Pressionado por Petrobras e OGX, Ibovespa fecha no menor patamar do ano

Índice fechou em baixa de 0,81%, a 55.576 pontos, no terceiro dia seguido de queda; nova proposta do Chipre para salvar bancos chamam a atenção do mercado

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou na sua terceira sessão de queda, em meio ao desenrolar da crise econômica na Europa e com o desempenho negativo de diversas blue chips. Com isso, o índice fechou com desvalorização de 0,81%, aos 55.576 pontos. Este é o menor patamar desde 16 de novembro, quando havia fechado aos 55.402 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,50 bilhões. 

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e da OGX Petróleo (OGXP3) – segunda e terceira maiores participações do índice – fecharam em queda, ajudando a pressionar o índice negativamente. Enquanto os papéis PETR3 e PETR4 caíram cerca de 1,7%, os ativos da petrolífera de Eike Batista chamaram a atenção pela forte volatilidade uma vez que, depois de chegarem a liderar os ganhos do Ibovespa ao subirem 6,11% no intraday, a R$ 2,78, fecharam em baixa de 4,58%, a R$ 2,50. 

Já no noticiário internacional, uma notícia vinda do Chipre, que está no centro do radar econômico atualmente, chamou a atenção do mercado ao anunciar um novo plano de resgate para votação imediata do Congresso. O plano inclui a proteção de contas bancárias de até € 100 mil euros.

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Dados das economias mundiais chamam a atenção no pregão. Os números preliminares do PMI (Purchasing Manager’s Index) da zona do euro, que mede a atividade econômica, caiu para uma mínima em 4 meses. O numero composto, que mede a atividade tanto da indústria quanto do setor de serviços, caiu para 46,5, ante 47,9 marcados em fevereiro, muito aquém dos 48,3 esperados por analistas. Valores abaixo de 50 no indicador sugerem contração econômica. Por outro lado, o PMI composto da China surpreendeu positivamente o mercado ao registrar alta para 51,7 em março, ante 50,4 registrado em fevereiro.

Enquanto isso, o governo do Chipre prepara um pacote de suporte financeiro após a União Europeia definir a próxima segunda-feira (25) como limite para a ilha mostrar solução viável para a crise. 

MMX lidera perdas do índice
As ações da MMX Mineração (MMXM3) lideraram as perdas do índice nesta sessão, registrando baixa de 7,02%, a R$ 2,65, enquanto os papéis da OGX fecharam como a segunda maior baixa do índice. A Braskem (BRKM5) também fechou com perdas, de 3,45%, a R$ 13,70. 

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Entre as maiores altas, destaque para os ativos da PDG Realty (PDGR3), com ganhos de 3,64%, a R$ 2,85, seguidos pelas altas da Brookfield (BISA3), com ganhos de 3,47%, a R$ 2,68. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MMXM3 MMX MINER ON 2,65 -7,02 -40,45 34,45M
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,50 -4,58 -42,92 348,79M
 BRKM5 BRASKEM PNA 13,70 -3,45 +7,03 22,98M
 CSNA3 SID NACIONAL ON 9,12 -3,18 -23,10 72,63M
 LLXL3 LLX LOGIST ON 2,16 -3,15 -10,67 24,6M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 PDGR3 PDG REALT ON 2,85 +3,64 -13,90 67,13M
 BISA3 BROOKFIELD ON 2,68 +3,47 -21,64 14,24M
 CMIG4 CEMIG PN 22,50 +1,35 -0,44 216,62M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 8,38 +1,09 +2,20 31,59M
 VALE3 VALE ON 34,64 +0,84 -18,07 137,02M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 33,18 +0,39 546,75M 28.653 
 PETR4 PETROBRAS PN 18,53 -1,70 373,10M 24.283 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,50 -4,58 348,79M 28.537 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 35,73 -1,11 244,11M 16.711 
 CMIG4 CEMIG PN 22,50 +1,35 216,62M 14.610 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 26,80 -0,07 192,56M 15.527 
 BBDC4 BRADESCO PN 35,89 -0,91 185,68M 15.548 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 13,09 -2,75 154,78M 12.702 
 VALE3 VALE ON 34,64 +0,84 137,02M 11.597 
 ITSA4 ITAUSA PN 10,40 -1,14 120,76M 19.910 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Indicadores movimentam agenda econômica mundial
Nesta manhã, o Departamento do Trabalho norte-americano divulgou os dados sobre pedidos de auxílio-desemprego na segunda semana de março, apontando queda para 336 mil novas solicitações, número abaixo das projeções (345 mil), mas acima do registrado na semana anterior (334 mil).

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Já o preço das hipotecas cobrado dos norte-americanos, mensurado pelo FHFA House Price Index, subiu 0,6% em janeiro, 0,1 ponto percentual maior do que em dezembro, quando o indicador apresentou aumento de 0,5%, em dados revisados. Ainda no setor imobiliário, o índice de venda de casas usadas subiu 4,98 milhões em fevereiro, pouco menos do que o esperado, de 5 milhões mas acima do visto em janeiro (4,94 milhões).

O Philadelphia Fed, que mede a atividade industrial na região, aumentou 2 pontos em março, contra expectativa de retração de 3 pontos e tendo contraído 10,5 em fevereiro. Já o Leading Indicators, que reúne os principais indicadores já divulgados, manteve-se estável em fevereiro, com 5%, mesma medição de janeiro e igual à média de projeções.Por aqui os investidores ainda esperam pelo PIB Mensal, que era pra ter sido divulgado pela Serasa Experian nesta manhã. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.