Depósito de “bem-estar”: Pix eleva em 15% PIB per capita do país, diz diretor do BC

Dado é do estudo "Sistemas de Pagamento Instantâneo e Competição por Depósitos" da Zetta

Estadão Conteúdo

(Crédito: Shutterstock)

Publicidade

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Dias Gomes, destacou, em evento promovido pela Zetta, os resultados de uma pesquisa sobre o efeito do Pix no sistema financeiro do Brasil. No estudo “Sistemas de Pagamento Instantâneo e Competição por Depósitos”, o pesquisador Sergey Sarkisyan mostrou que a introdução do Pix aumentou a fatia de depósitos em pequenos bancos em relação aos grandes bancos e ajudou a reduzir os juros bancários.

Gomes ressaltou a parte da pesquisa que mostra que a existência do Pix representa um depósito de “bem-estar” de US$ 380 por trimestre, o que significa um aumento de 15% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país. “É realmente fascinante. Esse montante aumenta o PIB per capita do Brasil em 15%”, destacou. “Eu realmente espero que os políticos ouçam isso quando vão decidir o orçamento do BC”, disse.

Segundo o diretor do BC, o Pix foi uma importante marca para o aumento da competição no sistema financeiro do Brasil, ao permitir a digitalização dos pagamentos entre consumidores e reduzir a importância do dinheiro em papel. “Agora, os consumidores têm a clara possibilidade de escolher para além dos grandes bancos.”

Exclusivo para novos clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Fatores que ajudaram a impulsionar uso do Pix

Dias Gomes afirmou que uma variedade de fatores ajudou a impulsionar o uso do Pix, que continua em ascensão. Entre os fatores, Gomes citou a padronização, a obrigatoriedade de participação dos maiores bancos, a gratuidade, a variedade de usos, além do momento de lançamento, na pandemia de covid-19.

No caso da padronização, Gomes disse que as instituições tiveram que oferecer Pix de forma semelhante para que os consumidores entendessem que era o mesmo produto. “A padronização ajuda a commoditizar os sistemas de pagamentos mais rápidos”, disse Gomes em evento promovido pela Zetta.

Em relação aos casos de uso, ele citou a possibilidade de utilização por chave, QR Code, “Copia e Cola” ou mesmo na própria loja. “Variedade de usos fez com que o Pix se tornasse uma escolha natural”, avaliou o diretor.

Continua depois da publicidade

Na perspectiva regulatória, foi importante para evitar questões de competição entre as instituições financeiras que fosse obrigatória a participação de instituições com mais de 100 mil contas, segundo Gomes. Ao mesmo tempo, a possibilidade de instituições financeiras pequenas participarem foi um fundamento para que o Pix estivesse em todos os lugares.

Além disso, a gratuidade para indivíduos foi um valor importante. “Tão barato quanto dinheiro, mas muito melhor. Por fim, o Pix chegou em um momento oportuno e ajudou o brasileiro na época da pandemia de covid-19”, disse, sobre o lançamento em novembro de 2020.

O economista-chefe para as Américas no Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Jon Frost, reforçou que a obrigatoriedade de participação e a presença de instituições não bancárias são fatores que explicam a rápida adoção do Pix em relação a sistemas de pagamentos instantâneos de outros países.

Continua depois da publicidade

O Fednow, sistema criado pelo Federal Rerserve, o BC dos EUA, por exemplo só é permitido para bancos e não é obrigatório. Frost também citou a operação do sistema pelo BC brasileiro e o sucesso do “branding” da ferramenta local.