Funcionários da Disneyland não conseguem pagar contas básicas, como aluguel, aponta estudo

O estudo aponta que 73% dos funcionários não recebem o suficiente para arcar com as despesas básicas, como aluguel e alimentação

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Os funcionários da Disneyland, na Califórnia, EUA, mal conseguem pagar suas despesas básicas com o salário que recebem, aponta a pesquisa “Working with the Mouse”, feita em nome de diversos sindicatos do país pela ONG de pesquisa Economic Roundtable.

O estudo aponta que 73% dos funcionários, tanto os que trabalham em tempo integral quanto meio período, não recebem o suficiente para arcar com as despesas básicas, como aluguel e alimentação. Cerca de 56% deles revelaram ter a preocupação de serem despejados do lugar onde moram; e mais da metade dos entrevistados também confirmou fazer refeições menores ou pular refeições por “falta de dinheiro”.

Uma das funcionárias entrevistadas, que permaneceu anônima, disse que trabalha no parque há 28 anos e recebe menos de US$ 20 por hora. “Se eu não tivesse a ajuda do meu marido para pagar as contas, eu seria uma sem-teto”, disse. 

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A pesquisa foi conduzida por funcionários do local que também são membros do sindicato com mais de 5 mil funcionários da Disneyland – o parque tem, no total, mais de 30 mil funcionários.

Parte do problema seria que os salários pagos pelo parque não acompanham os custos de vida da Califórnia, cada vez maiores. O estudo identificou também que o salário médio por hora caiu mais de 15% desde 2000, quando contabilizada a inflação. Hoje, mais da metade dos funcionários apontam receber menos de US$ 12 a hora.

Uma porta-voz da Disneyland, Lisa Haines, apontou que a pesquisa é imprecisa e não científica, acusando ainda que foi comprada por sindicalistas “politicamente motivados”. “Seus resultados são deliberadamente distorcidos e não refletem como a maioria dos nossos 30 mil funcionários se sentem sobre a companhia. Ao mesmo tempo em que reconhecemos os desafios socioeconômicos que existem para muitas pessoas vivendo na região, nos orgulhamos da experiência que nossos funcionários têm”, disse.

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A empresa ainda rebateu afirmando que os salários por hora variam entre US$ 11 e US$ 17,75. Em todo o país, os funcionários de parques de diversão recebem, por hora, uma média de US$ 14,78. A remuneração anual dos funcionários também teria sido maior que a média nacional em 2017: de US$ 37 mil contra US$ 30.750.

Ainda assim, 83% dos funcionários afirmaram que, apesar de sentirem que fazem um bom trabalho, não se sentem bem recompensados.