Como me tornei um analista fundamentalista CNPI? As principais perguntas e respostas

Confira o texto publicado na seção "Conteúdo do Leitor InfoMoney" por Felipe Pontes, professor de valuation e agora analista credenciado pela Apimec

Equipe InfoMoney

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Autor:Felipe Pontes, Professor de Valuation e autor do canal do ContabilidadeMQ no YouTube

Meu nome é Felipe Pontes, sou Professor de valuation e autor do blog e canal do YouTube ContabilidadeMQ. Recentemente resolvi me inscrever nas provas para CNPI e, após a aprovação, perguntei aos meus amigos das redes sociais o que eles gostariam de saber sobre as provas.

Se você quiser emitir sua opinião sobre as empresas listadas na nossa bolsa (B3), é preciso ser analista CNPI. Caso queira saber qual é o salário médio de um analista, leia esta matéria do Infomoney sobre o assunto.

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O texto está dividido em duas partes. Na primeira, trago uma overview (visão geral) da prova. Depois, responderei às perguntas específicas que foram enviadas pelas minhas redes sociais.

Parte 1: OVERVIEW SOBRE A PROVA DO CNPI

Disponibilidade de informações

A primeira dificuldade que uma pessoa que está pensando em fazer a prova irá se deparar é encontrar conteúdo gratuito e estruturado na internet, e até mesmo materiais pagos e bem estruturados. 

Essa é uma prova bem específica e a demanda não parece ser muito grande (em 23/03/2018 existiam 452 profissionais certificados e ativos), o que inviabiliza o desenvolvimento de materiais em grande escala.

Além disso, a APIMEC não disponibiliza as provas anteriores, justamente pelo custo de produção da prova. Como são poucas pessoas se inscrevendo, o custo de elaborar várias provas por ano seria muito alto e a inscrição da prova acabaria sendo ainda mais cara. 

Pela quantidade baixa de informações disponíveis, fui fazer a prova sem realmente saber o que esperar das questões. Fui até surpreendido com o nível de dificuldade (comentarei mais sobre isso nos próximos tópicos e no texto das respostas às perguntas).

Qualidade das questões

A prova, em geral, é bem simples e com questões bem diretas. Os elaboradores não buscavam ficar colocando pegadinhas e nem questões difíceis de entender, porém em alguns casos eu achei que as questões eram muito mal elaboradas. Até erro de português foi encontrado, o que não deve ser aceitável de jeito nenhum em uma prova tão importante (e cara) – mas às vezes acontece.

Eu lembro de uma questão sobre o Modelo de Gordon (falarei mais sobre isso na parte de concentração de questões em poucos assuntos) que, dependendo da interpretação, poderia ter 3 respostas. E as 3 faziam sentido!

Eu tive que usar a imaginação para tentar pensar no que o elaborador da questão estava pensando quando a escreveu. Espero tê-la acertado, já que não temos como anotar o gabarito, nem ter acesso às questões depois do resultado. Todavia, você tem que concordar com isso para fazer a prova.

Nível de dificuldade das questões

Se eu tivesse que classificar a prova em algo entre de fácil a difícil, diria que ela é de um nível entre fácil e médio. As questões são bem tranquilas e diretas, apesar de alguns problemas pontuais como os citados anteriormente.

A dificuldade da prova está na quantidade de conteúdo. São muitos tópicos para se estudar.

Caíram muitas questões, na prova de Conteúdo Brasileiro (CB) (que foi a que achei mais “difícil”), “decoreba”: saber número de Instrução CVM, saber datas e coisas desse tipo.

Mas como a certificação é para profissionais graduados, se você é bacharel em contabilidade, administração ou economia, e fez um bom curso, não terá muita dificuldade na prova de Conteúdo Brasileiro. Comento mais sobre isso no tópico específico.

Parte 2: perguntas e respostas sobre a prova

Organizei as perguntas e respostas em dois grupos: 1) Perguntas em geral sobre a certificação; 2) Como se preparar para a prova. As perguntas foram feitas abertamentes em minhas redes sociais ou por mensagens privadas.

A) Perguntas em geral sobre a certificação

A.1 Por que ter essa certificação, qual é o custo, como se preparar e qual das 3 “variações” do CNPI eu tirei com essas duas provas? (Rogiene Batista, pelo Facebook)

Em resumo, se você quer trabalhar como analista de equity research, você precisa ter o CNPI para divulgar as suas recomendações e análises sobre as empresas. Eu fiz a CG1 e a CB, conforme mencionei no primeiro texto com a overview sobre a prova. Elas me dão direito a ser CNPI fundamentalista. Após ser aprovado nessas duas provas, você pode dar entrada no registro, para então estar legalmente apto a divulgar suas recomendações. O custo, no meu caso, foi R$ 520,00 para a CB e R$ 695,00 para a CG1. Caso você seja associada da APIMEC, há um desconto de 25% no valor da inscrição da prova.

Sobre como se preparar, terá um tópico específico abaixo sobre isso.

A.2 Para ser CNPI-T (analista técnico) tem que ser CNPI fundamentalista antes? (Lucas Santos, pelo Facebook)

Não precisa ser CNPI fundamentalista para ser técnico. São certificações independentes. Para ser CNPI-T você precisa fazer a prova CB e a CT1. Há uma terceira possibilidade, que é o analista CNPI-P. O P quer dizer “pleno” e é destinado àqueles que querem usar as duas escolas de análises, técnica e fundamentalista.

A.3 Paga anuidade, quanto custa, a prova é extensa e quantas vezes ocorre no ano? (Elizeu Maniçoba, pelo Instagram)

A taxa é paga trimestralmente. A última informação que eu encontrei no site da APIMEC é que custa R$ 210,00 por trimestre, mas o Thiago Salomão (editor-chefe do InfoMoney e analista CNPI-P), me disse esse valor está desatualizado e que a taxa foi reajustada em 2018 de R$ 232 por trimestre para R$ 239. A prova é bem curta. São 60 questões bem simples para se resolver em 2 horas. São 60 questões na CB e mais 60 questões na CG1. A CB eu fiz em pouco mais de 1 hora e a CG1 eu fiz em aproximadamente 1h30. A prova ocorre várias vezes ao ano e online, sendo aplicada em algum local específico, em várias cidades do Brasil. Quando for fazer a inscrição você escolhe o dia e o local.

B. Como se preparar para a prova

B.1 Sugestões de livros para estudar para a prova? (várias pessoas me pediram isso)

Na overview eu já inseri algumas sugestões de livros para a prova específica de análise fundamentalista. Com aqueles livros vocês conseguem resolver os seus problemas tanto para a prova, quanto para o trabalho como analista. O resto é prática. Mas se tiverem disponibilidade financeira para comprar algumas apostilas e simulados, isso pode dar uma ajuda para a prova – mas não muito para a vida.

Adicionalmente aos livros do Professor Eliseu, José Elias, Ross e Damadoran, que eu recomendei no primeiro texto, recomendo que procurem pelos meus materiais de aula no meu blog. No topo do blog tem um botão para as minhas disciplinas, em que vocês podem encontrar todos os meus materiais de aula. Além disso, podem procurar no meu Slide