IFIX: a exceção que nos interessa
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Mesmo que você nunca tenha investido em ações na vida, tenho certeza que já ouviu falar no índice Bovespa e que tem noção que ele indica se a bolsa está valorizando ou desvalorizando. O Ibovespa é a principal referência do mercado de ações brasileiro, desde 1968 quando foi criado, mas não é a única. Existem 23 índices calculados pela BM&FBovespa. Todos eles medem o desempenho de ações, exceto um, o IFIX e é justamente este o índice que nos interessa.
O IFIX é o índice de fundos imobiliários, por assim dizer, o Ibovespa dos FII.
Como todo índice, o IFIX é uma carteira teórica (e hipotética) de fundos imobiliários, sua pontuação é o resultado da média ponderada dos valores de todos os fundos que o compõe.
São elegíveis para fazer parte dessa carteira os fundos com maior liquidez (medida pelo cálculo do índice de negociabilidade) e que tenham participação de pregão igual ou superior a 60%, isto é, que tenham sido negociado em pelo menos 60% dos pregões nos 12 meses anteriores ao período de cálculo da carteira. Atualmente 49 fundos fazem parte do índice. Cada um desses fundos tem um peso dentro da carteira teórica e esse peso é definido conforme o valor de mercado do fundo (número total de cotas multiplicado pela última cotação), quanto maior mais peso dentro da carteira, mas nenhum fundo poderá ter participação maior do que 20%.
A cada quatro meses a carteira é reavaliada, calcula-se novamente o índice de negociabilidade de todos os fundos, apura-se quais serão os elegíveis para compor a carteira do índice e, dentre eles, qual será o peso de cada um, de acordo com o valor de mercado. O próximo rebalanceamento ocorrerá já em maio e a prévia da nova carteira conta com 54 fundos.
A medida que o mercado for crescendo é provável que mais índices de FII sejam criados, principalmente para medir comportamentos setoriais. Índice dos FII que investem em shoppings, índice dos FII que investem em lajes corporativas e assim por diante.
O IFIX é bem recente, começou a ser divulgado pela bolsa em 03/09/2012 mas tendo como base valores desde 30/12/2010, com a cotação inicial de 1.000 pontos, de forma que já é possível verificar o comportamento dos FII nos últimos dois anos. Quanto mais tempo, quanto maior o histórico, mais relevante o indicador vai se tornando. É sempre bom contar com uma referência.
Investidores podem comparar a performance das suas carteiras com a do IFIX, administradores de fundos podem comparar o retorno do fundo com o do índice (aliás já poderiam incluir essa informação nos relatórios mensais), já começam a surgir fundos de fundos referenciados no IFIX, no futuro poderão existir fundos de índice (ETF) que repliquem a carteira teórica do IFIX, os fundos que cobram taxa de performance poderão usar o índice como benchmark, é possível aferir a volatilidade de cada fundo por meio do cálculo do beta em relação ao índice, enfim, são muitas as utilidades de um índice. Mas também é importante não superestimá-lo, lembre-se sempre que esse (e qualquer outro) índice demonstra apenas o comportamento médio de um mercado, não uma verdade absoluta.
Para saber mais sobre a metodologia de cálculo do IFIX consulte a página da BM&FBovespa.
Abaixo a prévia da carteira que passará a vigorar em maio (ordenada por peso).
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