Ibovespa fecha em queda de 1,47% puxado por MMX e imobiliárias

Por conta de feriado em Londres, índice registra volume financeiro bem abaixo da média dos últimos 21 dias; Focus e dados dos EUA trouxeram volatilidade

Paula Barra

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SÃO PAULO –  Por conta de um feriado em Londres, o volume financeiro movimentado na bolsa brasileira nesta segunda-feira (26) reduziu consideravelmente, levando o Ibovespa a apresentar uma sessão de forte volatilidade. O índice acentuou o movimento negativo no fim do pregão e fechou em queda de 1,47%, a 51.429 pontos. O giro financeiro diário era de R$ 5,210 bilhões no mesmo horário, bem abaixo da média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 8,023 bilhões. 

O baixo volume visto neste pregão, e que também foi apresentado nos principais índices acionários europeus, contribuiu com a volatilidade do Ibovespa, que segue referências diversas nesta sessão, disse o estrategista da Futura Corretora, Luis Gustavo Pereira. “Com o feriado no Reino Unido, a liquidez nos mercados europeus reduziram neste pregão, e empurrou o volume financeiro para baixo por aqui”, comenta. 

MMX e imobiliárias lideram perdas
Na ponta negativa, apareceram as ações da MMX Mineração (MMXM3), que caíram 8,09%, sendo cotadas a R$ 2,16. A mineradora sofre com a notícia da Folha de S. Paulo que disse que os interessados na compra da empresa querem que Eike Batista abra mão dos roylties que tem a receber pelo embarque de minério de ferro no porto Sudeste, no Rio de Janeiro, para a conclusão da operação. Por outro lado, as ações da OGX Petróleo (OGXP3, 0,0%, R$ 0,81) que mostraram força durante o dia, fecharam estáveis, enquanto as da LLX Logística (LLXL3, +1,78%, R$ 1,72) encerraram em alta. 

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Também contribuiu para o movimento negativo, as ações do setor imobiliário: Gafisa (GFSA3, -6,13%, R$ 2,91), Rossi (RSID3, -6,33%, R$ 2,81), Brookfield (BISA3, -4,26%, R$ 1,80) e MRV Engenharia (MRVE3, -3,51%, R$ 8,25). A proximidade com a Reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que será realizada nesta quarta-feira, traz apreensão às construtoras, uma vez que a expectativa é que o Banco Central eleve a Selic para 9% ao ano, ante 8,5% a.a. atualmente. Isso porque a tendência é que as instituições financeiras repassem esse aumento para os juros do mercado imobiliário, o que deve frear o crescimento do setor.

Ainda entre as quedas, vale mencionar o desempenho das ações da Oi (OIBR3, -6,15%, R$ 4,12; OIBR4, -3,56%, R$ 3,79), que foram penalizadas pela notícia de que a operadora esteja envolvida em um esquema de propina para benefício próprio, segundo reportagem da Veja. 

Já do lado positivo, apenas 5 ações de 71 que compõem a carteira teórica do Ibovespa encerraram em alta, sendo elas: LLX (mencionada acima), Suzano (SUZB5, +0,90%, R$ 8,95), Cielo (CIEL3, +0,89%, R$ 58,82), Klabin (KLBN4, +0,60%, R$ 11,78) e Localiza (RENT3, +0,50%, R$ 32,00).

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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MMXM3 MMX MINER ON 2,16 -8,09 -51,46 31,11M
 RSID3 ROSSI RESID ON 2,81 -6,33 -38,24 20,66M
 OIBR3 OI ON 4,12 -6,15 -51,38 3,33M
 GFSA3 GAFISA ON 2,91 -6,13 -38,22 26,93M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 12,69 -6,07 -25,35 9,80M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LLXL3 LLX LOG ON 1,72 +1,78 -28,33 13,25M
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 8,95 +0,90 +30,01 34,77M
 CIEL3 CIELO ON 58,82 +0,89 +26,68 130,69M
 KLBN4 KLABIN S/A PN 11,78 +0,60 -5,87 32,66M
 RENT3 LOCALIZA ON 32,00 +0,50 -9,81 21,69M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 32,20 -0,25 511,10M 764,26M 23.025 
 PETR4 PETROBRAS PN 18,19 -1,94 328,49M 581,70M 20.133 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 28,91 -1,70 232,45M 360,22M 16.986 
 AMBV4 AMBEV PN 81,69 -1,32 167,00M 158,19M 11.270 
 VALE3 VALE ON 35,90 -0,61 132,66M 194,60M 9.629 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Agenda nacional: Focus é destaque
Divulgado nesta manhã, o boletim Focus mostrou queda na expectativa para o crescimento brasileiro, com o PIB (Produto Interno Bruto) a 2,20% neste ano e 2,40% em 2014 – ambos mostrando menor valor do que na semana passada. Além disso, o boletim aponta para a Selic atingindo 9,50% ao ano em 2013 e no próximo ano. Os índices de preços analisados no relatório sugerem aumento nos preços e a taxa de câmbio deve ficar em R$ 2,32 neste ano e 2,36 em 2014, ante R$ 2,30 e R$ 2,35 projetados na semana anterior. 

Aliado ao boletim, uma reportagem da Folha de S.Paulo disse que o governo já prevê maior aumento na Selic do que o pensado anteriormente, com especulações sobre 3 novos ciclos de alta na taxa de juros ainda neste ano, mas sem ultrapassar 10%. Apesar da expectativa de alta, o governo espera ainda que os novos leilões diários de swap cambial iniciados pelo Banco Central na última sexta-feira (23) deêm resultados e contenham o avanço do dólar. Além disso, a confiança da indústria recuou 0,6%, para 99,0 pontos em agosto, seu menor nível desde julho de 2009 e mostra menor ritmo do setor e projeções levemente pessimistas para os próximos meses, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Indicador nos EUA e tensão política na Europa
Ainda entre as referências pessimistas, nos EUA, o índice de pedidos de bens duráveis feitos à indústria norte-americana recuou 7,3% em julho, ante projeções de queda de 5,0% após subir 3,9% no mês anterior, segundo dados divulgados nesta manhã. Esta foi a primeira queda vista no indicador em 4 meses.

Na Alemanha, a expectativa sobre um possível novo resgate para a Grécia continua sendo um dos vetores de avaliação para os eleitores, antes das eleições de setembro. A chanceler do país, Angela Merkel, garantiu que não será necessário um novo resgate à Grécia, sustentada pela opinião de Joerg Asmussen, membro do conselho do BCE (Banco Central Europeu).

Na última semana, comentários do Ministro das Finanças alemão reacenderam as especulações sobre a necessidade de um terceiro resgates provido pela troika – grupo formado pelo BCE, UE (União Europeia) e FMI (Fundo Monetário Internacional). A troika visitará Portugal ainda nesta semana para avaliar o progresso do país após também receber resgate dos credores internacionais.

Na Itália, a tensão política continua, com membros do partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi dizendo abertamente que derrubarão o governo de Enrico Letta caso Berlusconi seja retirado do Parlamento, após a condenação do ex-premiê por fraude.