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SÃO PAULO – As três sinalizações de que a bolsa brasileira poderia estar mudando de tendência no curto prazo – formação de pivô de alta, aumento do volume financeiro e “zeragem” de posições vendidas dos estrangeiros – de fato têm se confirmado e o Ibovespa, que nos primeiros dias de agosto operava próximo dos 47.000 pontos, completou nesta quarta-feira (14) seu 6º pregão seguido de alta, algo que não acontecia desde setembro do ano passado.
Com valorização de 0,58%, o benchmark da bolsa brasileira fechou a 50.895 pontos, renovando seu maior patamar desde 10 de junho. Contudo, vale mencionar que no intraday o Ibovespa chegou a bater nos 51.364 pontos, indicando alta de 1,51%, mas perdeu forças nos minutos finais do dia. O giro financeiro na Bovespa foi de R$ 11,8 bilhões, mais de 50% acima da média diária de julho, impactado pelo vencimento de contratos futuros do Ibovespa e de opções do índice.
Com esta nova alta, o Ibovespa já acumula ganhos de 7,3% nestes últimos 6 pregões. De 3 de julho (mínima do ano) pra cá, a valorização já chega a 13%. No entanto, ao olhar para o acumulado em 2013, o desempenho ainda é negativo em 16,5%.
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O noticiário internacional bem que contribuiu para manter o apetite dos investidores por risco: enquanto a zona do euro conseguiu sair da recessão após seis trimestres de declínio, nos Estados Unidos o presidente do Fed de St. Louis deu mais indícios de que o início da retirada de estímulos na economia norte-americana só deve acontecer rapidamente se o país mostrar que pode caminhar com as próprias pernas. No entanto, vale ressaltar que as bolsas internacionais não repetiram o feito da brasileira – enquanto na Europa os principais índices acionários não superaram a faixa de 0,5% de alta, os mercados norte-americanos caíram entre 0,4% e 0,7%.
Por aqui, os investidores seguem atentos ao desfecho da temporada de resultados do 2º trimestre, prevista para acabar nesta quarta-feira – as empresas têm até 45 dias após o fechamento do trimestre em questão para divulgarem seus balanços. Na agenda econômica, as vendas de varejo mostraram crescimento menor que o esperado em junho, mas o dado não surtiu efeito nas negociações da Bovespa.
Destaques de alta
A empresa que mais colaborou para a nova alta do Ibovespa foi a Petrobras (PETR3, R$ 16,12, +1,77%; PETR4, R$ 16,95, +3,54%), que possui a 2ª maior participação individual no benchmark, com uma fatia de quase 10% no índice. Destaque também para o giro financeiro de PETR4, que bateu R$ 900 milhões nesta quarta, quase o dobro do volume médio diário.
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O ponto mais alto do Ibovespa, contudo, ficou novamente com a LLX Logística (LLXL3), que subiu 17,05% com os rumores cada vez mais fortes de que as empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, deverão receber um aporte financeiro bilionário. A MMX Mineração (MMXM3, R$ 2,11, +3,94%) e a OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,68, +1,49%) também fecharam no azul, embora com uma performance mais modesta. As três empresas divulgam seus resultados nesta quarta após o fechamento do pregao.
Outra empresa que também se destacou foi a ALL (ALLL3). As ações da empresa dispararam 8,66%, fechando a R$ 9,54, após a Cosan desistir de entrar no bloco de controle da companhia. Para a equipe de análise da XP Investimentos, a notícia é positiva uma vez que diminuiu o risco de governança corporativa da ALL caso a Cosan utilizasse a companhia para benefício próprio, através de acordo entre as duas na empresa Rumo Logística. Os papéis ALLL3 também tiveram um volume financeiro bastante acima da média, somando R$ 144 milhões – a média diária girava em torno de R$ 20 milhões até o pregão anterior.
A BRF (BRFS3) foi outra que virou notícia e viu suas ações subirem 3,36%, fechando a R$ 53,85 – maior patamar da história -, diante do anúncio do novo presidente da companhia, Claudio Galeazzi, para suceder José Antonio do Prado Fay na presidência. Galeazzi foi indicado para o cargo pelo presidente do Conselho de Administração, Abílio Diniz. Fay, que comandava a companhia desde outubro de 2008, ficará até o final de 2013 na BRF.
