a ser permanentes. A princípio, estes acordos terminariam em fevereiro de 2014; a operação consiste em trocar reservas para oferecimento de uma linha emergencial de recursos que podem ser usados pelas duas partes a qualquer momento.

Ásia
Na Ásia, a confiança foi favorecida pela decisão do banco central japonês de manter o programa de estímulo maciço que tem mostrado sinais iniciais de avanço no combate à deflação. Uma pesquisa da indústria do Japão mostrou que a atividade acelerou para o ritmo mais rápido em mais de três anos em setembro. No entanto, o índice Nikkei fechou com queda de 1,2% visto que resultados corporativos de empresas como a Honda desapontaram investidores.

Já na China, destaque para as ações do setor imobiliário, que lideraram os ganhos após o presidente Xi Jinping prometer aumentar a oferta de terras terrenos para residências, e aumentar os gastos em projetos de habitação a preços acessíveis nos últimos esforços para estabilizar o mercado imobiliário da China.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.