Crise? 2012 foi o ano de maior investimento estrangeiro no Brasil desde 2008

Percentual de investimento em relação ao PIB igualou o de cinco anos atrás e só foi menor do que de 2002; pesquisa da PwC indica Brasil como o terceiro principal mercado do mundo

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Nos últimos meses a economia do Brasil entrou em evidência no noticiário internacional. Contudo, esse não é nenhum fato para se vangloriar, já que as reportagens tem mostrado um forte pessimismo com a trajetória da economia brasileira. Mas alguns números parecem ir contra essa visão negativa do mercado sobre o Brasil.

Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta manhã, o investimento estrangeiro direto no Brasil alcançou 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Marca igual a essa só foi vista em 2008, e acima disso apenas em 2002, quando a proporção foi de 3,3% do PIB.

A entrada de recursos externos no país mostrou força desde o final dos anos 90 até o início dos anos 2000, para então perder força novamente. A equipe da LCA lembra que esse período foi marcado por grandes privatizações, principalmente no setor das telecomunicações, o que atraiu o capital externo.

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Em termos absolutos, a entrada de recursos no último ano foi de US$ 65,3 bilhões, resultado de entradas de US$ 84,2 bilhões e saídas de US$ 18,9 bilhões. O mercado acionário também viu um aporte de recursos externos, que fechou o ano com um saldo positivo de US$ 5,6 bilhões. A maior parte desse resultado se deve aos números de dezembro, quando a bolsa fechou em forte alta de 6,0% e entraram US$ 3,2 bilhões.

Sobre o ingresso de recursos na economia, a equipe da LCA diz em relatório que essa evolução “sinaliza que o Brasil continua sendo um país bastante atrativo para as empresas estrangeiras e que essas multinacionais provavelmente avaliam a frustração de crescimento econômico brasileiro de 2012 como algo muito mais temporário do que permanente”.

Nesta manhã mais um indicador mostrou o otimismo estrangeiro com o Brasil. Em entrevista com 1.330 CEOs (Chief Executive Officer) de 68 países, a empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers mostrou que 15% deles indicaram o Brasil como um dos mercados mais importantes para seus negócios nos próximos 12 meses. Com isso, o país só perde para China (com 31%) e EUA (com 23%).

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2012: ano de decepções e críticas
A entrada desses recursos no Brasil aconteceu mesmo depois de um crescimento decepcionante da economia. O PIB, que era estimado em 3,3% no início do ano, segundo projeções do mercado compiladas pelo Relatório Focus, provavelmente encerrou o ano abaixo de 1,0%, segundo estimativas do mercado.

No último ano o país foi alvo de muitas críticas no cenário internacional, principalmente por conta das intervenções do governo em diversos setores da economia, que levavam muitos analistas e economistas a alertarem que a insegurança jurídica poderia afastar os estrangeiros do país.

Umas das principais críticas ao Brasil vieram do jornal britânico Financial Times, que no final do ano, em um conto de natal, comparou Dilma Rousseff a uma rena do nariz vermelho.

Entre outras publicações, a The Economist também se destacou em suas críticas. No começo de dezembro, ao dizer que os elementos que guiavam a economia brasileira não estão mais presentes, a revista pediu a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega.