Ibovespa fecha em alta de 0,28% puxado por Vale e imobiliárias

Usiminas e CSN figuram entre as maiores quedas do índice; pregão marca início da temporada de resultados corporativos do 2° trimestre

Paula Barra

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SÃO PAULO – Volátil, o Ibovespa fechou em alta de 0,28% nesta terça-feira (16), a 46.869 pontos, depois de chegar a subir 1,26% na máxima e cair 0,69% na mínima do dia. Essa é a quarta alta em cinco pregões. A sessão marca ainda o início da temporada de resultados, com a Localiza (RENT3) divulgando seu balanço nesta noite. O giro financeiro foi de R$ 5,012 bilhões. 

Na contramão, os índices acionários norte-americanos consolidaram queda, variando entre 0,21% e 0,4%, após a divulgação de indicadores no país. Os investidores também aguardam o discurso de Ben Bernanke, que falará sobre economia amanhã no Congresso dos Estados Unidos e poderá dar pistas sobre quais serão os próximos passos do Federal Reserve.

Nesta tarde, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, disse que a autoridade monetária dos EUA deveria começar a reduzir seu programa de compra de títulos e encerrá-lo “em algum momento na primeira metade do ano que vem”. 

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Imobiliárias e Vale lideram os ganhos
Entre os destaques corporativos, as construtoras Brookfield (BISA3) e Cyrela (CYRE3) lideraram as altas desta sessão, com ganhos de 3,85% e 3,69%, respectivamente, a R$ 1,62 e R$ 6,74. Um pouco mais atrás, aparecem também os papéis da Cyrela (CYRE3), com alta de 2,8%, a R$ 16,50. A Cyrela e MRV refletiram suas prévias operacionais do segundo trimestre, que viram acima das expectativas dos analistas. 

A Vale (VALE3; VALE5) também contribuiu para o desempenho positivo do índice. Os papéis ordinárias da mineradora subiram 3,65%, a R$ 31,23, enquanto os preferenciais avançaram 1,86%, a R$ 27,87. Juntos, eles representam cerca de 12% da carteira teórica do índice.

A mineradora foi beneficiada pelo anúncio de produção recorde de minério de ferro da Rio Tinto no primeiro semestre do ano. A companhia, segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, manteve sua projeção para o ano e afirmou que continuará a expansão das operações na região de Pilbara, da Austrália Ocidental, para 290 milhões de toneladas métricas por ano.

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OGX, Usiminas e Oi caem mais de 3%
Por outro lado, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 3,92%, a R$ 0,49, oscilando entre alta de 3,92% e baixa de 11,76%. Na noite da véspera, a Moody’s anunciou um novo corte de rating da OGX para Ca – segunda nota mais baixa da agência de classificação de risco -, com perspectiva negativa, enquanto, nesta manhã, a companhia prestou esclarecimentos ao mercado e informou que manteve previsão de extração de óleo de Tubarão Martelo no quarto trimestre deste ano.

Na sequência apareceram os papéis ordinários da Usiminas (USIM3, -3,85%, R$ 7,50; USIM5, -3,58%, R$ 7,28) e preferenciais da Oi (OIBR3, -3,25%, R$ 3,87; OIBR4, -3,81%, R$ 3,53). As ações das duas companhias vinham de fortes valorizações na véspera, com a Usiminas apresentando seu melhor pregão desde dezembro de 2008. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BISA3 BROOKFIELD ON 1,62 +3,85 -52,63 9,45M
 MRVE3 MRV ON 6,74 +3,69 -41,54 62,94M
 VALE3 VALE ON 31,23 +3,65 -24,16 146,11M
 JBSS3 JBS ON 6,79 +3,03 +14,31 24,51M
 BBAS3 BRASIL ON 22,20 +2,83 -10,15 167,42M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 0,49 -3,92 -88,81 98,59M
 USIM3 USIMINAS ON 7,50 -3,85 -45,14 1,71M
 OIBR4 OI PN 3,53 -3,81 -53,61 30,46M
 USIM5 USIMINAS PNA 7,28 -3,58 -43,13 62,48M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 9,11 -3,50 -46,41 7,19M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 27,87 +1,86 435,54M 603,40M 26.436 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,75 +1,35 325,20M 553,81M 19.858 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 28,04 +0,57 282,12M 401,86M 17.693 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 12,72 0,00 213,98M 187,58M 338 
 BBDC4 BRADESCO PN 27,93 -0,18 182,48M 265,47M 18.799 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

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Inflação e produção industrial nos EUA
Entre os dados norte-americanos, destaque para o CPI (Consumer Price Index), que subiu 0,5%, ante projeções de alta de 0,3%. O que no Brasil é uma sinalização ruim, seria boa nos EUA, que querem maior inflação, se isso não pudesse ser usado pelo Federal Reserve para iniciar a retirada de seu programa de estímulo monetário, o Quantitative Easing 3.

Já a produção industrial do país subiu 0,3% em junho, em linha com as expectativas do mercado enquanto a capacidade utilizada da indústria subiu para 77,8%, ante expectativas de 77,7%.

Por lá, também repercurtem os resultados trimestrais divulgados nesta manhã. Enquanto o lucro líquido do Goldman Sachs e da Johnson & Johnson ficou acima do esperado, o da Coca-Cola veio em linha com as expectativas, com queda nas vendas na Europa.

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Inflação brasileira
Por aqui, o IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) desacelerou alta para 0,43% em julho, ante 0,63% de inflação no mês anterior, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Também divulgado nesta manhã pela Fundação, o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) desacelerou para 0,07% de alta na segunda quadrissemana de julho, ante avanço de 0,23% no período anterior.

Confiança alemã e escândalo na Espanha
Na Alemanha, o índice ZEW, que mensura a confiança econômica para os próximos seis meses, caiu para 36,3, ante 38,5 registrados em junho – analistas esperavam alta para 39,8 em julho. Com isso, o índice DAX 30 opera em queda de 0,40% em Frankfurt.

Em Madri, o IBEX 35 mostrou a queda mais forte do continente (-0,73%), pressionado pela recusa de renúncia do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, apesar do escândalo político envolvendo seu governo, com um membro do seu partido sendo acusado de corrupção e fraude.