13 motivos para comprar Petrobras “agora”, na opinião do Credit Suisse

Segundo analistas, a maré ruim da estatal na bolsa parece ter chegado ao fim e o melhor é comprar o papel o quanto antes

Paula Barra

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SÃO PAULO – A maré negativa da Petrobras (PETR3; PETR4) na bolsa pode estar chegando perto do fim e o tão aguardado momento em que as ações voltariam ao radar dos investidores dá seus primeiros sinais – ou melhor, 13 sinais. É o que aponta a equipe de análise do Credit Suisse.

O relatório divulgado nesta sexta-feira (19) pelo banco tem como título “13 reasons to buy. Now” (na tradução livre: 13 motivos para comprar. Agora). Após um mês de discussões sobre a empresa com investidores dos Estados Unidos, Europa, Brasil e América do Sul, o time do Credit sustenta a recomendação otimista para os papéis com base em 13 argumentos.

Confira abaixo as 13 razões para comprar ações da Petrobras, apontadas pelos analistas Emerson Leite, Vinícius Canheu e Andre Sobreira:

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1°) Plano de desinvestimento
Segundo os analistas, abril é o mês no qual devem ser vistas as primeiras ofertas de farm-outs (venda de participação em bloco) no Brasil. Isso deve ocorrer para evitar competições nos leilões de maio. A expectativa é que sejam vendidos ativos como Xerelete, Maromba e BC-10. 

“Dependendo do resultado das propostas, a Petrobras poderá abrir outros processos de venda de ativos ainda este ano”, disseram. O mercado estima uma ampla faixa entre US$ 3,5 bilhões a R$ 8 bilhões apenas para ativos no Brasil. O plano de desinvestimento da estatal corresponde a US$ 10 bilhões em ativos aproximadamente até 2013. 

Fora do País, ainda há oportunidades de venda de ativos no Golfo do México – a Shell mostrou interesse na véspera em alguns blocos -, além de Nigéria e Argentina. 

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2°) Mais etanol na gasolina
Outro ponto ressaltado por eles é que o mês de maio será quando o mix de etanol na gasolina subirá de 20% para 25%. 

“Não devemos ver somente a quantidade de gasolina importada cair, mas também as refinarias de Petrobras aumentarem a produção de gasolina”, explicaram.  

3°) Turnaround na produção
O mês de junho deve marcar o recuperação da produção, com o fim das manutenções e ramp-ups. “E, desta vez, achamos que é estrutural, e a Petrobras deve mostrar uma continuação no crescimento da produção de 8% até 2016 e 2017”, disseram.

Além disso, a estatal vai adicionar mais sete plataformas até o final de 2013, o que deve acrescentar uma capacidade líquida de 660 mil barris por dia – atingindo o maior patamar da história da companhia. 

4°) Melhora financeira …
Os analistas acreditam que o primeiro trimestre deve marcar melhora na performance financeira da empresa, explicado pelos motivos acima. A partir desse ponto, eles apontam que a empresa deve mostrar melhora sequencial nos números (a Petrobras anunciou aumentou o preço do diesel em 5% em março, mas os benefícios da medida virão completamente somente no segundo trimestre).

5°) … e na governança corporativa
Outro quesito que também deve apresentar melhora é a governança corporativa, explicam, em função da possível entrada de novos membros independentes no conselho administrativo e fiscal da empresa. 

Na próxima eleição, eles apontam que os minoritários poderiam ter a chance de eleger realmente representantes para a empresa, com os nomes de Mauro Cunha, candidato para o conselho, e Reginaldo Alexandre e Walter Albertoni, ambos cadidatos para o comitê fiscal.

Caso sejam eleitos, esses membros poderiam lançar uma luz sobre a discussão dos preços dos combustíveis e o papel fiduciário do conselho em relação à Petrobras, além de trazer mais transparência para as contas da companhia, argumentam.

6°) Comprometimento da gestão
Eles chamam atenção, ainda, para o compromisso da equipe de gestão, enquanto trabalham com um possível reajuste de preços no segundo semestre de 2013, quando esperam que a inflação estará mais baixa e dará condição para essa movimentação. Atualmente, os preços da gasolina e diesel estão 5% e 7% baixo dos partamares internacionais, respectivamente.

7°) Definição das novas refinarias nos próximos meses
Dentro de três a quatro meses, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, espera ter melhor definição sobre as duas novas refinarias do Maranhão – Premium I e II. Mesmo que esses projetos não inciem antes do final desta década, a abordagem da Petrobras para o negócio de downstream está mudando (para melhor), avaliam.

“Isto é importante, uma vez que dá mais confiança no perfil futuro de retorno da empresa, o que deve permitir que as ações se aproximem do seu valor patrimonial por ação de R$ 26,00”, comentaram. 

8°) Bom trabalho para aumentar produção
Além disso, eles acreditam que a diretoria está fazendo um bom trabalho para aumentar a produção, reduzindo assim a quantidade importada. Segundo os analistas, a produção vem crescendo todos os trimestres desde o 1° de 2011. A estimativa para o próximo não é diferente, apontaram.

9°) “Comprar ON faz sentido”
A diferença entre as ações ordinárias e preferenciais está atualmente em 11%, ou 3,5 anos de pagamento de dividendos. O gap abriu quando a diretoria da empresa anunciou distribuição menor de proventos para os papéis ON na divulgação do resultado do quarto trimestre.

Agora, os analistas acreditam que a recuperação dos papéis ON frente aos PN está prestes a chegar. Com isso, “comprar ordinárias faz sentido”: 3% de yield mais 11% de gap é melhor do que os 5,5% de yield das PNs”, argumentam.

10°) Call oportunista
Respondendo a própria pergunta: “a compra de Petrobras é para os próximos 3 a 5 anos ou estamos realmente animados com essa virada e momento da empresa”, os analistas respondem: “o call começa oportunista, mas tem chances de virar estrutural”.

Eles explicam que no final do ano terão mais conficção em relação aos passos da empresa, além de ser mais fácil visualizar quão forte será essa virada. 

11°) Petrobras versus Ibovespa
Segundo eles, ano passado foi mais fácil performar no mercado: era só ficar menos exposto à Petrobras (caiu bem e representa quase 10% da carteira teórica do índice) para superar o desempenho do Ibovespa. Este ano, entretanto, está mais difícil. 

“Consideramos cada vez mais difícil o desempenho do ano passado se repetir e, portanto, sentimos mais confortáveis em encontrar valor nessa companhia”, argumentam. 

12°) Petrobras versus grandes petrolíferas
Eles também avaliam que a Petrobras deve performar melhor do que as demais grandes petrolíferas mundiais.

“As grandes empresas de petróleo registraram um bom desempenho no ano passado, mas agora tem que investir novamente, colocando pressão nos resultados, enquanto que a Petrobras está na direção oposta”, comentaram.

13°) “Espere e verá”
E, por fim, Leite, Canheu e Sobreira apontam que a grande questão não é se a virada da Petrobras ocorrerá, mas quando. “Os investidores parecem preferir esperar para ver a melhora a recuperação da empresa primeiro do que começar a investir e, com isso, perder a primeira pernada. Pois bem, se a grande maioria for assim, eu prefiro ser a minoria já posicionada antes que as melhorias aconteçam”, reforçam.