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SÃO PAULO – A companhia de locação de veículos e gestão de frotas Localiza (RENT3) vai se focar nos próximos trimestres em ganhos de produtividade e evitar “ao máximo” aumentos de tarifas, afirmou o diretor financeiro da empresa, Roberto Mendes, nesta quarta-feira.
A empresa, que encerrou o segundo trimestre com lucro quase dez vezes maior que o resultado obtido um ano antes, está apurando aumento de custos diante de cenário de inflação e juros em alta, mas o aumento da concorrência e fraqueza da economia têm agido como pesos para eventuais reajustes de tarifas.
“Os custos estão aumentando e os grandes custos que temos são salários e aluguéis dos imóveis onde operamos, que são indexados”, disse Mendes em teleconferência com analistas.
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“Anteriormente, o ganho de escala compensava a inflação que impacta esses dois gastos, mas vamos buscar agora ganhos de produtividade e tentar postergar ao máximo um aumento de tarifas”, disse o executivo, acrescentando que “algum dia vai ter que acontecer”.
Segundo ele, o reajuste de tarifas será a “última opção” da Localiza para perseguir diferença acima de 9 pontos percentuais entre o retorno sobre capital investido e custo de dívida. Entre 2012 e o fim do primeiro semestre, esse indicador aumentou de 9,8 pontos para 10,7 pontos.
Na noite de terça-feira, a Localiza divulgou lucro líquido de 103,4 milhões de reais de abril a junho, contra 10,7 milhões de reais um ano antes, quando a linha final do resultado foi prejudicada pela depreciação no valor dos carros da companhia devido à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos.
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Às 12h17, as ações da Localiza subiam 2,94 por cento, enquanto o Ibovespa tinha ganho de 1,38 por cento.
Margens
O diretor financeiro da Localiza afirmou ainda que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de venda de veículos seminovos deve ficar entre 2 e 6 por cento no segundo semestre, em meio a maiores gastos com marketing depois de recuperação nos estoques da companhia. Na primeira metade do ano, o segmento teve margem Ebitda de 3,9 por cento.
O executivo comentou que a depreciação no valor dos veículos da companhia deve crescer entre 100 e 200 reais por carro no segundo semestre, ficando mais perto do nível de 1.400 reais do mercado.
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A empresa não está sentindo efeitos positivos no aluguel de carros pelas férias de julho, disse Mendes, que espera uma melhora na atividade a partir da segunda quinzena deste mês.
“Os números estão indicando uma tendência de equilíbrio em relação ao trimestre passado em termos de crescimento do aluguel de carros”, afirmou.
A expectativa da companhia para 2013 é que não haverá tempo para o Brasil registrar um aumento dos investimentos que possa estimular de forma significativa a economia e o setor de aluguel de veículos. Para 2014, as avaliação é mais positiva, diante das concessões de infraestrutura, realização da Copa do Mundo e eleições.