Ibovespa perde 54.000 e fecha em queda de 0,50%, pressionado por grupo X

Otimismo gerado por dados chineses foram ofuscados por quedas de 12% de OGX e 17% de MMX

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa perdeu força na tarde desta terça-feira (10) e virou para o negativo, pressionado pela derrocada das empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, ofuscando o otimismo gerado mais cedo com os dados da China. Com isso, o índice encerrou o pregão em queda de 0,50%, a 53.979 pontos, depois de atingir alta de 0,90%, a 54.769 pontos, na máxima do dia. O giro financeiro foi de R$ 8,919 bilhões. 

As ações da OGX Petróleo, que possuem participação de 5,63% na carteira teórica do índice, fecharam em queda de 11,63%, a R$ 0,38, enquanto as da MMX Mineração (MMXM3) caíram 17,54%, a R$ 1,88.

A MMX foi pressionada com a negociação da venda do Superporto Sudeste para a Trafigura e Mubadala, enquanto a OGX tem reunião crucial com credores nesta terça-feira. Além das duas empresas, a LLX Logística (LLXL3) viu seus papéis recuarem 4,94%, a R$ 1,54. 

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Por outro lado, o crescimento da produção industrial chinesa atingiu seu maior patamar em 17 anos e ajudou a impulsionar nesta sessão as ações da Vale e siderúrgicas. A Vale (VALE3, +2,44%, R$ 37,85; VALE5, +1,84%, R$ 33,68), Bradespar (BRAP4, +1,43%, R$ 26,27) – holding que detém participação na Vale -, CSN (CSNA3, +0,85%, R$ 9,45), Usiminas (USIM3, +1,28%, R$ 10,26; USIM5, +1,75%, R$ 10,47), Gerdau (GGBR4, +1,34%, R$ 17,35) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, +1,47%, R$ 22,05) fecharam em alta e ajudaram a contrabalancear o movimento do índice, uma vez que possuem forte participação na carteira teórica do Ibovespa. 

TIM, Embraer e JBS figuram entre maiores ganhos
Ainda entre os destaques corporativos, as ações da TIM (TIMP3, +4,12%, R$ 10,35), Embraer (EMBR3, +2,19%, R$ 20,55), JBS (JBSS3, +2,09%, R$ 7,80) e Fibria (FIBR3, +2,02%, R$ 28,25) figuraram entre as maiores altas do índice neste pregão. O fato do dólar e o juros terem voltado a subir incentiva a recuperação das empresas exportadoras ou com receitas atreladas à moeda norte-americana. 

Por outro lado, as ações das imobiliárias apareceram entre as maiores quedas, devolvendo ganhos recentes. Destaque para os papéis da MRV Engenharia (MRVE3), PDG Realty (PDGR3) e Rossi (RSID3), que encerraram em desvalorizações de 3,10%, 2,87% e 2,30%, respectivamente, a R$ 9,69, R$ 2,37 e R$ 2,97. Além disso, os papéis ON da Oi (OIBR3; OIBR4) encerraram em baixa de 5,29%, a R$ 4,30, enquanto os PNs registraram desvalorização de 2,22%, a R$ 3,97

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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MMXM3 MMX MINER ON 1,89 -17,11 -57,53 56,77M
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 0,38 -11,63 -91,32 121,37M
 LLXL3 LLX LOG ON 1,52 -6,17 -36,67 9,71M
 OIBR3 OI ON 4,30 -5,29 -49,26 2,67M
 MRVE3 MRV ON 9,69 -3,10 -15,96 42,55M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 TIMP3 TIM PART S/A ON 10,35 +4,12 +31,05 113,13M
 VALE3 VALE ON 37,85 +2,44 -8,09 365,18M
 EMBR3 EMBRAER ON 20,55 +2,19 +43,16 77,96M
 JBSS3 JBS ON 7,80 +2,09 +31,31 46,07M
 FIBR3 FIBRIA ON 28,25 +2,02 +25,17 55,71M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 33,68 +1,84 944,31M 803,63M 43.231 
 PETR4 PETROBRAS PN 18,34 +0,94 531,56M 667,22M 36.610 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 31,05 +0,71 387,12M 352,58M 25.690 
 VALE3 VALE ON 37,85 +2,44 365,18M 194,30M 17.975 
 PETR3 PETROBRAS ON 17,50 +1,16 258,44M 191,60M 27.775 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Síria e China animaram
Enquanto isso, o alívio dos temores sobre um possível ataque à Síria impulsionaram os índices lá fora. A Síria aceitou uma proposta russa nesta terça-feira para entregar suas armas químicas e evitar os ataques norte-americanos, aliviando assim as preocupações do mercado sobre um possível aumento da violência na região.

Na China, a produção industrial superou as expectativas em agosto, com alta de 10,4% em relação à 2012, ante avanço de 9,7% no mês anterior, registrando seu maior crescimento em 17 meses. Além disso as vendas no varejo subiram 13,4% na mesma base comparativa, em linha com o esperado por analistas e no maio nível visto neste ano.

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Indicadores econômicos
No Velho Continente, o apetite por risco dos investidores com os dados chineses “ignorou” a produção industrial francesa, que recuou 0,6% em agosto, ante previsões de crescimento de 0,7%. Na Itália, a última estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre mostrou contração de 0,2%, como esperado.

Por aqui, a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de setembro mostrou avanço de 1,02%, ante alta de 0,13% no mesmo período de agosto, segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas).