Crise no euro incomoda, mas Ibovespa interrompe sequência de 4 quedas

Chipre segue como principal pauta do mercado, mas mercado subiu 0,18%; ação da JBS registrou maiores perdas, enquanto B2W liderou altas

Lara Rizério

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*Atualizado às 17h51 (horário de Brasília)

SÃO PAULO – Em um dia de forte volatilidade em meio à volta da crise na zona do euro, o Ibovespa fechou em alta após quatro quedas seguidas, após abrir em queda de 1%, amenizar as perdas e chegar a subir forte durante a tarde. Assim, o benchmark da bolsa fechou com ganhos de 0,18%, a 56.972 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,42 bilhões. 

Em dia de vencimento de opções na BM&FBovespa, que movimentou R$ 3,24 bilhões, o mercado se volta para a crise na zona do euro. Após meses sem se sobressair no mercado acionário, a crise na zona do euro voltou a incomodar – com a necessidade de financiamento do Chipre.

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Entretanto, com os temores diminuindo frente à região, já que a votação das novas medidas no Parlamento foi adiada desta segunda-feira para terça-feira, as perdas dos mercados acionários diminuíram. Entretanto, ao contrário do final positivo na bolsa brasileira, os índices dos EUA caminham para fechar em queda após recorde seguido de altas. 

No sábado os ministros de finanças da zona do euro concordaram em um resgate de € 10 bilhões ao país, mas a surpresa negativa foi como esse plano será financiado. Aproximadamente € 5,8 bilhões deve vir da conta de depósitos bancários da população, o que pode elevar o temor para outras regiões da zona do euro.

O governo pretende impor um imposto compulsório de 6,75% nas contas com menos de € 100 mil e de 9,9% naquelas com valores acima disso, em medida que ainda deve ser votada no Parlamento.

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Em nota nesta manhã, a Moody’s alertou que a medida afeta não só os bancos no Chipre, mas também coloca em dúvida os credores dos outros bancos da região, já que esse é um passo significativo para remover o apoio dos governos aos credores.

Focus: Selic elevada, PIB cortado
Por aqui, o Relatório Focus mostrou uma piora nas projeções macroeconômicas. Vendo uma taxa Selic de 8,25% ao ano em 2013, o mercado reduziu as perspectivas do PIB (Produto Interno Bruto), de 3,10% para 3,03%, e do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 5,82% para 5,73%.

JBS lidera perdas e a B2W, os ganhos
A JBS (JBSS3) liderou as perdas do índice, com recuo de 4,99%, aos R$ 6,85, seguidas pelos ativos da Eletropaulo (ELPL4), com baixa de 2,78%, a R$ 11,20.

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Os papéis da B2W (BTOW3) lideram os ganhos, com alta de 3,81%, a R$ 16,60, seguidas pelos ativos da Usiminas (USIM3) e da Gafisa (GFSA3), com altas respectivas de 3,74% e de 3,50%.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BTOW3 B2W VAREJO ON 16,60 +3,81 -2,35 8,49M
 USIM3 USIMINAS ON 11,10 +3,74 -18,80 3,14M
 GFSA3 GAFISA ON 3,84 +3,50 -18,47 40,63M
 USIM5 USIMINAS PNA 10,49 +3,45 -18,05 66,13M
 MRVE3 MRV ON 10,13 +3,37 -15,44 53,91M


As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 6,85 -4,99 +14,17 31,04M
 ELPL4 ELETROPAULO PN N2 11,20 -2,78 -33,33 18,71M
 ELET6 ELETROBRAS PNB 11,99 -2,20 +14,41 10,05M
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 12,75 -1,85 +2,08 15,54M
 BBDC4 BRADESCO PN 36,38 -1,78 +3,82 198,34M


As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 19,20 +0,58 727,83M 58.332 
 VALE5 VALE PNA 33,70 +0,33 511,56M 26.655 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 36,03 +1,26 285,48M 20.217 
 BBDC4 BRADESCO PN 36,38 -1,78 198,34M 15.648 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,47 -0,80 198,07M 20.404 
 PETR3 PETROBRAS ON 17,64 -0,90 179,15M 14.801 
 AMBV4 AMBEV PN 85,74 +0,98 156,14M 7.152 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 25,99 -1,37 137,65M 11.829 
 BRFS3 BRF FOODS ON 43,23 -1,08 118,34M 9.243 
 CCRO3 CCR SA ON 19,36 +0,21 117,62M 9.316 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.