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Fechando a lista das maiores altas do pregão, aparecem as ações de imobiliárias e siderúrgicas, que também avançaram mais de 3% e colaboraram para o dia positivo do Ibovespa, tendo em vista a significativa participação que elas possuem na carteira teórica. As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
LLXL3 | LLX LOG ON | 1,51 | +17,05 | -37,08 | 64,59M |
ALLL3 | ALL AMER LAT ON | 9,54 | +8,66 | +15,72 | 144,99M |
GFSA3 | GAFISA ON | 3,13 | +7,56 | -33,55 | 95,44M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 8,00 | +7,38 | -37,98 | 38,75M |
USIM3 | USIMINAS ON | 9,89 | +6,46 | -27,65 | 16,50M |
Oi na lanterna
Liderando isolada as perdas do Ibovespa, aparecem as ações da Oi (OIBR3; OIBR4). Após anunciar que reduzirá de R$ 2 bilhões para R$ 500 milhões o seu plano de dividendos para os exercícios entre 2013 e 2016, a operadora de telefonia viu seus papéis ordinários recuarem 8,93%, para R$ 4,49, enquanto os preferenciais caíram 7,40%, a R$ 4,13. Na mínima do dia, eles chegaram a despencar mais de 10%.
Em teleconferência sobre os resultados do 2º trimestre, o diretor financeiro da companhia, Bayard Gontijo, não descarta novos cortes na cifra. O discurso vai em linha com as palavras do presidente-executivo da empresa, Zeinal Bava, que disse durante teleconferência que o foco de sua gestão será a redução da provisão em pelo menos 50%, além de aumentar produtividade de equipes de campo da Oi em 20% a 40%.
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As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
OIBR3 | OI ON | 4,49 | -8,93 | -47,02 | 24,00M |
OIBR4 | OI PN | 4,13 | -7,40 | -45,72 | 158,10M |
DTEX3 | DURATEX ON | 12,53 | -3,62 | -7,67 | 48,09M |
RENT3 | LOCALIZA ON | 32,53 | -2,75 | -8,32 | 56,32M |
CMIG4 | CEMIG PN | 20,12 | -2,57 | +6,41 | 132,01M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
VALE5 | VALE PNA | 31,60 | +0,13 | 1,32B | 598,04M | 50.504 |
PETR4 | PETROBRAS PN | 16,95 | +3,54 | 902,21M | 421,80M | 50.237 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN EJ | 30,06 | -0,99 | 484,81M | 319,70M | 34.554 |
BRFS3 | BRF SA ON | 53,85 | +3,36 | 416,40M | 92,17M | 21.548 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 29,15 | -1,02 | 364,47M | 234,12M | 31.588 |
VALE3 | VALE ON | 35,78 | +0,48 | 318,56M | 152,52M | 19.804 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 11,56 | -2,45 | 259,59M | 139,03M | 32.836 |
PDGR3 | PDG REALT ON | 2,09 | +5,03 | 253,76M | 69,65M | 43.739 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 16,12 | +1,77 | 244,49M | 129,06M | 31.367 |
BBAS3 | BRASIL ON | 23,47 | +0,56 | 243,35M | 125,84M | 27.872 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
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Membro votante do Fomc acalma mercado
O presidente do Federal Reserve de St. Louis e membro votante do Fomc (Federal Open Market Comittee), James Bullard, manteve tranquilidade nos mercados ao afirmar que “não há evidência de que a inflação esteja na trajetória da meta de 2%”. Vale destacar que os principais parâmetros usados pela autoridade monetária do país na decisão de iniciar ou não a retirada dos estímulos à economia local são os níveis de emprego e a inflação.
Ainda na maior economia do mundo, além dos preços ao produtor, que mostrou estabilidade em julho, ante expectativa de alta de 0,3%, o dia contou com os estoques de petróleo locais, que registraram queda de 2,812 milhões na semana anterior.
Europa fora da recessão
Na Europa, o destaque foi o crescimento local de 0,3% – o primeiro, após seis trimestres de recessão. Na Alemanha, o crescimento do PIB foi de 0,5% no período, ante expectativas de avanço de 0,1%. Na França, a alta de 0,7% no indicador superou as projeções de 0,6% e encerrou a recessão que o país enfrentava, há dois trimestres apresentando contração.
Na Grã-Bretanha, a taxa de desemprego permaneceu em 7,8% em junho e o indicador que mensura a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego do mês passado registrou queda de 29,2 mil pedidos, ante expectativas de diminuição de 14,3 mil.