Petrobras pressiona e Ibovespa cai pelo 3° pregão seguido

Ações da estatal caíram forte, e índice de ações, que muda em 2014, encerrou em 53.307 pontos

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou em terreno negativo pelo terceiro pregão consecutivo nesta quinta-feira (12). Após alternar entre perdas e ganhos durante toda a manhã, o índice firmou queda nesta tarde, pressionado principalmente pelos papéis da Petrobras (PETR3, -3,49%, R$ 16,86; PETR4, -2,19%, R$ 17,85), que representam cerca de 10% de sua carteira teórica. O benchmark da bolsa brasileira fechou em baixa de 0,49%, a 53.307 pontos, após atingir queda mínima no dia de 1,17%, a 52.945 pontos. O giro financeiro diário foi de R$ 7,182 bilhões. 

A Petrobras figurou entre as maiores quedas do índice, após Graça Foster, presidente da estatal, ter afirmado na véspera que não há sinalização de reajuste de combustíveis neste ano. 

Por sua vez, as ações das empresas “X” e as imobiliárias contrabalancearam o movimento. Os papéis da LLX Logística (LLXL3, +4,58%, R$ 1,60), PDG Realty (PDGR3, +3,57%, R$ 2,32), Rossi (RSID3, +3,45%, R$ 3,00) e OGX Petróleo (OGXP3, +2,63%, R$ 0,39) e MRV Engenharia (MRVE3, +2,39%, R$ 9,43) lideraram os ganhos do índice nesta sessão. 

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No caso das empresas de Eike Batista, a OGX realizou nesta tarde assembleia geral extraodinária, que elegeu três novos membros independentes ao conselho de administração: João Alfredo Klein Junior, Luiz Eduardo Carneiro e Pedro Borba.

Em relação à OGX também refletiu as falas do diretor de operações da bolsa de valores de São Paulo, André Demarco. Segundo a nova metodologia do Ibovespa, anunciada na véspera, caso a empresa entre em recuperação judicial, ela será imediatamente retirada do índice, disse. Na véspera, a BM&FBovespa apresentou a nova forma de compor o índice, excluindo ações com valor inferior a R$ 1 e algumas outras alterações – a OGX sairia do Ibovespa pela nova metodologia, que entrará parcialmente em vigor em janeiro de 2014.

JBS, Embraer e TIM lideram perdas
Na ponta negativa, destacaram-se ainda a JBS (JBSS3, -5,0%, R$ 7,60), Embraer (EMBR3, -4,98%, R$ 19,10) e TIM (TIMP3, -3,86%, R$ 9,71). No caso de Embraer, operadores afirmaram que o Goldman Sachs estaria se desfazendo de posições no papel depois de conversa empresa nada animadora com a empresa, segundo informações do Broadcast.  

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Por outro lado, as empresas de varejo Hering (HGTX3, +1,70%, R$ 33,53) e Lojas Renner (LREN3, +1,16%, R$ 65,15) responderam positivamente à alta de 1,9% nas vendas no varejo brasileiro em julho.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 7,60 -5,00 +27,94 41,66M
 EMBR3 EMBRAER ON 19,10 -4,98 +33,06 144,04M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 9,71 -3,86 +22,95 68,81M
 BISA3 BROOKFIELD ON 1,80 -3,74 -47,37 22,51M
 PETR3 PETROBRAS ON 16,86 -3,49 -12,53 277,96M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LLXL3 LLX LOG ON 1,60 +4,58 -33,33 8,75M
 PDGR3 PDG REALT ON 2,32 +3,57 -29,91 127,67M
 RSID3 ROSSI RESID ON 3,00 +3,45 -34,07 23,24M
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 0,39 +2,63 -91,10 93,62M
 MRVE3 MRV ON 9,43 +2,39 -18,21 33,57M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 17,85 -2,19 856,58M 653,66M 30.949 
 VALE5 VALE PNA 33,20 +0,76 596,31M 826,42M 27.194 
 PETR3 PETROBRAS ON 16,86 -3,49 277,96M 193,92M 16.082 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 30,83 -0,23 239,06M 352,79M 21.348 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 29,56 -1,92 232,58M 241,28M 20.095 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Agenda econômica
Nos EUA, o Initial Claims – indicador que mensura a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego semanalmente – recuou fortemente, para o menor nível desde abril de 2006, com 292 mil solicitações. No entanto, o Departamento do Trabalho norte-americano informou que houve problema técnico no processamento dos dados que interferiu no resultado, que ficou bem abaixo do esperado por analistas, de 327 mil pedidos. Ainda por lá, os preços de importações registraram leve queda, de 0,1% e das exportações caíram 0,2%.

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Os indicadores norte-americanos tem ganhado cada vez mais destaque com a possibilidade do Federal Reserve iniciar a retirada gradual de seu programa bilionário de estímulo econômico, o Quantitative Easing 3. Na próxima semana o Fed realizará sua reunião do Fomc (Federal Open Market Comittee) e especula-se que anunciará o início da retirada.

Na zona do euro, a produção industrial recuou 1,5% em julho, valor pior do que a queda de 0,1% esperada pelo mercado. Na Itália, o mesmo indicador registrou baixa de 1,1%, após subir 0,2% no mês anterior. Já na França a taxa de desemprego subiu 0,5%, como esperado.

Além dos indicadores, também pesa sobre o apetite por risco dos investidores a questão síria. Nesta quinta-feira, o secretário de estado norte-americano, John Kerry, encontrará o russo Sergei Lavrov para discutir a possibilidade de não ocorrer uma ação militar caso o governo sírio entregue seu armamento químico aos cuidados internacionais. A negociação é bem vista em parte do mundo, mas os temores ainda existem com o presidente Barack Obama garantindo que atacará o país caso a solução diplomática não surja efeito. Os rebeldes sírios também rejeitaram a iniciativa russa.