Educação financeira: aprendizado deve vir “do berço”

'Que futuro eu quero para meu filho?' Essa é a pergunta que os pais devem responder, para saber o que devem ensinar

Patricia Alves

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SÃO PAULO – Você vê o dinheiro como aliado ou vilão? A resposta a esta pergunta pode definir a maneira como você vai passar a educação financeira aos seus filhos.

Pesquisa norte-americana mostra que, quando o assunto é dinheiro e investimento, a maioria dos adultos de hoje afirma que, grande parte de seu conhecimento e opinião sobre o tema vem da infância, da influência dos pais e das lembranças das conversas sobre dinheiro em casa.

E você, o que quer que seus filhos aprendam sobre dinheiro?

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Definindo metas

De acordo com a especialista em Educação Financeira, Cássia D´Aquino, não existe um caminho certo a tomar ou a forma correta de ensinar, o que existe são objetivos.

“O fundamental é definir uma meta e, a partir dali, começar. ‘Que futuro eu quero para meu filho?’ Essa é a pergunta que os pais devem responder, para saber o que devem ensinar”.

De olho no futuro

De acordo com enquete do portal Educação Financeira (www.educacaofinanceira.com.br), da especialista no assunto, quando se trata de aprendizado sobre dinheiro, a maior parte dos pais (34%) afirma que é importante que os filhos saibam “poupar para o futuro”.

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O resultado vai ao encontro do levantamento norte-americano, feito pela Universidade de Iowa, no qual a maioria dos respondentes afirmou que, quando crianças, costumavam ouvir seus pais falando sobre como controlar os gastos e da importância de poupar para o futuro.

Mas, como falar de futuro com uma criança? Segundo Cássia, é importante deixar claro que o futuro, para a criança, raramente vai além de uma semana ou um mês. “O ideal é que os pais trabalhem o conceito de futuro dentro da realidade da criança”.

Por exemplo: se a criança pede um presente hoje, diga que ela terá de esperar dois dias para ter o presente e mostre, em um calendário, quanto tempo falta para estes dois dias. Faça com que ela acompanhe. “Essa maneira de conter o imediatismo é uma ótima forma de ensinar a poupar e de falar sobre a importância do dinheiro e do tempo”.

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A tabela abaixo mostra o resultado completo da enquete:

O que você acha mais importante que seus filhos aprendam sobre dinheiro?
A não serem escravos do dinheiro, já que o dinheiro é que deve ser escravo da gente 28%
A poupar para o futuro 34%
A tornarem-se megainvestidores 10%
Qua saibam aproveitar cada centavo, gastando com prazer 28%

Fonte: Portal Educação Financeira (www.educacaofinanceira.com.br)

Quando começar?

Segundo a especialista, não existe uma idade certa. A própria criança indica quando é este momento no primeiro “compra isto”. “E este momento vem acontecendo cada vez mais precocemente, aos 2 ou 2 anos e meio”, disse.

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No entanto, se não tem um tempo certo para começar, o processo de aprendizado demanda um período bem longo, de acordo com Cássia: 20 anos. “Não adianta os pais decidirem educar os filhos financeiramente em uma semana ou no mês de férias. Esse é um processo longo, que depende de ensinamentos e, principalmente, coerência”.

De pai para filho

“As crianças mais observam do que escutam”, afirma Cássia. Ou seja, segundo ela, não adianta traçar todo o objetivo e imaginar o futuro para os filhos se, na hora de agir, os pais são completamente contraditórios e incoerentes.

“Reclamar o tempo todo de dinheiro ou do trabalho, por exemplo, pode fazer com que a criança associe o assunto a coisas ruins”, explica a especialista. “Além disso, sentimentos que indiquem ambição, frustração ou inveja com relação ao dinheiro também podem motivar uma associação negativa na cabeça das crianças”, completa.

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Para Cássia, uma forma de ter um bom resultado no processo de educação financeira dos filhos é focar, e também seguir, quatro pontos principais: