“Minha vida era perfeita, mas eu não era feliz”, diz mulher que largou o emprego para viajar

“Um dia percebi que meu maior medo não era deixar o meu emprego, mas ficar lá, perdendo anos da minha vida e sonhando com algo que eu nunca teria”, escreve Clelia Mattana em seu blog

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Clelia Mattana tinha uma carreira estabilizada no mundo da moda na empresa Burberry, um ótimo salário e seu próprio apartamento em Londres quando decidiu largar tudo para seguir seu sonho e viver na estrada. “Aos 35 anos as pessoas esperam que você se estabilize, se case e tenha filhos, mas eu optei por viajar ao invés disso. A vida é muito curta para esperar pelo momento certo”, escreve em seu blog.

Em entrevista ao Business Insider, Mattana conta que não estava feliz com sua vida na capital britânica e que apesar de ter tudo o que sempre quis, só conseguia pensar em visitar lugares remotos, viajar para seus destinos favoritos e poder se dedicas às suas paixões artísticas como a escrita e a fotografia.

A decisão se concretizou quando ela estava passando o feriado em sua terra natal, a ilha italiana de Sardinia, e resolveu que depois de tanto medo e apreensão, finalmente deixaria o seu trabalho em seis meses para viajar o mundo como sempre ansiou. “Eu percebi que meu maior medo não era deixar o meu emprego, mas ficar lá, perdendo anos da minha vida e sonhando com algo que eu nunca teria”, conta.

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Menos de um ano depois de tomar a decisão de sua vida, em agosto de 2012, ela conseguiu economizar o suficiente para estabelecer seu primeiro destino: Sudeste Asiático, um lugar que, segundo ela, possui uma cultura totalmente diferente, é barato e tem praias maravilhosas.

Para financiar a viagem, ela usou a maior parte de suas economias, e quando realmente decidiu que embarcaria nessa aventura, passou a transferir US$ 1 mil de seu salário para uma poupança. Além disso, vendeu alguns pertences como roupas, arrumou um colega de quarto para dividir as despesas e buscou reduzir gastos com lazer (comer fora de casa, sair com os amigos, fazer compras etc.) Tudo isso permitiu que ela juntasse US$ 16 mil em um período de cinco meses.

Quando questionada a respeito de sua escolha ao deixar Londres, Mattana diz: “Não foi uma decisão fácil – uma mulher aos 35, com uma vida bem resolvida, carreira, salário, que só quer viajar o mundo é normalmente considerado coisa de louco”, conta. E completa: “Quando você realmente quer algo, você encontra um jeito e soluções criativas que nunca imaginou antes”.

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As despesas na Tailândia foram relativamente baixas quando comparadas com os valores cobrados na Inglaterra. Por escolher um local mais simples no vilarejo, pagava um aluguel de apenas US$ 100. Após três meses na região, começou a lecionar ballet em um vilarejo remoto, aproveitando para morar com os cidadãos locais e manter suas economias intactas.

Nesses meses em que viveu na Ásia também optou por levar seu site e blog mais a sério, de forma a obter renda com suas publicações. “Eu estudei marketing, SEO e copywriting nos tempos livres e depois de seis meses consegui vender meus artigos com sucesso”, escreve. Esses conhecimentos permitiram ainda, que ela tivesse mais dinheiro para pagar a viagem, ganhando uma média de US$ 2,8 mil a US$ 4,3 mil por mês. “Eu também consegui ganhar mais através de parcerias com algumas empresas de turismo, assim como, pegando alguns freelas de fotografias, graças à minha conta do Instagram”, conclui.