Ibovespa fecha em queda de 1,32% e tem pior pregão em duas semanas

Ações da Usiminas, CSN, Vale e Petrobras ajudam a puxar queda do índice; saída de investidores estrangeiros também contribuem para movimento negativo

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após subir 0,93% (49.669 pontos) no início da sessão, o Ibovespa acentuou o movimento negativo nesta tarde e fechou o pregão desta terça-feira (30) em queda de 1,32%, a 48.561 pontos, pressionado por papéis da Usiminas (USIM3, -6,25%, R$ 9,00; USIM5, -4,45%, R$ 9,01), CSN (CSNA3, -5,92%, R$ 6,67), Petrobras (PETR3, -2,46%, R$ 15,49; PETR4, -1,32%, R$ 16,46) e Vale (VALE3, -2,45%, R$ 31,06; VALE5, -1,87%, R$ 28,36) – que juntos representam 25,7% da carteira teórica do índice. Esse foi o pior pregão do índice desde 12 de julho, quando caiu 2,34%. O giro financeiro foi de R$ 6,317 bilhões.

O mercado brasileiro sentiu o aumento da aversão ao risco às vésperas do término da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), ADP Employment, que traz os dados do mercado de trabalho no setor privado dos Estados Unidos, além do PMI (Purchasing Managers Index) chinês e norte-americano.

Além disso, o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Futura Investimentos, aponta que há um movimento técnico com a saída de investidores estrangeiros que realizaram ganhos na semana passada.

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Corroborando para o sentimento negativo, o mercado também refletiu nesta sessão índice de confiança do consumidor norte-americano, que veio abaixo do esperado. O indicador registrou 80,3 em julho, ante expectativa de 81,6. O resultado de junho foi revisado para cima, de 81,4 para 82,1. E o S&P/Case Shiller Home Price, indicador que analisa os dados do setor imobiliário, subiu 12,2% em maio, ante projeção de alta de 10,5% – no mês anterior o indicador registrava avanço de 12,1%.  Com isso, os principais índices acionários norte-americanos fecharam com sinais opostos: Dow Jones (-0,01%, 15.521 pontos), Nasdaq (+0,47%, 3.616 pontos) e S&P 500 (+0,04%, 1.686 pontos).

Oi e Siderúrgicas puxam queda; setor financeiro lidera alta
Entre as maiores quedas do índice, destaque para as ações da Oi (OIBR3; OIBR4) e siderúrgicas – menciadas acima. No caso da Oi, os papéis foram penalizados pelo terceiro pregão, após forte valorização no acumulado da semana anterior, quando subiram 20%

A empresa de telefonia vem sofrendo da crise de confiança nos últimos meses, com os investidores cautelosos sobre a situação da dívida, o que levou a companhia a anunciar recentemente um corte de pagamento de dividendos que seria realizado em agosto – o que foi visto como positivo pelos analistas de mercado. 

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Já a Usiminas recuou depois de três pregões de ganhos diante da divulgação de resultado na última sexta-feira. A gestão do argentino Julián Eguren à frente da empresa parece ter tido os primeiros efeitos e começa a ganhar confiança do mercado. Após reportar o balanço, três casas de análise revisaram suas perspectivas: o BTG Pactual e o Itaú BBA elevaram suas recomendações para overweight (desempenho acima da média), enquanto a Planner Corretora passou a indicar compra. Em meio a esse otimismo, as ações da CSN avançaram junto. 

Por outro lado, as ações do setor financeiro figuraram entre os maiores ganhos do índice, com destaque para Santander (SANB11) e Itaú Unibanco (ITUB4), que divulgaram seus resultados trimestrais nesta manhã. 

O Itaú teve lucro líquido de R$ 3,622 bilhões, alta de 1,03% em relação ao mesmo período do ano passado e 3,13% na comparação ao primeiro trimestre deste ano, enquanto o Santander mostrou lucro líquido de R$ 501 milhões, queda de 17,8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Assim como o Bradesco já havia sinalizado na semana passada, os dois bancos destacaram a melhora na inadimplência. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM3 USIMINAS ON 9,00 -6,25 -34,16 8,71M
 OIBR3 OI ON 4,50 -6,25 -46,90 5,97M
 CSNA3 SID NACIONAL ON 6,67 -5,92 -41,42 71,17M
 OIBR4 OI PN 4,23 -5,37 -44,41 56,69M
 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 26,80 -4,80 -11,40 73,42M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CIEL3 CIELO ON 55,64 +1,76 +19,83 71,04M
 SANB11 SANTANDER BR UNT N2 13,87 +1,24 -5,66 77,10M
 BRFS3 BRF SA ON 49,15 +1,24 +18,19 92,12M
 BBAS3 BRASIL ON 22,94 +1,10 -7,16 165,71M
 AMBV4 AMBEV PN 82,10 +0,93 -3,27 108,66M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 28,36 -1,87 649,15M 494,58M 25.321 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 29,22 +0,79 441,12M 313,26M 27.888 
 PETR4 PETROBRAS PN 16,46 -1,32 352,54M 448,36M 21.339 
 BBDC4 BRADESCO PN 28,15 -0,39 243,27M 259,17M 19.425 
 VALE3 VALE ON 31,06 -2,45 198,63M 130,31M 19.613 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Noticiário positivo na Ásia e Europa
O dia contou com referências positivas vindas do exterior. Na China, o Banco Central injetou US$ 2,77 bilhões no mercado monetário, através da compra de contratos de recompra reversa de títulos de sete dias, marcando a primeira vez em que o BC emitiu operações de recompra reversa – que injeta recursos em vez de enxugá-los – desde o início de fevereiro. Ainda por lá, uma reunião do politburo, principal órgão decisório do país, prometeu manter o crescimento econômico estável no segundo semestre, com ajustes de políticas, reformas e reestruturação, segundo a agência de notícias oficial chinesa, Xinhua. Os líderes deixaram claro que aceitarão uma desaceleração do crescimento em meio a tentativas de reestruturar a economia, afastando-a da dependência de exportações para priorizar consumo e serviços.

Ainda na Ásia, outra boa notícia: a taxa de desemprego do Japão caiu para 3,9% em junho – desde outubro de 2008 a taxa não ficava abaixo de 4%. Por outro lado, a produção industrial japonesa caiu 3,3%, ante projeções de alta em 1,4%. Apesar da referência negativa, os índices asiáticos fecharam em alta, após quatro sessões seguidas de queda.

Já na Europa, a confiança da zona do euro subiu para seu maior patamar em 15 meses, com 92,5 em julho, ante 91,3 no mês anterior, segundo dados da Comissão Europeia. Referências positivas também foram vistas na Alemanha, onde a confiança do consumidor subiu de 6,8 para 7,0 em julho, e na Espanha, onde o PIB (Produto Interno Bruto) contraiu 0,1% no segundo trimestre, em linha com as expectativas dos analistas.