Próxima semana terá inflação na China e no Brasil e ata do Fomc nos EUA

Na agenda doméstica, período ainda terá dados de vendas no varejo e o IBC-Br, índice do BC considerado a prévia do PIB

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Mesmo com a alta desta sexta-feira (5), a semana foi bastante negativa para o Ibovespa, que encerrou o período entre 1 e 5 de abril com recuo acumulado de 2,31%, a 55.050 pontos. O mercado internacional ficou bastante movimentado nesses últimos dias, com renúncia de ministro no Chipre, mudança de políticas no Japão e dados positivos das indústria e ruins do emprego nos EUA.

Para esta semana, a agenda ficará bastante movimentada, com diversos indicadores sendo apresentados pelo mundo, principalmente na China. Além disso, alguns discursos e reuniões no exterior podem se destacar com algumas perspectivas e análises.

A economista da Omar Camargo, Natassia Romanó de Leite Castro, destaca os números chineses como um dos mais importantes nesses próximos dias. Logo na segunda-feira (8), dados de inflação devem chamar bastante atenção com os indicadores de preços ao produtor e ao consumidor.

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“A inflação na China é a maior preocupação no momento e a expectativa para esses indicadores é que ocorra alta nos preços”, destaca a economista. Ainda durante a semana, os dados da balança comercial no país também devem chamar atenção dos investidores internacionais.

Fomc em destaque nos EUA
Castro destaca a Ata do Fomc (Federal Open Market Committee) como o principal acontecimento nesta próxima semana. A divulgação, que ocorre na quarta-feira (10) terá maiores indicações sobre o cenário econômico norte-americano, após o Fed afirmar que o país está crescendo de forma moderada. “A Ata deve mostrar também quais os planos do Federal Reserve, principalmente agora que estão crescendo as discussões sobre o término do atual programa de estímulos [QE3]”, completa a economista.

Um pouco ofuscado pelo evento anterior, na mesma data o Tesouro do país apresenta o resultado fiscal mensal, que segue nas atenções do mercado em 2013 após cortes de gastos ocorridos nos últimos meses. Já no fim da semana, será divulgado o indicador de vendas no varejo, enquanto a Faculdade de Michigan apresenta o índice de Confiança do Consumidor.

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O Brasil e a inflação
Na agenda doméstica, o grande destaque ficará com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e considerado a medida oficial de inflação do País.

A expectativa de Castro é que o indicador apresente leve alta. Para ela, as atenções quanto ao resultado importam mais pelo fato de que as próximas medidas a serem tomadas pelo governo serão baseadas nestes números. O atual cenário de incerterza, com autoridades fazendo discursos diferentes sobre o momento inflacionário, pode mudar um pouco após esses dados atualizados do IPCA.

A quinta-feira (11) também será um dia de divulgações importantes na agenda brasileira, com o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercados) e dados de Vendas no Varejo sendo apresentados. Para a economista, a expectativa é que os números de vendas apresentem alta porém, sem muita força ainda, o que pode afetar as empresas do setor na bolsa.

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Fechando a semana, o Banco Central irá apresentar o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central). O indicador, que é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), incorpora a trajetória das variáveis consideradas essenciais para o desempenho de três setores da economia: agropecuária, indústria e serviços.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.