Canal de acesso a descontos, cartão de crédito conquista a baixa renda

Em 5 anos, foram emitidos 31 milhões de novos cartões para esta população, ante 15 milhões para demais faixas de renda

Flávia Furlan Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – Visto como um canal de acesso ao crédito, descontos e promoções, o cartão de crédito tem ganhado usuários entre a baixa renda, principalmente para as compras do dia-a-dia. Em cinco anos, entre 2003 e 2007, foram emitidos 31 milhões de novos cartões para usuários desta população, ante 15 milhões para as demais faixas de renda.

Desde 2003, houve crescimento de mais de duas vezes (+142%) na participação dessa população no faturamento da indústria do setor. Dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Itaucard mostram que, por outro lado, a participação das demais faixas de renda cresceu apenas 85%.

Na pesquisa, são consideradas de baixa renda pessoas com ganhos mensais de até R$ 1.499. A participação desta população no mercado de cartão de crédito era de 41,1% em 2003 e passou para 47,8% este ano.

Continua depois da publicidade

Controle do orçamento

A pesquisa, intitulada “O cartão de crédito e a baixa renda”, revela que o plástico se populariza entre a baixa renda devido à possibilidade de administração e controle do orçamento familiar.

Entrevistas realizadas em todo o País mostram que a possibilidade de aproveitar compras, ofertas e promoções, além do parcelamento sem juros de bens duráveis, atraem a baixa renda. “O cartão passou a ser visto como um facilitador do crédito, um instrumento que dá liberdade de escolher onde e como pagar”, diz o diretor de Marketing de Cartões do Banco Itaú, Fernando Chacon.

Segundo a pesquisa, para muitos, o cartão aparece como o único recurso para manter o padrão de consumo familiar durante todo o mês e para suprir possíveis necessidades, como compras de remédios e de alimentos.

Continua depois da publicidade

Segmentos

A baixa renda utiliza mais o cartão de crédito para aquisições em lojas de departamento e de vestuário, as quais representam 23% do consumo total desta população. A mesma tendência é observada pelas demais rendas, em que 19,6% do consumo vai para estes ramos de atividade.

O estudo mostra que o uso do cartão para o lazer ainda é baixo nas classes C e D, que o usam para viagens para a casa de amigos e parentes, pequenos passeios e idas ao restaurante.

Ainda sobre a maneira como a baixa renda usa o cartão, é possível dizer que é mais para as compras diárias, o que motiva a redução do tíquete médio em todo o setor, que passou de R$ 76,4 no ano passado para R$ 74,7 este ano. “A redução do tíquete médio era esperada, com o aumento no número de cartões emitidos, o maior uso para compras do dia-a-dia e o avanço da baixa renda neste mercado”, finaliza Chacon.