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Vendas de veículos seguem em queda! Mas o ganho da indústria CRESCEU!

As vendas de carros continuam em trajetória de queda. Porém a indústria registra aumento no seu faturamento. Neste primeiro bimestre eles já venderam R$ 1 bilhão a mais que o ano passado!
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Apita o árbitro! Fim do primeiro bimestre deste ano e as vendas de veículos amargam retração de 5,5% sobre o primeiro bimestre do ano passado. Neste ano, tivemos 275,86 mil carros vendidos contra 291,72 mil sobre o primeiro bimestre do ano passado.

Esse resultado é o pior desde 2007.

Apesar da queda nas vendas, tivemos dois grandes pontos positivos para a indústria.

 

O faturamento da indústria aumentou!

 

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Nesse primeiro bimestre, mesmo o setor vendendo menos, ele vendeu em veículos o total de R$ 16,648 bilhões. Crescimento de 7,09% sobre o primeiro bimestre do ano passado, quando tivemos R$ 15,547 bilhões em carros vendidos.

A grande tônica aqui é que, o que cresce no setor automotivo são as vendas de veículos de grande valor agregado. Fizemos a divisão do setor em 11 subsegmentos. Destes, as vendas de picapes grandes e SUVs são as únicas que apresentam crescimento. Picapes grandes estão com crescimento de 36,46%, e os SUVs encerraram esse primeiro bimestre com evolução de 11%.

O sucesso claro e latente da Fiat/Toro ajudou a impulsionar todo o mercado, além do carro ser um sucesso! Mas a grande “vedete” do momento são os SUVs, com uma enxurrada de lançamentos (Captur, Compass, Creta, Kicks e WRV), que são os queridinhos do momento, somando-se a eles os bens aventurados que já estavam no mercado (HRV; Renegade; 2008 e Ecosport).

O ponto que percebemos é que esses dois nichos do mercado ajudaram a alavancar o faturamento do setor. Tem marcas que  estão com um aumento absurdo. Por exemplo, a Nissan com o seu excelente Kicks faturou algo próximo a R$ 711 milhões neste primeiro bimestre, um crescimento de 60,4% sobre o ano passado (R$ 443 milhões). O mesmo com a Jeep, que emplacou o Compass com grande sucesso! O seu faturamento saltou de R$ 777 milhões no primeiro bimestre do ano passado para R$ 1,154 bilhão neste ano, alta de 45,58%.

Neste primeiro bimestre o preço do carro médio vendido ficou em R$ 61,9 mil, crescimento de 13% sobre o preço do carro médio no primeiro bimestre de 2016 R$ 54,7 mil. Em resumo, o preço do carro médio aumentou em mais de R$ 7 mil.

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Crédito

 

Mas outro ponto que está gerando um “certo otimismo” para esse “escritor agourento” é a demanda de crédito. O que presenciamos no final do ano passado e começo deste ano é que – parece – que o crédito está melhorando. Alguns pontos que reforçam isso é que o prazo médio dos contratos estavam “meio estagnados”, e em janeiro ele se expandiu bem! Os prazos médios dos contratos ficaram em 41,5 meses:  pode parecer nada, mas foi o melhor resultado dos últimos 50 meses!

A mesma coisa para as taxas de juros. Em janeiro, a taxa média foi de 1,93%, bem menor do que a taxa média de 2% de janeiro de 2015. OK! Continua sendo taxa de agiota, mas… caiu!

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Mas o que percebemos é que as concessões – novamente, PARECE – que encontraram o seu fundo do poço! As concessões vinham em queda, e bateram o fundo do poço no último trimestre de 2015. Ou seja, agora existe a tendência de crescimento no aumento das concessões. No ano passado, as concessões médias ficaram na ordem de R$ 7 bilhões/mês. Este ano, deverão ficar entre R$ 7,3 e R$ 7,4 bilhões/mês. O que já é MUITA COISA! Se considerarmos que realmente os juros vão cair, e se os nossos agiotas agentes financeiros reduzirem um pouquinho lá na frente, a coisa pode melhorar!

Isso será a salvação da lavoura?! Lógico que não! Mas estamos caminhando para fazer o mesmo resultado do ano passado, o que, na atual conjuntura , já é excelente.

 

Momento Deprê

 

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Como o pessoal fala que eu sou meio “agourento”, preciso dar a minha pitadinha de caos. A menção triste do ano continua indo para o pessoal de veículos pesados e motocicletas.

No primeiro bimestre deste ano tivemos as vendas de 5,55 mil caminhões contra 8,17 mil sobre o mesmo bimestre passado. Queda de 32%. Tá ruim? Você decide: Primeiro bimestre de cada ano foi assim: 2015 – 12,9 mil; 2014 – 21,2 mil; 2013 – 22,1 mil; 2012 – 23,9 mil; 2011 – 25 mil.

O pessoal de caminhões vendeu 1/5 do que vendeu em 2011.

O mesmo para o pessoal de ônibus: Neste primeiro bimestre foram 1,35 mil ônibus, queda de 37% sobre o ano passado: 2,15 mil ônibus. Média do período “menos ruim” de 2011 até 2014? 5 mil ônibus.

Já motos – pessoalmente tenho um carinho imenso pelo pessoal de duas rodas – está vendo o setor registrar perdas de 30% neste primeiro bimestre, com 128,1 mil motos vendidas contra 182,9 mil sobre o primeiro bimestre do ano passado. Esse é o pior resultado – para o bimestre – desde 2003. Eles voltaram ao volume de vendas de 14 anos atrás. Com a crise econômica – que atinge com mais impacto as classes mais baixas –, a “inexistência” de crédito para a venda de moto, não conseguimos vislumbar uma saída no curto prazo para o setor.

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O lado bom para todo mundo é que AGORA – depois do carnaval – o Braziu volta a operar novamente!

 

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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