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Qual o perfil dos que declaram voto no Bolsonaro?

Neste artigo faço um balanço do perfil dos eleitores que pretendem votar no Bolsonaro e busco apontar alguns desafios e oportunidades para sua candidatura. As incertezas no cenário político não nos permitem projetarmos se seu eleitorado irá se consolidar ou não, mas já é uma pré-candidatura que deve ser monitorada entendermos o seu discurso e o que seus apoiadores pensam sobre o futuro do país.
Por  Denilde Oliveira Holzhacker
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

As sondagens divulgadas na última semana pela CNT/MDA e DataPoder360 apresentam um cenário de manutenção da segunda posição do candidato Jair Bolsonaro (PSC) para as eleições de 2018 atrás do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, na primeira posição.

A exposição nas mídias sociais pode ser um fator explicativo para o sucesso do pré-candidato nas pesquisas de opinião. Segundo Indicador de Alcance Social da Bites, em agosto de 2017, Jair Bolsonaro (PSC) tinha 5.888.111 milhões de seguidores no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e Google Mais.  A ex-senadora Marina Silva (REDE) ocupava a segunda colocação com 4,1 milhões de fãs e seguidores e já o ex-presidente tinha 3.142.293 milhões de fãs. O prefeito de São Paulo ocupava a 4ª. Posição com 4.091.076.

Os casos de violência nas grandes cidades favorecem seu discurso com ampliação dos seus adeptos entre os que são favoráveis ao uso da força policial de forma mais ostensiva nas cidades. A sua presença nas redes sociais amplia sua audiência. Mas qual seria o potencial de voto de Bolsonaro? Qual o perfil daqueles que declaram voto no pré-candidato?

Os resultados da pesquisa da Datapoder360, realizada nos dias 15 e 17 de setembro, dão algumas indicações em relação ao perfil daqueles que declaram intenção de votar no pré-candidato [1].

No cenário em que Bolsonaro disputa com Lula, Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin os eleitores do sexo masculino mostram maior inclinação para votar em Bolsonaro do que as mulheres (34% dos homens e 13% das mulheres entre seus eleitores). Entre os eleitores de Lula não há uma divisão significativa (25% dos homens e 26% das mulheres entre seus eleitores). Neste cenário, as mulheres mostram maior rejeição aos candidatos do que os homens: entre os 25% dos eleitores que declaram Branco/Nulo, 30% das mulheres preferem votar branco/nulo, enquanto 20% dos homens mostram a mesma preferência. Os dados também mostram as mulheres mais indecisas: entre os 7% que não sabem, 11% das mulheres e 3% entre os homens.

O pré-candidato Bolsonaro atrai o voto daqueles com idade entre 16 e 25 anos (30% entre seus eleitores) e 26 e 44 anos (28% entre seus eleitores) em contraste com o menor apoio entre os eleitores entre 45 e 59 anos (13% entre seus eleitores) e acima dos 60 anos (19% entre seus eleitores).

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Considerando o mesmo cenário, Jair Bolsonaro tem melhor desempenho no Centro-Oeste (31% entre seus eleitores), no Nordeste (31% entre seus eleitores) e no Norte (34% entre seus eleitores). O seu desempenho é menor entre os eleitores do Sul e Sudeste: 18% em cada região declaram apoio ao pré-candidato. O desempenho do ex-presidente Lula mantém-se em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste que possui apoio de apenas 14% entre seus eleitores.

No cenário 2, em que o prefeito João Dória é incluído no lugar do Governador Geraldo Alckmin, Bolsonaro melhora seu desempenho junto ao público masculino frente ao feminino. Mantém sua posição junto ao público entre 16 e 44 anos e também seu desempenho entre os eleitores do Centro-Oeste e Norte, mas diminui sua posição junto aos eleitores do Nordeste.

No cenário 3, em que o ex-presidente Lula é substituído pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o pré-candidato Bolsonaro amplia sua posição junto aos homens (37% entre seus eleitores), como também entre aqueles na faixa etária entre 16 e 45 anos. Também mantém o desempenho entre os eleitores do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

O nível de conhecimento do candidato é maior entre os homens, 40% dos homens declaram que conhecem bem o candidato contra 27% entre as mulheres. As pessoas com mais de 60 anos são as que declaram conhecer menos o candidato: dos 31% que não conhecem o candidato 49% tem mais de 60 anos. Quanto menor a escolaridade, menor o grau de conhecimento sobre o candidato: 57% que não frequentaram a escola dizem não conhecer o candidato, enquanto 13% dos que frequentaram o ensino superior afirmam o mesmo.

A avaliação do potencial dos votos no pré-candidato Bolsonaro indica melhor desempenho entre os homens, atração maior entre os eleitores mais jovens e da região Norte. As mulheres e eleitores na faixa etária entre 45 e 59 indicam maior rejeição ao candidato, sendo aqueles que mais afirmam que não votariam de jeito nenhum no presidenciável.

Será que o pré-candidato Bolsonaro alcançou seu limite eleitoral? O cruzamento entre o grau de conhecimento sobre o pré-candidato e seu potencial de voto indica que entre aqueles que tem certeza do seu voto em Bolsonaro 55% o conhecem bem e 14% já ouviu falar. Já entre aqueles que não votariam de jeito nenhum 71% disseram que não o conhecem enquanto 37% declararam que o conhecem bem. Bolsonaro possui a menor rejeição entre os pré-candidato e, pelos resultados, ainda tem espaço para ampliar seu conhecimento junto aos eleitores das regiões Sul e Sudeste.

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O discurso baseado na plataforma da política de segurança e forte nacionalismo atrai uma parcela dos eleitores, mas a ausência de um programa voltado para a geração de empregos e desenvolvimento, por exemplo, enfraquece sua capacidade arregimentar outros grupos de eleitores. Além disso, o seu discurso misógino, homofóbio e preconceituoso afasta a parcela importante do eleitorado, especialmente as mulheres. A rejeição feminina aos pré-candidatos não deveria acender a luz amarela apenas do Bolsonaro, mas também dos outros candidatos. Em todos os cenários as mulheres demonstraram mais propensão ao voto nulo ou branco ou indefinição.

O quadro partidário ainda é bastante volátil e existem muitas incertezas que poderão afetar as escolhas dos eleitores até 2018. Os resultados indicam que os eleitores ainda estão avaliando as alternativas e a imagem dos candidatos ainda serão testadas nos próximos meses.

 

[1] O levantamento foi realizado entre 15 e 17 de setembro em 193 municípios, tendo 2280 entrevistados. A margem de erro é de +/- 2,8.

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