Carga tributária ainda é principal problema na hora de abrir um negócio no Brasil

Segundo levantamento do Banco Mundial, o detalhe é visto como inibidor por 84% dos executivos e gerentes brasileiros

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O principal problema enfrentado por um empreendedor brasileiro na hora de abrir um negócio é a carga tributária. A observação, de entendimento comum, foi traduzida em números após pesquisa do Banco Mundial.

Segundo o estudo “O Ambiente para investimentos no Brasil, Índia e África no Sul”, apresentado na terça-feira (12) no Encontro Empresarial Índia, Brasil e África do Sul (IBA), em Brasília, 84% de executivos e gerentes apontaram o detalhe como inibidor de investimentos. Em São Paulo, por exemplo, gastam-se 2.600 horas anuais no preenchimento de formulários e pagamentos de taxas. As empresas sul-africanas, enquanto isso, passam 350 horas por ano com trâmites burocráticos.

Outros obstáculos

Além da carga tributária, mais quatro pontos fazem os empresários pensar duas vezes antes de abrir seu próprio negócio em terras brasileiras. Em segundo lugar está instabilidade econômica (83%), incerteza política (76%), custo do financiamento (75%) e taxa de administração (66%).

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Na Índia as dificuldades são corrupção (37%), falta de eletricidade (29%), carga tributária (28%), taxas administrativas (27%) e incerteza política (21%). Na África do Sul os principais problemas são falta de mão-de-obra qualificada (35%), instabilidade macroeconômica (34%), legislação trabalhista (33%), criminalidade (29%) e carga tributária (19%).

Negócios

O estudo do Banco Mundial, que reúne dados dos relatórios Doing Business 2006 e do Investment Climate Assessments (ICA, Avaliação de Ambiente de Investimento), mostra ainda que a cidade sul-africana de Johanesburgo e a indiana de Mumbai são ambientes mais favoráveis aos negócios do que São Paulo. Isso porque, no ranking dos 155 centros mundiais do setor, as colocações são, respectivamente, 28º, 116º e 119º.

Comércio exterior

A falta de conhecimento das oportunidades de negócios entre empresários brasileiros, sul-africanos e indianos foi apontada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, como a principal responsável pelo modesto volume de negócios entre os três países.

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“Nos últimos três anos e meio o comércio entre o Brasil e a Índia triplicou; já com a África do Sul foi duas vezes maior no mesmo período. No entanto, os dois países representam apenas 2% das exportações brasileiras”, explicou.

O ministro explicou que uma integração maior entre os países resultará em uma maior geração de empregos. Para os próximos anos, Furlan espera que sejam fechados acordos comerciais principalmente nas áreas farmacêutica e de etanol.