Ibovespa sobe 1,43% e fecha acima dos 49.000 pontos pela 1ª vez em mais de um mês

Dados positivos dos EUA e diminuição do saldo negativo das posições de estrangeiros no Ibovespa Futuro colaboraram desempenho positivo do mercado doméstico

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa consolidou sua trajetória de alta nesta quinta-feira (25), após dados positivos da economia dos Estados Unidos. Assim como no último pregão, o índice ganhou força após bater nos 48.000 pontos – a diferença é que na véspera o índice amenizou as perdas, mas mesmo assim fechou em queda de 0,91%. Hoje, o benchmark da bolsa brasileira encerrou em alta de 1,43%, a 49.066 pontos – acima dos 49.000 pontos desde 18 de junho. Essa é a sétima vez em nove pregões que o índice fecha em alta. 

Contribuíram para o desempenho positivo a valorização das ações consideradas “pesos-pesados” do Ibovespa, Petrobras (PETR3, +1,69%, R$ 16,23; PETR4, +2,68%, R$ 16,83) e Vale (VALE3, +1,10%, R$ 32,26; VALE5, +0,69%, R$ 29,14), que juntas representam cerca de 22% da carteira teórica do índice. 

A alta recente do Ibovespa reflete a diminuição no saldo vendedor de investidores estrangeiros no Ibovespa Futuro, segundo Luis Gustavo Pereira, analista da Futura Investimentos. “O investidor estrangeiro está zerando suas posições vendidas aqui, o que impulsiona o índice e melhora a tendência para os próximos pregões”, comenta.

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Considerando os movimentos de compra e venda até a última quarta-feira (24), o saldo de posições dos estrangeiros em contratos futuros do Ibovespa ficou em 60.662 negativo. Apesar do pessimismo em relação à bolsa brasileira persistir, o número mostra uma forte diminuição em relação ao de 3 de maio, quando contava com 165.549 negativo, segundo dados do site Dados da Bolsa. O movimento pode sinalizar não apenas uma diminuição no pessimismo dos mercados em relação ao mercado brasileiro como também um movimento técnico de realização – após recentes quedas, os investidores embolsam lucros da operação vendida, comprando contratos. Vale ressaltar que a última vez em que as compras de contratos de Ibovespa Futuro por estrangeiros superaram as vendas foi em setembro de 2012.

Maiores altas e baixas
Entre as maiores altas do índice, as ações da MMX Mineração (MMXM3) subiram 10,6%, a R$ 1,67, seguidas pelas da Light (LIGT3, +6,68%, R$ 17,24) e Oi (OIBR3, +6,28%, R$ 5,25; OIBR4, +6,48%, R$ 5,25).

No caso da MMX, os papéis ganharam força diante de rumores sobre a possibilidade de venda da empresa. Entre as interessadas, estariam o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, a suíça Glencore Xtrata e a holandesa Trafigura, além dos players nacionais, Usiminas (USIM3; USIM5), Gerdau (GGBR4) e Arcelor Mittal.

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Já as ações da Oi, que recuaram durante boa parte do pregão, viraram nesta tarde dando continuidade à sequência positiva dos últimos cinco pregões, que as fizeram acumular ganhos de cerca de 35% no período. Na véspera, a companhia divulgou que está suspendendo o pagamento de dividendos para agosto, o que pode melhorar suas perspectivas de caixa. 

Por outro lado, as ações do Santander (SANB11, -2,96%, R$ 13,76), BR Properties (BRPR3, -2,55%, R$ 19,10), Cosan (CSAN3, -1,47%, R$ 42,75) e Fibria (FIBR3, -1,18%, R$ 22,59) lideraram as perdas do índice. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MMXM3 MMX MINER ON 1,67 +10,60 -62,47 23,50M
 LIGT3 LIGHT S/A ON 17,24 +6,68 -22,76 16,54M
 OIBR4 OI PN 4,93 +6,48 -35,21 49,82M
 OIBR3 OI ON 5,25 +6,28 -38,05 12,89M
 GFSA3 GAFISA ON 3,09 +4,39 -34,39 26,71M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SANB11 SANTANDER BR UNT N2 13,76 -2,96 -6,41 73,84M
 BRPR3 BR PROPERT ON 19,10 -2,55 -23,33 32,52M
 CSAN3 COSAN ON 42,75 -1,48 +2,40 97,13M
 FIBR3 FIBRIA ON 25,06 -1,18 +11,03 54,38M
 BBAS3 BRASIL ON 22,59 -1,18 -8,57 128,12M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 16,84 +2,75 618,24M 467,30M 38.275 
 VALE5 VALE PNA 29,14 +0,69 541,56M 539,62M 22.530 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 29,00 +0,14 261,62M 353,66M 19.593 
 BBDC4 BRADESCO PN 28,83 +0,21 258,25M 266,17M 18.193 
 VALE3 VALE ON 32,26 +1,10 217,83M 133,49M 16.292 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Indicadores positivos animam investidores
Nos EUA, a agenda de indicadores trouxe sinais positivos e negativos. No mercado de trabalho, o Initial Claims registrou 343 mil novos pedidos de auxílio-desemprego, ante estimativas de 340 mil solicitações na semana finda em 20 de julho. Já o Durable Good Orders, que mensura os pedidos feitos à indústria norte-americana subiu 4,2% em junho, ante projeções de recuo para 1,8%, após alta de 5,2% no mês anterior.

Com isso, o Dow Jones encerrou em alta de 0,09%, a 15.556 pontos, enquanto o Nasdaq e S&P 500 avançaram 0,71% e 0,24%, respectivamente, a 3.605 pontos e 1.690 pontos. 

Já no Velho Continente, nem mesmo indicadores positivos na Alemanha, Reino Unido e Espanha animaram os investidores. O sentimento empresarial alemão, divulgado pelo Instituto Ifo, que ficou em linha com o esperado, subindo para 106,2 em julho – seu terceiro mês seguido de alta -, ante 105,9 registrados no mês anterior. Já a prévia do PIB (Produto Interno Bruto) britânico subiu 0,6% no segundo trimestre, mostrando o dobro do resultado visto nos três primeiros meses do ano, assim como esperavam os analistas. Já na Espanha, a taxa de desemprego caiu pela 1ª vez em dois anos, indo de 27,16% para 26,26% no segundo trimestre deste ano.

Resultados movem mercados
O dia contou com a divulgação de resultados de mais de 50 empresas no mundo todo. A bateria de balanços movimenta os índices mundiais, que repercutem principalmente os dados negativos na Europa, como da Michelin, BASF e Software AG preocuparam os investidores, com cautela nos dados estimados para o final de 2013 e queda no lucro da Michelin. Já a Unilever reportou menor crescimento nas vendas, afetadas principalmente pelos mercados emergentes.

Do outro lado do mundo, os índices acionários também foram movimentados seguindo as temporadas de resultados. No Japão, a Canon e a Nikon pesaram sobre o índice Nikkei, com repercussão negativa sobre a diminuição das expectativas de ganhos para o final deste ano.

Já nos EUA, a agenda de resultados conta com 38 empresas nesta sessão, incluindo a General Motors, que reportou lucro de US$ 0,84 por ação, US$ 0,09 acima do esperado. Segundo levantamento feito pela Reuters, 34% das empresas que fazem parte do índice S&P 500 já reportaram seus resultados, sendo que destas, 66% superaram as estimativas do mercado. Por outro lado, 47% dos balanços mostraram receita abaixo do esperado.