Expansão do FGTS para compra de imóveis joga ações de imobiliárias para cima

Plano de elevar o teto para estimular economia dará um novo impulso para setor, que passa por um período de desaquecimento da demanda, diz analista; PDG lidera ganhos do Ibovespa

Paula Barra

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SÃO PAULO – A possível elevação do limite do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) jogou para cima as ações do setor imobiliário no pregão desta quinta-feira (6), enquanto o Ibovespa novamente opera na instabilidade. 

Às 16h10 (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa caía 0,30%, as ações da PDG (PDGR3) lideravam os ganhos do índice, com alta de 3,61%, aos R$ 3,16. Um pouco atrás, apareciam os papéis da Brookfield (BISA3, +2,42%, R$ 3,38), Gafisa (GFSA3, +2,93%, R$ 4,57), MRV (MRVE3, +1,29%, R$ 11,74), Cyrela (CYRE3, +1,59%, R$ 18,47) e Rossi Residencial (RSID3, +1,17%, R$ 4,32). Em reflexo a esse desempenho, o índice IMOB, que acompanha os ativos do setor imobiliário, subia 1,05%. 

“Aumentar o limite do teto do FGTS seria o principal driver dos papéis, já que trará um novo estímulo para o setor, que vem passando por um período de desaquecimento na demanda”, disse o analista Eduardo Machado, da Amaril Franklin. 

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O governo avalia elevar de R$ 500 mil para R$ 700 mil o valor máximo dos imóveis que o trabalhador pode comprar com o seu saldo do FGTS, segundo matéria desta edição da Folha de S. Paulo. O valor aumentaria tanto para aquisições à vista quanto para financiamento do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que tem juros menores. 

Esse anúncio vem num momento importante para a indústria de construção civil, que passa por um período difícil, e enfrenta diversos ajustes para reduzir alavancagem. Embora seja positivo, nem todas as empresas se beneficiariam do aumento do teto, como é o caso da MRV, que está mais direcionada para o público de baixa renda, mas a alta das ações da empresa reflete o setor como um todo, disse o analista. 

Gafisa foi a primeira a esboçar otimismo com anúncio
O reflexo do anúncio, contudo, veio “atrasado”, e só durante a tarde as ações do setor esboçaram um certo otimismo. A exceção foi a Gafisa, que sobe desde a abertura e chegou a alcançar valorização de 4,50%, aos R$ 4,64. 

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Um dos motivos para esse desempenho é porque os papéis da companhia já sofreram bastante, e ela está bem defasada em relação aos demais players, disse Machado. “Embora suba 16,67% no mês, os ativos da empresa ainda estão bem depreciados e qualquer evento positivo tende a levar os papéis a subirem primeiro ou mais do que os demais do setor”, complementa. 

Além disso, mais cedo, o Bank of America Merrill Lynch elevou o preço-alvo das ações, de R$ 5,10 para R$ 5,75 – o que representa um potencial de ganho de 29,50% em relação ao fechamento da última quarta-feira (5).

A opinião do banco é fundamentada por dois pilares: o potencial da Alphaville de liberar valor para a Gafisa, tendo em vista que 46% dos lançamentos da empresa nos nove primeiros meses de 2012 foram do segmento de alta renda; e a contínua recuperação por meio da geração de caixa e da expansão das margens.