Descolado mais uma vez do mercado externo, Ibovespa fecha em alta de 1,23%

Movimento é o oposto das bolsas norte-americanas, que registram queda após atingirem a sua máxima histórica na véspera; ação da Vale registra uma das altas mais expressivas do índice

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois de consolidar os ganhos no início da tarde, o Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (3) em forte alta. O índice, que chegou a enfraquecer na última hora da sessão, ganhou forças nos minutos finais e fechou em alta de 1,23%, a 55.562 pontos, recuperando-se parcialmente da queda observada na sessão anterior, de 1,81%. O giro financeiro foi de R$ 7,35 bilhões. 

O índice ficou novamente descolado das bolsas norte-americanas, com queda de cerca de 1%, com os investidores repercutindo os dados econômicos ruins do mercado de trabalho do país, além dos números da atividade não-industrial, que ficaram levemente abaixo do esperado. As bolsas do país registraram a pior sessão em cinco semanas, um dia após os índices Dow Jones e o S&P 500 atingirem as suas máximas históricas por lá.

Um dos motivos para o maior desânimo no exterior está associado ao ADP Employment, relatório que analisa o número de postos de trabalho no setor privado norte americano, que decepcionou ao mostrar 158 mil novos postos de trabalho, bem abaixo dos 197 mil previstos pelo mercado.

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Além dos dados econômicos dos EUA, a agenda da China também chamou a atenção do mercado, ao apontar para o crescimento do setor de serviços em março, quando um aumento da construção e uma demanda mais firme impulsionaram os negócios e a confiança, de acordo com dados do PMI. O índice subiu de 54,5 pontos em fevereiro para 55,6 em março.

Imobiliárias e Vale nas pontas do índice
As ações da Rossi (RSID3, R$ 3,39, +9,35%) lideraram os ganhos do índice, seguindo a tendência positiva observada na véspera, enquanto a Gafisa (GFSA3, R$ 4,00, +6,67%) segue na segunda posição, disparando com os rumores de que recebeu propostas bilionárias para a venda da Alphaville.

Além das imobiliárias, as ações da Vale (VALE3;VALE5) impulsionaram os ganhos do índice, com ganhos respectivos de 6,48% e 5,84% para os papéis ON e PNA, no dia do julgamento so STF (Supremo Tribunal Federal) sobre se deve ser cobrado o imposto de renda das subsdiárias no exterior. Juntas, elas respondem por cerca de 11% da participação do benchmark da bolsa. 

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Entre as maiores perdas do índice, destaque para outra imobiliária. A PDG Realty (PDGR3), com baixa de 5,54%, a R$ 2,73, seguida pelos papéis da MMX Mineração (MMXM3), com desvalorização de 3,76%, a R$ 2,05.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RSID3 ROSSI RESID ON 3,39 +9,35 -25,49 31,43M
 GFSA3 GAFISA ON 4,00 +6,67 -15,07 86,43M
 VALE3 VALE ON 35,35 +6,48 -16,39 214,03M
 VALE5 VALE PNA 33,70 +5,84 -17,54 960,24M
 BRAP4 BRADESPAR PN 26,59 +5,22 -19,01 30,53M


As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 PDGR3 PDG REALT ON 2,73 -5,54 -17,52 131,93M
 MMXM3 MMX MINER ON 2,05 -3,76 -53,93 21,22M
 EMBR3 EMBRAER ON EJ 16,90 -3,15 +17,22 41,31M
 OIBR4 OI PN EDB 5,98 -2,76 -21,41 110,70M
 BBAS3 BRASIL ON 27,05 -2,17 +7,75 302,02M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 33,70 +5,84 960,24M 47.791 
 VIVT4 TELEF BRASIL PN 52,70 -0,21 333,00M 4.542 
 BBAS3 BRASIL ON 27,05 -2,17 302,02M 22.612 
 PETR4 PETROBRAS PN 18,00 +1,69 278,50M 16.173 
 BBDC4 BRADESCO PN EJB 33,80 +1,20 277,98M 16.634 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 34,82 -0,37 271,98M 22.385 
 AMBV4 AMBEV PN 82,50 -2,14 214,17M 7.391 
 VALE3 VALE ON 35,35 +6,48 214,03M 15.644 
 CMIG4 CEMIG PN 23,42 -0,38 167,69M 7.680 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,22 -0,45 166,04M 16.620 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Agenda doméstica
No Brasil, o IPC (Fipe) apresentou queda de 0,17% em março, ante avanço de 0,22% em fevereiro e expectativa do mercado de queda de 0,15%. Em relação à terceira quadrissemana de março, o indicador mostrou pouca volatilidade, já que registrou alta de 0,18% no período.

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Reuniões em foco na Europa
Os investidores também esperam pelas reuniões dos bancos centrais na Europa e no Japão, que acontecem amanhã de manhã. Na Europa, os índices Ibex 35 (-1,82%), da Espanha, FTSE MIB (-2,28%), que segue as negociações em Milão e o londrino FTSE 100 (-1,09%) fecharam com expressivas quedas. A expectativa é que os governantes tomem da política monetária japonesa decidam sobre um novo afrouxamento. Já na reunião do BCE (Banco Central Europeu), que também ocorrerá amanhã, espera-se que a taxa de juros seja mantida no patamar atual, de 0,50% ao ano.

No Chipre, o acordo de resgate entre a UE (União Europeia), FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE e os governantes da ilha foi abrandado pelos credores, com o acréscimo de mais dois anos – até 2018 –  para o país atingir metas econômicas estabelecidas no acordo.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.