“Bull market” do dólar afetará o preço dos ativos, diz Fundo Verde

Os mercados emergentes, que que se beneficiaram da fraqueza do dólar na última década, enfrentarão um desafio ainda maior.

Diego Lazzaris Borges

Publicidade

SÃO PAULO – A valorização do dólar sobre as principais moedas do globo deve ter um impacto importante no preço dos ativos, na opinião da equipe de gestão do Fundo Verde, do Credit Suisse Hedging-Griffo, liderada pelo gestor Luis Stuhlberger. Para eles, os mercados emergentes, que que se beneficiaram da fraqueza do dólar na última década, enfrentarão um desafio ainda maior.

“A combinação de uma economia americana forte, com o resto do mundo sem o mesmo dinamismo, é perfeita para uma alta sustentada da moeda americana. O mundo não vê um bull market [mercado altista, representado pelo touro] do dólar desde a década de 90, e isso em nossa visão terá resultados relevantes em termos de preços de ativo”, diz o gestor em carta aos cotistas do Verde.

Ele lembra que o Brasil está inserido plenamente neste contexto e que as “idiossincrasias” (maneira peculiar de reagir) do País adicionam ainda mais risco ao cenário. “Mantemos uma alocação cautelosa em ações locais e estamos comprados em dólar e nos hedges de inflação implícita e inclinação da curva longa de juros”, justifica.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Maio
O gestor do maior fundo multimercado do país (e um dos maiores do mundo) ressalta que maio foi dos meses “mais interessantes do ano”, com uma forte reprecificação das curvas de juros globais – que tiveram consequências importantes para os preços de ações, crédito e moedas. “Esse movimento foi iniciado pela sinalização, um tanto confusa, de que o Federal Reserve pode reduzir o ritmo de Quantitative Easing. A taxa de dez anos de praticamente todos os países subiu fortemente ao longo do mês: nos EUA +46 bps, na Alemanha +29bps, no Japão +25bps, no México +99bps, e no Brasil +90bps”, aponta a carta mensal do Verde.

O gestor aponta que esses movimentos causaram a reversão da euforia com o Japão, a perda de força do mercado americano e a abertura dos prêmios de crédito. Mas ressalta que a consequência mais importante foi a alta significativa do dólar contra todas as moedas.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip