Xerife nos EUA, filho de Buffett “se preparou a vida toda” para substituir pai

Entre os "ideais" que Howard deverá defender estão evitar se preocupar excessivamente com os resultados trimestrais e dar autonomia aos diretores de cada companhia

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A sucessão de Warren Buffett, quarto homem mais rico do mundo, em sua empresa, a Berkshire Hathway, é um dos temas mais discutidos nos EUA. O 2º filho mais velho do magnata, Howard Buffett, em entrevista a Bloomberg, destacou que acredita ser o homem certo para “proteger” a cultura da empresa e que se preparou a vida toda para isso.

“Isso significa que eu terei fazer com que as pessoas sejam tratadas bem e que o que elas comprometeram com meu pai, continue comprometido”, destacou o fazendeiro de 58 anos, que age como auxiliar de xerife no estado de Illinois, agindo como segunda maior autoridade civil da lei no seu distrito. Buffett deve fazer 83 anos daqui seis meses e especula-se quanto tempo ele ainda conseguirá permanecer na frente da Berkshire Hathway – depois de quatro décadas de boa gestão da companhia, fazendo as ações.

Entre os “ideais” que Howard deverá defender estão evitar se preocupar excessivamente com os resultados trimestrais e dar autonomia aos diretores de cada companhia. Ele diz-se preparado por estar no conselho de administração da companhia do pai desde 1993, últimos 20 anos, além de ser diretor em uma das principais empresa em que a Berkshire possui investimentos: a Coca-Cola. 

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Outros candidatos incluem Bill Gates, fundador da Microsoft e segundo homem mais rico do mundo, e Stephen Burke, CEO (Chief Executive Officer) da Comcast. A transição para Howard só faria sentido caso não viesse com funções operacionais, ou seja, como presidente do conselho e não CEO – destaca Jeff Matthews, autor do livro “O sucessor de Warren Buffett: quem é e por que importa?”. 

Buffett sempre defendeu a “igualdade de oportunidades”, com sucesso baseado no mérito e não nas conexões. “Mas se for para ser presidente do conselho, preservar a cultura da Berkshire, ele provavelmente é o cara certo. 

Buffett delega às funções para os diretores das suas subsidiárias “quase ao ponto de abdicar”, permitindo que tenha tempo de sobra para decidir como investir o dinheiro da companhia. “Você não quer um CEO que vai mudar isso e expulsar os administradores, eu quero manter essa cultura intacta, fazer com que as melhores pessoas continuem em suas posições”, diz Howard. 

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Buffett já avisou que a companhia já escolheu o próximo CEO, mas ainda não detalhou quem é. O megainvestidor também começou a delegar as funções de análise do portfólio da empresa, em US$ 88 bilhões para Todd Combs e Ted Weschler, diretores contratados nos últimos anos para essa função.

Howard é o segundo dos três filhos de Buffett e o único que faz parte do conselho de administração. Ele acredita que deverá ter de deixar a função de auxiliar de xerife caso seja o sucessor do pai. “Com essa responsabilidade, não vai ser bom para mim ter que amarrar uma arma no corpo e andar pelas ruas com o xerife”, finaliza.