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Entre mortos e feridos, todos sobreviveram!

Depois do CAOS AUTOMOTIVO que perdurou por 4 anos, o setor volta a se recuperar.
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Apita o árbitro, fim de jogo! Encerra-se o ano de 2017 e as vendas de carros voltaram a crescer. Após a carnificina que foram os últimos quatro anos (2013 ~ 2016), com o fechamento de um número sem fim de concessionárias, além das várias marcas que deixaram o país, enfim a sangria chegou (?????) ao fim.

O que aconteceu com o mercado neste ano?

O ponto principal foi a volta do crédito! Segundo o BC, no período de janeiro a novembro de 2017, tivemos a liberação de crédito para o financiamento de veículos na ordem de R$ 91 bilhões. Esse volume é 21% superior ao mesmo de 2016 (R$ 74 bilhões). Para se ter uma ideia do crédito neste ano, somente no mês de novembro tivemos a liberação de R$ 9,594 bilhões – que foi o melhor novembro da nossa série histórica.

Além da volta do crédito, as taxas de juros estão em processo decrescente. Em novembro, registramos a menor taxa dos últimos 47 meses (1,63% a.m.). Somando-se a isso, tivemos a dilatação dos prazos de financiamentos, que encerraram o mês numa média de 42 meses, melhor resultado desde abril de 2012. Essa melhora no crédito está aliada a melhora da carteira de financiamento. A inadimplência da carteira fechou novembro em 3,71%. Menor indice da série histórica.

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O crédito foi o um dos focos principais para a melhora do desempenho do setor automotivo. Lógico que existem outros como: a inflação sobre controle; o crescimento do PIB (mesmo sendo pífio); além de todo aquele blá, blá, blá que você, digníssimo leitor e ilustríssima leitora, já devem ter lido por aqui no INFOMONEY!

Então vamos ao que interessa, e vamos abordar o desempenho do setor de veículos.

As vendas de 2017 fecharam em 2,172 milhões de carros, crescimento de 9,36% sobre o ano de 2016, quando foram vendidos 1,986 carros.

E, é aqui que a porca torce o rabo! Quem foi bem e quem ganhou um pedaço de carvão do Papai Noel?

Do lado do pessoal que está no céu de brigadeiro, temos:

JEEP – Com o sucesso avassalador do seu Compass, a marca cresceu quase 50% (49,6%);

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NISSAN – O SUV Captur fez a marca registrar crescimento de 30% (29,54%);

VW; GM e FORD – O ressurgimento das marcas veteranas no mercado doméstico foi o grande destaque. A Ford com o rejuvenescido Ecosport e com a linha KA ganharam mercado (+14,66%); a GM com o melhor MIX de produtos de todas as montadoras (+13,96%); e os alemães da VW fazendo (enfim) trabalho de alemão, alavancaram a marca em 19%.

Já o pessoal que não teve um bom Natal, temos:

Boa parte das marcas importadas (só aquelas marcas decentes) como a BMW (-14,3%); Audi (-14,7%); Kia (-21,7%).

Mas a grande perdedora foi a Fiat! Ok, teve gente pior que eles… mas ai é tudo pessoal meio “café-com-leite”, tipo a Mitsubishi, com retração de 12% ou a Citroen, com -8%.

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Gente… o negócio da Fiat não é assim que “tá ruim”:

Tá péssimo!

Mas não é assim, também, um “tá péssimo”. É algo do tipo [2x(tá péssimo)³], só para  equalizar o problema para vocês.

Vamos lá – (depois o pessoal da Fiat vai me bater): a marca vendeu em 2017 o montante de 291,3 mil carros, o que representou uma queda de 4,5% sobre 2016, quando tivemos mais de 305 mil carros vendidos.

Mas, o “mais-melhor-de-bom” ou para eles o “mais-pior-de-ruim”, foi que a ex-líder do mercado, que vendeu 840 mil carros em 2012, tomou um tombo de 65%. Ela saiu de 840 mil para menos de 300 mil.

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Nunca antes na história do setor automotivo uma marca desse nível (ou melhor, desnível) caiu tanto!

Lembra da nossa equação? Aquela: [2x(tá péssimo)³]? Então, o que temos ainda:

O pessoal da Fiat, que está em litígio com a sua rede de concessionários e está retendo algumas CENTENAS DE MILHÕES DE REAIS que pertencem a elas; com isso possuem uma rede em processo falimentar (quem vai vender os produtos da marca?); fora um processo tributário na ordem de alguns BILHÕES DE REAIS, que deverão pagar cedo ou tarde.

Para um grupo (no caso o FCA) que pretende (burburinho) vender a marcar FIAT no Brasil, o ideal seria darem um “tapa” na casa antes de vender, não vender destelhada!

Então…sabe aquela figura emblemática que pipocou nos grupos de whatsapp? “Tá cafungando no cangote” do pessoal da FIAT.

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O resumo entre os ganhadores e perdedores do setor em 2017, ficou assim:

E o que devemos esperar em 2018? Sabe aquele lema que todos falaram na virada do ano: FELIZ ANO NOVO?

Fica assim:  se a tirar o “FELIZ” e o “NOVO”, está tudo certo!

Não sendo tão ácido, qual a nossa visão:

Para o ano de 2018, existe um cenário de otimismo com certa cautela. O mercado externo aponta para uma tendência onde as principais economias deverão apresentar um crescimento com inflação baixa, devemos ter uma grande liquidez financeira que poderá favorecer mercados emergentes (olha nós aqui). No mercado interno, o consumo das famílias (principalmente) e os investimentos serão os grandes responsáveis pelo crescimento do país em 2018.  Devermos ter cautela por causa da inflação, que deverá aumentar em 2018 por conta do fim do choque positivo na oferta de alimentos. O aumento da inflação será consequência da aceleração de preços livres.

O cenário político nos dá o maior risco crescimento do país. A previsibilidade sobre o resultado da eleição para presidente é basicamente a mesma de um cego procurando um gato preto num quarto escuro! O presidente eleito em outubro de 2018 precisará construir uma base de apoio sólida o suficiente para aprovar já em 2019 diversas reformas estruturais (reforma da Previdência Social e Tributária), que exigem maioria constitucional. O governo também precisará avançar na implementação de uma agenda microeconômica, visando elevar a produtividade da economia e, portanto, o crescimento potencial do País.

E, para facilitar ainda mais: a quantidade de feriados (pontes de feriados); paralisação para os jogos da COPA e eleições, só “ajudam ainda mais” no crescimento do nosso país! E no setor automotivo, o ROTA 2030, que deveria começar hoje na sua reestruturação, com sorte (mas aí é SORTE MESMO), só depois da COPA, quando as diretrizes que quase ninguém sabe e concordam plenamente, deverão ser implementadas sem poder se quantificar o beneficio que isso irá trazer, assim com o INOVAR AUTO, onde tomamos um “sacode” na OMC de tão bom que foi o projeto!

Nosso número cabalístico para o setor em 2018? 2,28 milhões de carros, ou 4,98% de crescimento “sendo camarada”.

=)

 

E aí, o que achou? Dúvidas? Me manda um e-mail aqui! Ou me segue lá no Facebook aqui!

O pessoal da Fiat que ficou p… da vida, entre em contato comigo por aqui.

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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