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SÃO PAULO – Gigantismo, desoconomias de escala, inflação de custos, produtividade do trabalho decrescente e outros motivos internos. Esses são os fatores apontados pelo Barclays para explicar o movimento de baixa das companhias de construção civil, que levaram à uma revisão para as estimativas das companhias pelo banco inglês.
De acordo com os analistas Guilherme Vilazante e Vinicius Mastrorosa, os fatores estruturais do Brasil são os maiores responsáveis pelos problemas em que as companhias vêm sofrendo. Os analistas ressaltam ainda que as companhias vêm reduzindo seu volume de produção em 20% desde 2008 – quando houve o ápice de elaboração de projetos do setor – e há espaço para mais quedas nesse ano. “As construtoras estão observando um novo equilíbrio com um volume menor, mas com margens mais altas e estáveis”, avaliam.
Reviravolta no setor só em 2013
De acordo com os analistas Vilazante e Mastrorosa, a deterioração das margens das companhias foi motivado pelo excesso de crescimento das empresas. Para eles, uma reviravolta no setor deve se tornar mais evidente quando houver o lançamento dos empreendimentos projetados em 2007 e 2008.
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Os primeiros dados positivos para o setor devem ser lançados a partir de novembro desse ano – com a entrega dos resultados do terceiro trimestre, afirmam os analistas. Entretanto, a tendência de queda no setor deve se inverter somente após 2013.
Problemas estruturais
Desde março desse ano, as ações das empresas de construção civil vêm observando forte queda, de cerca de 24%, o que não tem uma razão propriamente material na visão dos analistas. Entretanto, eles optaram por escolher um cenário mais conservador.
Isso porque os problemas do setor são causados por desníveis estruturais, um fator muito mais difícil de ser contornado. Para Vilazante e Mastrorosa, a desaceleração no setor é a maneira mais efetiva para a recuperação da lucratividade.
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Além disso, a reviravolta, apesar de previsível, não deve ser verificada antes de 2013, já que não há catalisadores para as ações no curto prazo. Por fim, os valuations das companhias, excessivamente baixos, sugerem que as margens só irão se recuperar quando os projetos problemáticos forem entregues.
Veja as recomendações do Barclays para o setor de construção civil:
Companhia | Ticker |
Recomendação* |
Preço-Alvo |
Preço – Alvo |
Upside** |
---|---|---|---|---|---|
Brookfield | BISA3 | Overweight | R$ 12,00 | R$ 11,00 | +108,33% |
Direcional | DIRR3 | Overweight | R$ 17,00 | R$ 18,00 | +82,74% |
Even | EVEN3 | Overweight | R$ 14,00 | R$ 15,00 | +106,33% |
Gafisa | GFSA3 | Overweight | R$ 16,00 | R$ 11,00 | +184,24% |
MRV | MRVE3 | Underweight | R$ 17,00 | R$ 16,00 | +30,08% |
PDG | PDGR3 | Overweight | R$ 13,00 | R$ 11,00 | +131,09% |
Rossi | RSID3 | Overweight | R$ 22,00 | R$ 18,00 | +103,62% |
Tecnisa | TCSA3 | Overweight | R$ 18,00 | R$ 18,00 | +94,38% |
*Overweight – desempenho acima da média do mercado Underweight – desempenho abaixo da média do mercado
**Em relação ao preço-alvo após revisão, com base no fechamento de 20 de abril de 2012