Ibovespa cai 0,67% mas fecha o mês pela 1ª vez no positivo em 2013

SÃO PAULO – A reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) trouxe forte volatilidade para o Ibovespa a duas horas do fim do pregão desta quarta-feira (31). O índice ensaiou uma melhora nesta tarde, mas fechou em queda de 0,67%, a 48.234 pontos, figurando no negativo pela terceira sessão consecutiva. O giro financeiro foi de R$ 6,996 bilhões. 

Esse é o primeiro mês que o benchmark brasileiro fechou no positivo neste ano, com alta de 1,64%. No mês passado, a queda acumulada do foi de 11,3%. Vale mencionar que nunca o mercado caiu por mais de 6 meses seguidos e todas as vezes que isso ocorreu – nos anos 1994, 2008 e 2011 – subiu forte posteriormente. 

Conforme o esperado, o Federal Reserve não alterou o rumo da política monetária dos Estados Unidos, mantendo a taxa de juros entre zero e 0,25% ao ano, bem como a continuidade do programa de estímulo à economia, conhecido como Quantitative Easing 3, que compra mensalmente US$ 85 bilhões em títulos.

Autoridades afirmaram, após a reunião do Fomc, que terminou nesta quarta-feira, que a economia expandiu em ritmo “modesto” na primeira metade do ano. O texto teve uma ligeira alteração quando comparado ao comunicado da reunião de junho, quando sinalizava crescimento “moderado”. O comitê apontou ainda que a inflação persiste em manter-se abaixo de 2%, o que pode colocar em risco a performance da economia, mas vê a taxa convergindo para a meta no médio prazo. 

Ambev, OGX e Gerdau lideram ganhos; B2W e imobiliárias recuam
Entre os maiores ganhos do Ibovespa, destaque para as ações da Ambev (AMBV4), que avançaram 4,76%, cotadas a R$ 86,01, mostrando a maior valorização do índice após a companhia registrar queda de 2,2% em seu lucro líquido ajustado frente ao ano passado, atingindo R$ 1,88 bilhão. Apesar da queda, as receitas da companhia se elevaram: alta de 9,9%, para R$ 7,5 bilhões no trimestre. Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) pulou 9,5%, para R$ 3,21 bilhões. Assim, a margem Ebitda (Ebitda/Receita líquida) atingiu 42,8%, queda de 0,20 ponto percentual.

Também na ponta positiva apareceram a OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,67, +4,69%), que estende os ganhos recentes, em meio à expectativa de que ela tenha sua participação elevada no próximo rebalanceamento do Ibovespa. A Gerdau (GGBR4, R$ 14,59, +2,89%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 18,23, +1,79%) responderam bem ao PIB melhor que o esperado nos EUA – o país é a principal origem da receita da empresa -, além de rumores de que a empresa começou a praticar preços 10% mais altos no mercado brasileiro. 

Por outro lado, as ações da BTW (BTOW3) lideraram as quedas dessa sessão, com recuo de 7,42%, a R$ 10,60, seguidas pelos papéis da PDG Realty (PDGR3) e Gafisa (GFSA3), que fecharam em baixas de 6,60% e 6,12%, respectivamente, a R$ 1,84 e R$ 2,76. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Agenda dos EUA
Na parte da manhã, a bolsa refletiu uma série de dados da economia norte-americana. O Departamento de Comércio informou que no segundo trimestre a economia do país cresceu 1,7%, ante projeções de 1,1%, mesmo valor registrado do período anterior.

O indicador também sofreu alterações em seu cálculo, que agora inclui “efeito Hollywood” e causou a revisão para cima do PIB de 2012, de 2,2% para 2,8%. Já o número de novos postos de trabalho no setor privado dos EUA subiu 200 mil em junho, ante projeções de 175 mil novos empregos, enquanto o PMI (Purchase Manager’s Index) de Chicago subiu para 52,3, ante expectativa de leve queda para 51,5 em julho.

Entre os indicadores e a reunião do Fomc, as principais bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos. O Dow Jones recuou 0,13%, a 15.500 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,26%, a 3.626 pontos, e S&P 500 encerrou estável. Contudo, todos os três índices subiram cada mais de 4% no mês, registrando o melhor mês de julho desde 2010. 

IPP e fluxo cambial no Brasil
No Brasil, além da agitada temporada de resultados, que contou também com a divulgação de Weg (WEGE3), Dufry (DAGB11), OdontoPrev (ODPV3), Sul América (SULA11), Tecnisa (TCSA3), Tractebel (TBLE3) e Arezzo (ARZZ3), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o IPP (Índice de Preços ao Produtor) da indústria de transformação, que reportou avanço 1,33% em junho, após subir 0,24% no mês anterior.

Além disso, a taxa de desemprego nas sete principais regiões metropolitanas do País recuou em junho, passando 10,9%, ante 11,2% registrados em maio. Os dados são da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), divulgada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Já o fluxo cambial semanal mostrou saldo positivo em US$ 440 milhões na semana finda em 26 de julho. No ano, o Brasil acumula US$ 7,491 bilhões positivos.

Desemprego na zona do euro e Alemanha
Na Europa, o número de pessoas desempregadas na Alemanha caiu mais do que o esperado e a taxa de desemprego da zona do euro manteve-se estável em 12,1%, ante projeções de alta para 12,2%. Além disso, apesar da estabilidade na taxa, o número de pessoas sem ocupação no bloco econômico caiu pela primeira vez em dois anos.

Por outro lado, as vendas no varejo alemão decepcionaram ao mostrar sua maior queda no ano (-1,5%), enquanto a expectativa do mercado era de alta de 0,1%.